20.11.12

O corte de milhões

Há relativamente pouco tempo mandaram-me por correio eletrónico mais de vinte páginas do Diário da República com uma relação exaustiva de entidades individuais e coletivas ligadas e relacionadas com a agricultura e respetivos montantes de subsídios concedidos e referentes ao primeiro semestre de dois mil e doze.

Não faço a mínima ideia se aqueles subsídios são justos e merecidos, mas não deixa de ser estranho que numa altura destas se proceda à distribuição de milhões de euros sem que se apresente qualquer tipo de justificação e sem o mínimo de referência aos projetos subsidiados e financiados.

Sem dúvida que encontraríamos muitos deles relacionados com a tal coisa de "histórico", o que para muita gente continua a ser uma boa fórmula de viver à custa da política agrícola comum da dita "união europeia".

Por causa disto e talvez por isto mesmo, lembrei-me que o governo bem poderia fazer publicar ou mandar publicar uma lista semelhante referente às fundações e aos institutos públicos para quem o estado reserva no orçamento uns quantos euros provenientes dos impostos dos portugueses que pagam impostos, ou melhor, dos portugueses que não podem deixar de pagar impostos.

Isto faz-me aquela famosa (!) sentença de que "o dever de todos os prisioneiros é o de pelo menos tentar evadir-se da cadeia", o que nos levaria num bom raciocínio lógico a "o dever de todo o pessoal que ganha algum é pelo menos tentar não deixar roubar algum..."

Como que a mão de semear, poderia o governo fazer publicar a lista de subsídios de transporte, de renda de casa, ajudas de custo e umas quantas coisas mais atribuídas a membros do governo, a membros de gabinetes, a deputados, a juízes, etc. coisa e tal?

Será que poderíamos ter conhecimento do custo das comunicações, dos transportes e combustíveis e automóveis de muita gente relacionada com o Estado?

Será que poderíamos ter conhecimento de quanto custa ao Estado uma refeição servida nas "tascas" da Assembleia da República?

Será que estes montantes fazem parte do dito "Estado Social", que deveriam ser substancialmente reduzidos ou poderemos optar por fazendo parte do "custo da democracia", imprescindíveis para a sua manutenção?

Em quanto ficariam os tais quatro mil milhões de euros que se têm que abater ao Estado Social, diga-se aos salários e às pensões, e à saúde e à educação do pessoal?

Será que poderíamos classificar de "tontos" e de "idiotas" os parlamentares dos países do norte da Europa onde o exercício e prática da democracia fica bem mais barata que neste país à beira mar plantado e vivido e sempre ou quase sempre sacaneado e aldrabado?

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