Agora já entendi as razões que estão por detrás dos erros permanentes em tudo o que diz respeito à politica económica e financeira do governo: trata-se de "previsões" e como tais são passiveis de erro.
Gosto desta interpretação: as previsões são necessárias e imprescindíveis para acompanhar a evolução e as metas estabelecidas pelo governo em todos os seus planos, mas não passam de palpites pelo que haverá sempre uma possibilidade de arredondamento para baixo ou para cima, para que o palpite se torne uma realidade.
É como no jogo da bola quando os comentaristas desportivos anunciam que vão "projetar" o jogo de amanhã. Trata-se apenas e tão só de um palpite tendo em conta a importância de que se reveste o facto, o acontecimento e o jogo.
Se acertei, fico todo satisfeito porque a minha previsão coincidiu com o objetivo fixado; se não acertei, tanto se me dá, porque daí não vai mal ao mundo e sempre posso afirmar que se trata de uma "previsão" e não uma conta de matemática ou posso denunciar que os acontecimentos não se sucederam como eu queria ou que fatores estranhos e incontroláveis, como sejam as variáveis intervenientes estiveram presentes e influenciaram o resultado final
Claro que se eu avançar o valor do resultado de um jogo de futebol estou, na prática a fazer uma aposta: aposto que os azuis vão perder e que os encarnados vão ganhar, independentemente de pensar que a minha vontade era precisamente o contrário.
Só que quando se trata da política económica e financeira não será bem a mesma coisa: aumento os impostos com a perspetiva de arrecadar um determinado volume de receitas, mas porque fiz mal as contas, apliquei pressupostos errados, falsos ou viciados ou pura e simplesmente me baseei no meu desejo íntimo de governantes responsável e inteligente, saiu-me um resultado final completamente diferente do que eu estava à espera.
Razão tinha e continua a ter aquele famoso jogador de futebol quando afirmou solenemente que "prognóstico só no fim do jogo".
Eu acrescentaria que nestas coisas da política económica e financeira do governo e mais concretamente do ministro das finanças "previsões" só depois das contas encerradas e visionadas pelo Tribunal de Contas.
Bem vistas as coisas, para nós, que andamos a contar todos os dias os cêntimos disponíveis, qual é o problema se a previsão para o crescimento do pib é um meio ponto ou três quartos de ponto?
Se as previsões não servem para nada nem sequer para serem certas não vejo qual o mal em não haver previsões e se as houver e serem erradas também não vejo que seja razão suficiente para nos doer a cabeça.
Creio que não vale a pena sermos "picuinhas"…
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