16.11.12

Meio ponto

Fiquei altamente surpreendido para não dizer que fiquei supinamente admirado pelo facto de o governo, isto é, o ministro das finanças ter admitido baixar meio ponto percentual a sobretaxa do irs contemplada no orçamento de estado para o ano de 2013.

Não era para menos, porque isto significa uma estrondosa vitória dos partidos que apoiam o governo e uma saborosa derrota para o ministro das finanças, que tudo sabe e tudo pode e tudo justifica com a absoluta necessidade e inevitabilidade da austeridade imposta ao pessoal que paga impostos.

Eu já andava convencido de que o ano de 2013 iria significar uma "enorme" perda e inevitável quebra dos meus rendimentos, mas agora com esta dádiva de 0,5 por cento já vou andar descansado porque vou ter alguma coisa perfeitamente suficiente para satisfazer as minhas necessidades e de outros que esperam de mim o devido apoio.

Mas não sou só eu que fico satisfeito e contente por esta baixa da carga fiscal mas outros milhões de portugueses deveriam manifestar o seu contentamento por esta "cedência" do ministro das finanças que mais não significa que o elevado sentido de responsabilidade deste governante sempre atento aos superiores interesses do País pouco se importando com a real situação da vida dos portugueses.

Nós sempre tivemos e vamos continuar a ter um elevado sentido de crítica e demonstração de um total descontentamento por tudo o que se faça pela salvaguarda do País como um todo e sacrifique os interesses individuais e particulares relativamente aos interesses do coletivo que o mesmo é dizer, aos reais interesses de todos os portugueses quer paguem ou não paguem impostos ou se ganhem cem ou cem mil.

Bem vistas as coisas a ingratidão manifestada por muitos dos que protestam no interior e no exterior deveria ter em conta que estes homens e estas mulheres que suportam as elevadas responsabilidades de governar esta cambada que só quer o bom e rejeita tudo o que possa cheirar a esturro, não tem qualquer justificação.

Que apareça quem faça melhor e não quem diga que faz melhor quando não tem ninguém a pisar-lhe os calcanhares…

A propósito: ainda estou esperando pelo momento de aparecer algum inteligente que defenda com unhas e dentes o orçamento que vai ser aprovado pelos senhores deputados ou antes ou depois de utilizarem os serviços sociais, nomeadamente os restaurantes da assembleia da república, que todos nós e eles também, pagamos com nossos impostos que vão baixar 0,5 por cento… não querendo isto significar um camarão a menos no prato dos senhores deputados.

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