21.11.12

Muitos milhões

Tenho observado diversas maneiras de olhar a crise que vamos atravessando, sendo que os internautas não deixam a coisa por mãos alheias.

Vai daí desatam a fazer as contas mais mirabolantes que se passa imaginar, mas que não deixam de merecer a nossa atenção e justificar uma reflexão do significado de tudo isto.

Tudo nos leva a acreditar piamente que se torna inevitável toda a austeridade que abunda em quase todos os países do planeta, mas nunca se vislumbrou que os senhores do mundo poderiam disponibilizar outras opções que não fosse sacar o mais possível sem cuidar da dignidade da pessoa.

Vão fazendo todos os possíveis para nos fazer crer que a culpa é dos governantes que não sabem governar ou que não querem governar, pretendendo tão somente     que o importante é o capital ou, se quiserem, os mercados que comem sem deixar nada para ninguém.

Um maluco qualquer agarrou nuns quantos exemplos das crises mundiais e desata a fazer contas demonstrando que as hipóteses de salvar o pessoal de toda esta trapalhada estão mesmo nas mãos de quem quer que as quisesse colocar ao serviço do povo…

O governo dos USA já terá colocado nas instituições financeiras norte-americanas qualquer coisa como setecentos mil milhões de dólares com a justificação de ser necessário salvar o sistema financeiro lá do burgo e, em consequência, o capitalismo mundial. Admitindo que o planeta terra terá uma população próxima dos seis e setecentos milhões de habitantes teríamos que dividindo aquela guita toda por esta gente toda caberia a cada um cerca 104 milhões de dólares, o que não seria uma coisa assim tão má.

O governo aqui dos nossos vizinhos prepara-se para injetar no sistema financeiro qualquer coisa como trinta mil milhões de euros com a mesma justificação, isto é, evitar a falência do sistema.

Segundo dados de dois mil e oito a Espanha teria cerca de quarenta e seis milhões de habitantes, sendo que cada um poderia receber cerca de seiscentos e cinquenta e dois milhões de euros, se a guita fosse distribuída por todos os espanhóis…

Para não fazer crescer, muito indevidamente, água na boca e fazer disparar a expectativa do fim da crise, nem sequer me atrevo a fazer as contas para Portugal, sendo que o nosso sistema financeiro viu disponibilizados doze mil milhões de euros para evitar a respetiva falência…

Bastava dividir doze mil milhões por dez milhões e mandar depositar na respetiva conta bancária…

E digam lá que os mercados não são nossos amigos…

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