A cada dia que passa aumenta a minha admiração no ministro das finanças.
Fico verdadeiramente surpreendido quando constato que o nível da minha confiança no ministro das finanças só tem paralelo com a minha antipatia pelo primeiro ministro.
Aquele sempre seguro nas suas afirmações, sempre lógico no seu raciocínio sempre vazio mas polido nas suas respostas, às vezes, com algumas tiradas de humor finíssimo, este sempre balofo nos seus dizeres e sempre pobre na sua postura, fazendo crer que estamos perante um primeiro ministro que Portugal não merece.
Durante uma longa conferência de imprensa, talvez a mais longa dos tempos democráticos, o ministro das finanças veio dizer-nos que a vistoria da troika foi "concluída com sucesso" e que o memorandum estava executado a noventa e cinco por cento e ainda que estava aprovada mais uma tranche de cacau de dois mil e quinhentos milhões de euros.
Claro que os mais atentos dos que andam neste mundo dedicando algum do seu tempo a ver, a ler e a ouvir alguns meios de comunicação social, políticos e comentadores já se tinham dado conta que uma semana antes já a senhora europa afirmara que com Portugal ia tudo bem e que o cacau ia ser disponibilizado.
O senhor ministro das finanças mais não fez que confirmar hoje o que tinha sido dito a semana passada pela voz de quem sabe e de quem manda no processo.
A minha confiança e a minha admiração por este homem radica fundamentalmente na certeza e na firmeza demonstradas no processo em curso da eliminação das maluqueiras de todos os governantes desde a implantação da república, porque durante a monarquia era outra cantiga.
A minha fé de que prosseguimos o processo certo e seguro é que começo a ter a convicção que o objetivo fundamental é colocar o preço do trabalho mais baixo em cerca de trinta e cinco a quarenta por cento do que estava no início da execução do memorandum e só depois é que haverá crescimento da economia e a diminuição do desemprego.
Até lá vai-se cumprindo aquela velha ciência popular de que "não há regra sem exceção", isto é, que ainda vamos conhecer uma previsão verdadeira do senhor ministro das finanças.
Eu espero que não seja durante a próxima legislatura…
PS: Achei imensa piada àquela história da sobretaxa sobre o irs que estava acordado ser de três e meio por cento, que o governo propôs os quatro cento e que o pp e o psd conseguiram que voltasse a ser de três e meio por cento e o primeiro, para confirmar a regra, afirmar que a margem de manobra era curta e os parceiros europeus podiam não concordar…
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