8.3.13

Dispenso tanta atenção

O alemão falou como a modos de autorizar que os outros falassem, iniciando a preparação do processo de desvalorização dos salários para que a empresas portuguesas sejam mais competitivas e o estado gaste menos, assim se aumentando os lucros daquelas e diminuindo as despesas deste.

Estaria tudo bem se tudo acabasse em bem, mas como já estamos a ver no que tudo isto vai dar, pouco ou nada nos surpreendeu ouvir o falso primeiro contrariar o aumento do salário mínimo nacional, abstendo-se, por enquanto, de falar abertamente do corte que não deve estar muito longe.

Para esta função foi encarregado o conselheiro mor do governo falando aberta e claramente que o bom seria mesmo a diminuição dos salários como forma de tornar competitiva a economia portuguesa e permitir a criação de alguns postos de trabalho, que fazem muita falta para que o governo alivie a fatura do subsídio de desemprego, apesar de haver uns bons milhares de desempregados que não veem um tusto.

Ficámos todos certos que o verdadeiro primeiro não vai fazer projeções quanto à criação de postos trabalho e também não as fará quanto ao início da real desvalorização dos salários de forma direta e não através de impostos, taxas e complementos solidários, que ainda não atingiram o seu verdadeiro objetivo e a sua real dimensão.

Antes disso vai haver uma boa marretada nos gastos na saúde e na educação, uma vez que o estado social já iniciou a sua contração, pouco servindo para que o défice se fique pelo que foi acordado com a troika.

Mas com a troika podemos nós bem, pois temos o verdadeiro primeiro a manobrar na sombra e a informar a equipa b que podem ficar mais uns dias, pois o relatório final ainda não está pronto para ser assinado, conforme é devido.

Ninguém ainda sabe como, isto é, ainda ninguém disse onde vai cortar aquela tal maquia dos quatro mil milhões de euros, mas nós, que andamos a dormir na forma, já sabemos quem vai aguentar com o corte: os funcionários públicos, os aposentados e reformados, os serviços de saúde e os serviços de educação, porque também sabemos que o verdadeiro primeiro não está na disposição de cortar o salário milionário do conselheiro do falso primeiro.

Gostei muito de ouvir o passos comparar o corte dos quatro mil milhões em Portugal com o corte dos quatro mil milhões em França, como se fosse permitido a quem quer que seja, a não ser a um primeiro que não é primeiro para coisa nenhuma e que não dá uma para a caixa, fazer este tipo de comparação.

Pois claro!

Nós sabemos bem que o salário mínimo em França é mais baixo que o salário mínimo em Portugal; nós sabemos bem que o produto interno bruto de França é ligeiramente mais baixo que o de Portugal; que a taxa de desemprego em França é ligeiramente superior à de Portugal e até sabemos que o nível de vida em França é um pouco superior ao de Portugal.

Este homem está convencido que a grande maioria dos portugueses é uma corja de ignorantes e que ficam todos babados quando diz que está a trabalhar para a salvação de todos nós.

Por mim, dispenso tanta atenção.

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