14.3.13

As saudades

Já tenho saudades de ver o ministro das finanças na televisão com aquele seu ar de mister bean a justificar tudo o que não tem justificação, até mesmo a sua presença na qualidade de ministro das finanças.

Já tenho saudades de ver o ministro das finanças com aquele seu ar de intelectual cientista a mandar tiradas lá do alto da sua cátedra, como se os portugueses fossem gente do quinto mundo e Portugal mais não fosse que uma república das bananas, longe de o merecer como ministro das finanças.

Já tenho saudades de ver o ministro das finanças a oferecer a todos estes pobres e ignorantes, como é a maioria dos portugueses, mais umas previsões sábias e científicas do PIB, do desemprego, da recessão, do consumo interno, do investimento estrangeiro e de umas quantas coisas mais, nas quais ele é um autêntico especialista.

Já tenho saudades de ver o ministro das finanças para me admirar e envaidecer por ter este homem como ministro das finanças, pensando no que a UN está perder por ter permitido que um seu cérebro viesse perder o seu tempo num país sem remédio.

Já tenho saudades de ver o ministro das finanças na televisão, porque estou a perder uma das poucas oportunidades que a política me dá para me rir a bandeiras despregadas da seriedade deste homem que é o todo-poderoso que reina nesta república desgovernada e enganada por esta plêiade de políticos nascidos e criados para desempenharem a elevada missão de colocar Portugal a cheirar o rabo de todos os países da Europa, sem a mínima esperança de perdermos nos próximos anos este lugar de eleição.

Não sei o que se está a passar nos meandros do governo, mas a coisa não deve estar de acordo com o previsto, mesmo tendo em conta a qualidade das previsões do ministro das finanças, porque o passos também anda muito apagado e o portas não dá cavaco a ninguém e lá vai passando o seu tempo a promover Portugal em tudo o que é estrangeiro, dando a conhecer ao mundo um País que consegue sobreviver com um ministro das finanças desta estirpe.

Deve estar a passar-se alguma coisa estranha porque a troika não quer deixar o burgo, apesar do frio de rachar que tem feito por estas bandas e o sol que se vê nem dá aquecer a ponta dos dedos das mãos…

Certamente que as suas razões não se prendem com a necessidade de acertar com o ministro das finanças as próximas previsões, uma vez que o ministro das finanças não liga nada aos funcionários que a troika manda para avaliar o que já está avaliado pelo ministro das finanças, faltando apenas a assinatura, que é dada a posteriori, num relatório que já está feito e acabado e aprovado por quem de direito, não intervindo na festa estes funcionários europeus, que ainda não tiveram oportunidade de apreciar devidamente o nosso sol e o nosso clima.

Espero que já tenham aproveitado da nossa gastronomia… que ainda não está de pantanas como a economia e as finanças de Portugal.


 


 

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