Se as ondas de choque do regresso do ex-primeiro ainda se fazem sentir como se fosse a coisa mais importante que aconteceu em Portugal desde a perda de Dom Sebastião nas dunas de Marrocos, esperem todos pelo que vai acontecer quando se conhecer a deliberação do Tribunal Constitucional a propósito do orçamento para o ano de dois mil e treze.
Certamente que vai ser o bom e o bonito, uns a maldizer a sua condição e outros a louvar a atitude dos juízes, que não se ficaram pelo que aconteceu com o orçamento de dois mil e doze.
Há por aí pouca gente convencida que o tribunal constitucional vai ter o mesmo procedimento do ano passado, considerando que algumas normas da lei do orçamento eram inconstitucionais, mas nulos os seus efeitos, mas tirem o cavalinho da chuva porque vai molhar-se como então não se molhou.
Diz o povo que não há duas sem três, pelo que o governo ainda tem mais uma hipótese de fazer gato-sapato da Constituição da República, mas o que há a considerar é outro dito do Povo que quem é enganado a primeira vez só o será da segunda se for parvo ou idiota ou acredite piamente que as crianças chegam a Portugal vindas de Paris via bico da cegonha.
Sempre quero ver a cara de uns quantos membros do governo e de alguns deputados da Assembleia da República, quando a deliberação com força obrigatória legal chegar ao seu conhecimento, pois não se cansaram de dizer e de afirmar que tudo estava conforme e nada havia que pudesse ofender a Constituição.
Esta gente deverá estar convencida que lá porque têm a maioria absoluta e uma troika e o seu representante a fazer tudo o que lhe apetece e mais alguma coisa já podem meter a Constituição na gaveta e governar a seu bel-prazer.
Mas as coisas não são bem assim e tudo tem o seu limite imposto pelo bom senso e pela lei, que regula todos os atos de todos mesmo que empossados em lugares de governação, não lhes sendo permitido ou sendo-lhes vedado ofender os princípios mais elementares que justificam a existência de uma sociedade democrática.
Esta gente parte do princípio que estão a governar uma cambada de escravos mentecaptos que reconhecem o privilégio de ter uns quantos cidadãos de elevada craveira nacional e internacional que dispuseram do seu tempo para dignificar a governação de uma corja de idiotas, que não merece a dignidade e dedicação de uns quantos que deixaram os seus estatutos altamente considerados e as suas remunerações bem elevadas para se dedicarem a orientar uma horda de imbecis, que não reconhecem o sacrifício de uns poucos por uns tantos.
Os gatunos podem roubar uma, duas, três vezes e umas quantas vezes mais, mas é certo e sabido que serão apanhados demore o tempo que demorar…