6.1.13

Um bom par de sapatos

Parece que o gasparzito também é um osso duro de roer quando dirige os conselhos de ministros, circulando por aí que terá dado uma resposta crua e ríspida ao álvaro "não há dinheiro" e " qual destas três palavras o senhor ministro não entendeu". Assim, sem mais nem menos.

O homem, naquele tom seráfico de jesuíta revestido de opus dei, está convencido que é um deus no meio de gente estúpida maltratando os seus pares desta maneira, fazendo eu a ideia do que se poderá passar quando se tratar de outros ministros     que são cartas fora do baralho e que só existem para gastar dinheiro com contratações de pessoal para os respetivos gabinetes.

Este sujeito ainda não se lembrou de dizer todos os outros ministros, incluindo o primeiro e o terceiro, que só há dinheiro para um assessor e para uma secretária e para dois motoristas, desde que haja disponíveis pelo menos dois automóveis para esta gente toda.

O relacionamento dos escravos e dos dependentes dos seus senhores e dos seus patrões nunca foi nem nunca será uma coisa fácil, mas tratar desta maneira, se é verdade o que se diz, gente do mesmo calibre mesmo sem poder, não é de pessoas civilizadas e de pessoas de bom senso e muito menos de um ministro da república, a quem devemos exigir urbanidade e dignidade, sendo certo que o homem, quando fala, não é de feição a matar uma mosca…

De facto, não seria de esperar um discurso deste teor proveniente de um homem que aparenta ser possuidor de um caráter a toda a prova e incapaz de dizer uma asneira ou de mandar para as urtigas um cidadão qualquer e muito menos um colega ministro do mesmo governo.

As surpresas surgem de onde menos se espera, mas também ninguém estava à espera que este senhor, proveniente das elites da comandita europeia, sem qualquer experiência governativa fosse empossado como ministro das finanças com tal poder que não necessita de mostrar qualquer categoria para exercer o poder que lhe foi delegado pela troika à margem das instituições democráticas portuguesas.

Não será assim tão difícil imaginar a cara do álvaro no momento em que ouviu aquela tirada qual farpa mortífera "amandada" pelo terrível deus dos impostos enormes, de tão arrogante e desmesurada, que este estaria longe de merecer, principalmente quando começava a dar alguma dignidade à sua função ministerial.

Estou convencido que, se na altura pudesse deitar tudo para trás das costas e regressar à universidade canadiana, o teria feito de bom grado para ver-se livre e liberto deste monstrozito que nos caiu em sorte, precisamente numa altura em que precisávamos de um ministro das finanças com categoria, saber e experiência… e que tratasse os cidadãos como pessoas e não como burros e cavalgaduras que nada percebem de previsões, de défices e de orçamentos inconstitucionais…

Quando chegar o dia, vai precisar de um bom par de sapatos…

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