Nos últimos tempos tenho dedicado alguma atenção ao comentário generalizado e especializado quer nas rádios quer nas televisões, quase esquecendo, deliberadamente, o que se passa nos jornais, a não ser leituras de notícias e comentários curtos via internet.
Como consequência, nem sempre tenho facilidade em escolher temas para lhes dedicar algumas linhas e que não tenham sido objetivo desses tais programas pela intervenção de variadíssimos comentadores amadores e profissionais e mostrar alguma originalidade.
Tenho pensado que uma boa maneira de resolver este problema é desatar a mandar fisgadas para todo o lado atingindo toda a gente sem qualquer seleção e logo se vê se alguém se acusa ou se alguém se sente.
Dito isto, parece-me que não vejo qualquer originalidade em todos os comentadores amadores e profissionais, quer sejam economistas, engenheiros, gestores, financeiros, politólogos e tudo o que vai aparecendo, sendo difícil dizer de maneira diferente a mesma coisa e manifestar o mesmo sentido proveniente das ideologias mais díspares.
Na verdade, nem nos tempos mais críticos do primeiro "engenheiro" se via e ouvia tanta unanimidade no comentário e na apreciação dos êxitos e dos fracassos da política caseira como agora está à vista e patente e à disposição de toda a gente, quando o pessoal se refere ao governo e à atividade governativa.
Vai tudo no mesmo sentido e a realidade é que estamos perante um fenómeno de atirar pedradas em direção de dois governantes, um o primeiro e o outro o segundo, ou vice-versa, admitindo-se que o segundo é o terceiro e o terceiro é o primeiro, pela única razão de que é quem manda e não responde perante ninguém, nem sequer dos técnicos de segunda categoria da troika, os quais estão sob as suas ordens.
Eu não ouso afirmar que dentro de relativamente pouco tempo ainda vamos esperar que numa noite de nevoeiro apareça por aí um dom sebastião não identificado com o presidente da república, com os juízes do tribunal constitucional, com o presidente do glorioso, mas que se assuma como o varredor de ruas à moda antiga, equipado com uma vassoura e com uma moca de rio maior para mandar para a outra banda, isto é, para lá dos pirinéus, esta gente que nos governa atualmente, não se afastando a hipótese de um ou outro ir até paris para se matricular na sorbonne ou na escola de altos estudos, desde que não seja em política económica, porque destes já cá temos em abundância.
Para garantir alguma originalidade nas novas apreciações dos governantes, apenas de três, porque os outros não interessam a ninguém, resta-nos esperar com afinco por uma notícia sobre uma previsão acertada proveniente do segundo que é primeiro.
Não vai ser tarefa fácil, se a tradição tem realmente algum valor: lembram-se das previsões de um ministro das finanças do atual presidente da república, criador do tal "oásis"?
Sabemos quem era o autor e o lugar que ocupava…
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