Ao dar uma vista de olhos pelas edições electrónicas dos jornais deparei com uma notícia que me deixou profundamente preocupado. Não é que vá ficar na miséria; não é que não tenha alternativas; não é que não encontre soluções para esta proeza, mas fiquei arrepiado com o teor da notícia.
Não é que no contrato das últimas concessões de construção e exploração de auto-estradas entre o Governo (Estado?) e um grupo privado de construção civil está prevista a inclusão do Eixo Norte-Sul para instalar portagens?
Li segunda vez para me garantir de que tivera lido bem e a par da CRIL e outras IC e IP lá estava o dito Eixo Norte-Sul.
Então levantei a cabeça, respirei bem fundo e dei comigo a pensar: mas o Eixo Norte-Sul é uma via urbana, com montanhas de entradas e saídas; é uma via urbana que num sentido vai dar a uma ponte já com portagens e paga há muitos, muitos anos e noutro a uma auto-estrada já portajada e a uma ponte idem idem aspas aspas…
Se isto acontecer nada me espanta e espero que nada me espantará que o seguinte passo será colocar portagens na Segunda Circular, na Avenida Gago Coutinho, para que o Sacadura Cabral ressuscite, e ainda na Avenida Lusíada e, para que o ramalhete fique me feito, na Avenida Columbano Bordalo Pinheiro, para que o manguito se justifique totalmente.
Embora não me incomode muito que o nosso Primeiro comece a passar-se, fico preocupado porque a solução final continua por aparecer, apesar de estar na frente dos olhos de toda a gente: acabem lá com a brincadeira de colocar portagens em tudo quanto é estrada com mais de cem carros por dia e decidam-se por “murar” Lisboa e cobre-se um euro, não, cinquenta cêntimos por cada entrada e saída de cada carro e um cêntimo por cidadão…
Como o nosso Primeiro e todos os seus ministros e secretários não são capazes de fazer descer a despesa e fazer crescer a receita, erradicar a economia paralela, cobrar impostos, evitar a fuga descarada ao fisco e acabar com a balbúrdia e com o caos português, nada mais resta que fomentar a cultura e o modo de vida da sanguessuga...
Mas um dia ela rebenta e o outro vai à vida…
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