5.5.24

A tasca da esquina

 Tenho algumas dúvidas sobre se a tática ou a estratégia assumida pelo governo para desenvolver a sua ação política e implementar o seu programa eleitoral é a escolha mais acertada.

Estes argumentos utilizados sistematicamente para justificar alguma incapacidade de definir o rumo político para o desenvolvimento nunca convenceram os eleitores da esquerda e da estrema direita e talvez já estejam a criar dúvidas sobre a sua eficácia aos próprios eleitores que deram a vitória à ad. 

Para já, não é claro que se trate de coligações negativas (?) o processo que levou à aprovação dos projetos de lei relativamente ao irs e eliminação das portagens nas scuts com a intervenção da esquerda unida(?) e a direita radiical (?).

O primeiro, os seus ministros, os seus secretários de estado e os seus deputados sabem todos perfeitamente e sem margem para dúvidas que os socialistas jamais farão uma coligação de governo com a direita radical e que a direita radical jamais fará um acordo de governo com os socialistas.

Assim todas as intervenções feitas no sentido de tentar convencer o pessoal que se trata de uma coligação negativa para impedir que o governo governe não passa de uma manobra para distrair a atenção cá do burgo e pensar um pouco menos nos grandes problemas que o governo prometeu resolver.

Não deixa de ser um tanto ou quanto caricato o fato de o primeiro ministro se atrever a sugerir que os socialistas deveriam recusar os votos da direita radical, votos que aprovaram as suas propostas e não as propostas do governo.

Nesta história da necessidade de diálogo entre intervenientes para aprovar leis na assembleia da república tem que ter o pontapé de saída por parte de quem apresenta as propostas e de quem precisa da aprovação dessas propostas para poder governar.

E não é durante a discussão de uma proposta que se intenta o diálogo para a sua aprovação em conversas tidas em pleno hemiciclo ou nos corredores da assembleia.

Estas coisas exigem um pouco mais de dignidade, pois não se trata de um encontro de amigos para beberem uns copos na tasca da esquina...

4.5.24

Os carroceiros

 Nos últimos tempos vinha dedicando algum do meu tempo a ver e ouvir programas de informação e comentário político com intervenientes de diversas origens.

Acontece que ontem dediquei cerca de trinta minutos a ver e ouvir um programa de discussão política com três intervenientes deputados dos três maiores partidos com representação na assembleia da república e um moderador que, por acaso, era o diretor do canal na qualidade  de moderador(?), jornalista(?), analista (?), comentador(?) ou simplesmente participante(?)...

Não é preciso estar a par das teorias de informação para saber que a melhor maneira de dificultar e até anular a capacidade de um interveniente em desenvolver a sua ideia ou o seu raciocínio é utilizar sistematicamente o processo de interrupção ou a introdução de uma nova pergunta sem aguardar pela resposta à anterior questão.

Durante a primeira intervenção do deputado apoiante do governo o moderador manteve-se calado e no seu devido lugar  e devido estatuto mas logo que passou a palavra a um outro não resistiu à tática da interrupção a propósito de tudo e mais alguma coisa, processo a que se juntou de imediato o deputado apoiante do governo, de tal modo que um outro interveniente chegou a dizer que trocassem de lugar...

Eu, que já não tinha qualquer esperança de clarificação das minhas dúvidas através de discussões de políticos comprometidos, reforcei a minha convicção da impossibilidade de esclarecimentos de dúvidas quando se trata de discussões com pessoal com estatutos de "políticos" no ativo. 

Às tantas senti um certo enjoo e vontade de vomitar pelo espetáculo que me estava a ser proporcionado por aqueles quatro intervenientes a tal ponto que me fui embora refugiando-me nas séries, nos filmes e nos canais de divulgação científica e de natureza social, cultural e ambiental.

Eu acho que os ouvintes e telespetadores que tenham a paciência de se manterem a ver e ouvir tamanhos desacatos e tamanha ausência de boa educação e de alguma vergonha, deveriam merecer alguma consideração por parte desta gente que se assume como nossos representantes na casa da democracia e de se comportam como se fossem carroceiros ao serviço do dono disto tudo...

 


26.4.24

LIBERDADE

 50 Anos.

Uma idade bonita.

Parece que foi ontem que pelas nove da manhã bati à porta da Livraria Ulmeiro na Avenida do Uruguai para saber algo de mais concreto... mas foi há cinquenta anos!!!

Pela tarde fui até Sete Rios para olhar com muita curiosidade o que se passava na escola técnica da pide...

Foram cinquenta anos!!!

Nunca mais olhei por cima do ombro quando acedia ao metropolitano no Rossio... nunca mais tive medo...

Nem quando quase diariamente passava pela antónio maria cardoso a caminho ou de volta do ISPA na rua da emenda...

É a LIBERDADE ... de viver!!!

22.4.24

As promessas

 Se o afonso henriques não tivesse andado à porrada com a mãe;

Se o diniz não tivesse casado com a isabel;

Se o prior do crato não tivesse andado com as miúdas da zona;

Se o condestável tivesse ficado pelo mosteiro de flor de rosa;

Se o mestre de aviz tivesse ficado por fronteira;

se o andeiro não tivesse sido um "garganeiro";

Se o pedro e o miguel tivessem tido mais juízo;

se o carlos tivesse ficado mais uma semana em vila viçosa;

Se a cadeira não se tivesse partido:

Se o portão da escola prática de cavalaria não tivesse sido aberto a tempo;

Se os mil e quatrocentos milhões não tivessem sido inscritos no orçamento de dois e vinte e quatro;

SE... SE... SE...

Os mil e quinhentos milhões do irs não tinham sido uma aldrabice,

O primeiro não tinha mentido:

Todos os segundos estavam livres de cansar os miolos para encontrar desculpas esfarrapadas;

Os portugueses ficavam mais ricos, os que fossem mais ricos e os pobres continuariam a ser pobres; 

Mas todos estariam a pensar que não foram enganados por conta dos tais cinquenta mil votos...

Chegou a hora do cumprimento das promessas...

Espero ver um dia destes o primeiro, mais os dezassete e ainda os tais quarenta e um numa peregrinação a fátima para cumprimento do prometido, porque... promessas impossíveis se cumprir não podem ser cumpridas pelo que se torna necessária a confissão, o respetivo perdão e o pedido de desculpas pela pouca vergonha manifestada "urbi et orbi"...







13.4.24

Os ouvidos

 Eu sou burro,

Tu és burro,

Ele é burro,

Nós somos burros,

Vós sois burros,

Eles são burros.

Como não há regra sem exceção, aqui vai ela: o primeiro ministro não é burro, os dezassete ministros não são burros e os quarenta e um secretários de estado não são burros.

Ao fim e ao cabo todos podemos concluir que não se trata de uma questão de iletracia mas tão somente de uma questão de audição...

O homem está inocente: nós é que ouvimos mal.

Cuidem-se os polícias, os gnrs, os professores, os oficiais de justiça, os médicos, os enfermeiros e demais funcionários públicos, etc e procurem rapidamente uma lavagem aos ouvidos, porque a coisa pode estar preta...

5.4.24

Cadeiras ocupadas

 Está tudo operacional: os putativos estão nomeados e empossados; as cadeiras estão no lugar; os lugares aguardam pelas personalidades; as mesas de trabalho ainda têm alguns espaços vazios; as pastas estão distribuídas e agora toca a trabalhar, porque já há gente a manifestar-se na via pública por melhores condições de trabalho, o que quer dizer, mais salário...

Está claro que o pessoal não vai dar tréguas a toda esta gente que deixou o descanso das suas vidas profissionais e familiares e vai ter que aturar todas as desgraças e desventuras deste povo desventurado e amargurado e desgraçado.

Todo o mundo vai querer que este pessoal resolva todos os problemas de um dia para o outro, apesar de se saber que as promessas das campanhas eleitorais são apenas e tão promessas de campanhas eleitorais e que agora merecem algum desconto a bem da seriedade e da realidade.

Mas o povo não quer saber da realidade e da verdade, uma vez que a coisa foi pintada de outra maneira onde se vislumbrava a hipótese de o salário e as condições de vida do dia a dia sofrer uma melhoria bem significativa, pois diz-se que promessas são para cumprir e mais nada...

Que tivessem pensado que não se podia dizer tudo e mais alguma coisa e muito menos prometer tudo a todos sem se saber a viabilidade do que se estava a prometer.

Agora que os aturem...porque eles foram os eleitos e os escolhidos para dar felicidade aos milhões que dela carecem...

Pela parte que me toca não tenho bem presente das promessas que me foram feitas durante a campanha eleitoral e não tenho a certeza se me prometeram o aumento da pensão ou  se, pelo menos, não me cortarem qualquer coisa... pelo que a minha expectativa não é grande, aguardando apenas o desenrolar dos acontecimentos, esperando apenas que a barragem do maranhão tenha alguma água lá para o fim do verão.

O resto a gente há-de ver...

11.3.24

Quem te viu

 Aí estão o resultados "quase" finais e o cântico da vitória e a tristeza da derrota ocorreu já no final do dia, quando ninguém se atrevia a pronunciar-se sobre o vencedor.

Mas aconteceu e finalmente muitos portugueses puderam ir para onde é habitual irem quando acaba um dia de trabalho.

Alguns foram tristes, outros alegres, outros ainda semi contentes e finalmente uma boa maioria tinha-lhe saído a sorte grande pelo que tiveram muita dificuldade em adormecer tranquilamente, mas a vida é assim: sempre que há motivo de tristeza, certamente que para outros haverá razão de alegria.

O problema vai ser agora, pelo que a farra e o regabofe de comentadores, de analistas, de especialistas, de  adivinhos e de jornalistas vai continuar durante os próximos meses, dando cada um a sua leitura dos resultados e a sua visão do próximo futuro, quanto aos possíveis ministeriáveis, à formação do novo governo,  à sua sustentabilidade e à sua duração...

As televisões vão continuar a gastar uma pipa de massa com tantos comentares, tantos analistas e tantos especialistas como nunca se viu, mas a guerra das audiências tudo justifica à pala do dever de informação, mesmo que muita seja manipulada e comprometida descaradamente.

Mas é o que temos e o que vamos ter, pelo menos, nos próximos seis meses...

Entretanto haverá milhentas formas de ler e comentar os resultados, de atribuir responsabilidades por isto e por aquilo, bem como preparar o enterro para uns quantos intervenientes no processo eleitoral.

Ao fim e ao cabo entre mortos e feridos algum há-de escapar para ter uma próxima oportunidade de alegria ou de tristeza...

Por mim já o disse várias vezes: desde que não me cortem na pensão... 

Meu pobre ALENTEJO, quem te viu e quem de vê...

 

9.3.24

Por enquanto

 Ele não dá ponto sem nó, pelo que todo o pessoal envolvido na campanha eleitoral e em todo o processo da eleição dos duzentos e trinta deputados no próximo dia dez de março deveria ter consciência do significado da boca mandada para o ar no último dia da campanha.

Quem pensou que estava a dizer que os indecisos tinham que deixar de ser indecisos para passarem a manifestar-se com a sua presença nas mesas de voto; quem lhe passou pela cabeça que estava a dizer para não votarem no espalha brasas; quem pensou que estava a manifestar a sua opinião para dizer que são estes e não outros os candidatos que vão a votos, conforme os resultados finais, deve andar a dormir e a estar com pouca atenção para deslindar o sentido obscuro da intervenção efetuada.

Por mim, que não me encontro no grupo dos indecisos e tão pouco me situo na zona da intervenção efetuada, tenho uma leitura ligeiramente diferente da que deram a entender as manifestações de desagrado por parte de alguns comentadores e até de alguns candidatos a deputados.

O homem terá pouco interesse em preocupar-se para onde vão os indecisos e provavelmente terá mais propensão a que fiquem sentados no sofá a ver o que vai suceder mesmo sem o seu voto por se entender que são descontes com a política e com os políticos , pois cá por mim o que mais lhe interessa e sempre interessou desde que dissolveu a assembleia da república foi dar um sentido e uma orientação que venha a contemplar uma determinada zona bem determinada do espetro político concorrente ao preenchimento maioritário dos assentos na assembleia da república.

Digam tudo o que tenham a dizer, comentem tudo o que tenham a comentar, informem tudo o que tenham de informar, analisem tudo o que tenham a analisar: no fim vão dizer-me candidamente que não tenho o direito nem sequer a capacidade de penetrar nos pensamentos e nas ideias de quem quer seja e muito menos  nos pensamentos e nas ideias de tão ilustre figura. Mas...

Para mim está encontrada a figura e a personagem de toda a campanha eleitoral que terminou...

Por enquanto...

E já agora aqui vão os resultados: só um partido é que perde verdadeiramente, um outro talvez e todos os outros ganham...

8.3.24

Foram feias

 Estão a chegar até mim os ecos da farra dos últimos dias da campanha eleitoral para as legislativas de dez de março.

Vou ter à minha disposição cerca de vinte e quatro horas de descanso para os meus olhos e para os meus ouvidos, durante as quais não terei oportunidade de ver e ouvir as vozes, os gritos, as promessas de tudo e de mais alguma coisa, tudo ao serviço do bem-estar do povo.

Durante cerca de vinte e quatro horas vou ser privado de me regalar com as promessas mais incríveis que poderiam mudar o sentido da minha vida, oferecendo-me mais pensão, colocando um médico e um enfermeiro a cerca de cinquenta metros da minha residência, produtos sem iva no supermercado a dispensa cheia de coisas boas e deliciosas por tuta e meia, combustíveis ao preço a uva mijona, internet de borla, impostos suaves como suave são os flóculos da neve que vai caindo por estes dias, etc...

Um sem número de coisas boas que terei à minha disposição a partir do dia dez de março com as quais nunca sonhei e sempre estiveram longe das minhas necessidades que dentro de muito pouco tempo vão desaparecer por completo.

Vai ser uma vida boa, mas principalmente vai ser uma nova vida sem problemas para toda a gente mesmo para todos aqueles a quem falta um emprego, uma casa, um médico de família, um centro de saúde com todas as valências incluindo as urgências durante as vinte e quatro horas do dia...

Vão ser uns tempos de vacas gordas onde nada vai faltar incluindo professores na escola pública e médicos e enfermeiros nos hospitais públicos e privados, que nos vão prestar todos os serviços e assistências sem necessidade de desembolsar um cêntimo que seja...

E tudo isto à custa do trabalho e do empenho dos craques que apareceram na campanha vindos de outra dimensão, onde gozavam a vida ganha noutros tempos das vacas gordas à custa da seiva do povo...

Vou ter saudade de alguma coisa destes tempos próximos passados: das aldrabices, das bujardas, das malandrices, das mentiras, das meias verdades, das ofensas pessoais, das aldrabices, das maledicências, da pouca vergonha, e até de algum bom senso que surgiu inadvertidamente por parte de alguns intervenientes no processo e na festa de arromba que foram estes dias agora passados...

Algumas bocas foram feias... e quem as proferiu não merece respeito e consideração...

Na manhã de segunda-feira alguns vão acordar, esperando eu que a festa devolva a cabeça fria a muitos que a perderam sem saber o que se estava a passar...

 


24.2.24

Os debates

 Começou a campanha eleitoral para as eleições de dez de março, mas em contrapartida acabaram os debates entre os candidatos a primeiro ministro.

Não sei o que foi ou será melhor para o pessoal que pensa ir votar, mas para mim que nunca falhei uma votação, sem dúvida alguma que prefiro a campanha eleitoral porque, pelo menos, não terei de fazer o "sacrifício" de ouvir os científicos comentários daquelas enciclopédias de conhecimento sobre a política nacional.

Não é fácil fazer um rescaldo sobre os debates, mas tenho a certeza que me vejo privado da oportunidade de enriquecer desmesuradamente os meus conhecimentos sobre a política ouvindo todos aqueles cientistas feitos comentadores e alguns dos melhores jornalistas moderadores de debates entre políticos.

Diria que algumas coisas eu aprendi: pedir dignidade, verdade, respeitabilidade, seriedade, moralidade e algumas coisas mais aos candidatos, aos comentadores e aos entrevistadores/moderadores é coisa que está fora das minhas expetativas que esperava dos debates e ações consequentes.

Foi um ver se te havias sobre quem estaria menos comprometido pelo respeito do adversário, pelas suas ideias, pelas suas palavras, pelo seu direito de expressão, sem ser interrompido quer pelos seus colegas quer pelo próprio moderador que mais parecia um entrevistador com dois entrevistados em estúdios diferentes.

Honra seja feita aos representadores dos pequenos partidos, que tiveram um comportamento quase sempre exemplar no que respeita aos seus oponentes como ao moderador, respeitando quase sempre o seu tempo de intervenção, ao contrário do que aconteceu sistematicamente com os craques dos três maiores partidos e às vezes com o do quarto, que mais pareciam estar num taberna a jogar à sueca e não num debate político na presença de largos milhares de telespetadores.

Francamente não gostei e adianto que para mim e para muitos milhares de votantes foi a coisa inútil e de alguma maneira perniciosa por ter afastado alguns votantes pelo desagrado causado por algumas intervenções.

Digam-me lá para que serviu a maior parte do tempo dos debates que colocaram frente a frente os "concorrentes" quando o que disseram foi sistematicamente o mesmo em todos os debates?

Serviu para alguma coisa este modelo?

Talvez e apenas para dar voz a umas boas dezenas de comentadores que, certamente, não estiveram ali numa situação de "pro bono"..., embora alguns não merecessem nem um euro pelos lugares comuns proferidos que seriam acessíveis a qualquer votante mesmo que residindo lá nas profundezas do país interior profundo...

Não assisti à maioria dos debates e muito menos à enorme quantidade de comentários.

Mas fiquei cansado e arrependido do tempo gasto no processo... 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

9.2.24

O chumbo

 Neste imenso universo conhecido existe um pequeno país governado por um sistema dito "democrático" onde o povo decide por voto secreto os seus governos e muitas mais coisas.

Como em todos os outros países conhecidos existe uma miríade de profissões a exercer funções das mais simples ou mais complexas, mais importantes ou menos importantes, mas todas necessárias para o bom funcionamento da sociedade.

Para o exercício de algumas funções dessas profissões exige-se a utilização dos mais diversos instrumentos, nomeadamente armas de fogo, consideradas essenciais e indispensáveis para o normal desempenho dessas funções.

Por razões, a grande maioria aceitáveis, os profissionais portadores de armas de fogo essenciais e indispensáveis para garantirem a defesa de pessoas e bens, bem como da sociedade em geral e de instituições em particular, os profissionais em causa sentiram-se descriminados relativamente a outros profissionais com funções semelhantes e até parecidas por atribuição a uns e não a outros de um determinado montante em dinheiro por conta do risco existente no exercício das respetivas funções.

Deliberaram um conjunto de protestos, iniciados por manifestações nos mais diversos locais, nas mais diversas horas e dias para gáudio das televisões que não perdiam pitada. Os protestos continuaram com a recusa de prestação de serviços de segurança a várias instituições, devidamente pagos por essas entidades, passaram a tentativas de entrega de armas, a apresentação de atestados médicos e, por fim, a reprovação "intencional" nas provas de tiro com as suas armas necessárias e indispensáveis para o exercício das funções da sua profissão.

Todo o tipo de manifestações e protestos na via pública, salvaguardando a garantia da ordem pública e a segurança de pessoas e bens, são perfeitamente aceitáveis como forma de obtenção de justiça que se julga estar posta em causa.

A recusa da prestação de serviços remunerados fora das suas horas de trabalho e devidamente autorizadas até podem ser aceitáveis, desde que a autoridade da hierarquia não seja posta em causa.

As faltas ao serviço justificadas por atestado médio de "duvidosa legalidade" que comprove a existência de uma doença real que impossibilita o exercício de funções da referida profissão só dirão respeito ao médico responsável pela emissão do referido atestado.

Mas o chumbo "voluntário" numa prova de tiro com armas usadas normalmente e necessárias e essenciais para o exercício das funções da profissão não pode permitir que os respetivos profissionais continuem a ser classificados como profissionais daquelas profissões.

Pelo que só temos presente uma via à disposição dos decisores para solucionar o problema: demissão imediata, com todas as consequências...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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7.2.24

O apelo

 Arrasador, abrasador, aterrador tem sido o tempo dos debates pré-campanha eleitoral para as legislativas de 10 de março.

Nunca pensei que as televisões tivessem todas uma bolsa de comentadores, de analistas e de jornalistas altamente qualificados para analisar, comentar e opinar sobre os debates entre os candidatos a ganharem as próximas eleições.

Estava longe de pensar a existência desta realidade, pelo que fiquei um tanto ou quanto desnorteado quando vejo que logo após o fim dos debates, que mais parecem ser uma entrevista com um jornalista a fazer perguntas nem sempre iguais a cada dos intervenientes e não um moderador sem desejo de ser o ás da festa, aí estão os comentadores, os analistas, os especialistas, os jornalistas/comentadores e os comentadores/jornalistas a debitarem tudo e mais alguma coisa sobre o que disseram os tais intervenientes e candidatos a primeiro ministro do próximo governo.

Umas vezes aparecem dois, vezes aparecem quatro e já estiveram presentes em número mais elevado e todos a dizerem o que já disseram noutros debates semelhantes.

E isto não acontece no canal que transmitiu o debate. Acontece em todos os canais generalistas em cabo ou sem cabo, sendo manifesta a abundância deste pessoal que tanta falta têm feito na composição de todos os governos, principalmente na composição deste último com maioria absoluta.

Já tenho pensado no que seria este País se tivesse um governo de maioria absoluta composto pela grande maioria destes comentadores, de analistas e de jornalista.

Esta situação não seria do agrado dos diretores nos canais de televisão porque se veriam privados de tanta ciência e de tanto conhecimento de todos os setores sociais, económicos e financeiros que diariamente demonstram nas análises feitas aos debates.

Em contrapartida ganhava esta terra e principalmente ganhava o povo ignorante quando tinha tanta dedicação e tantos conhecimentos na gestão da coisa pública, sem se preocupar pela hipótese de existir corrupção, economia paralela e má gestão e prática de injustiças de todo o género, sem listas de espera e sem cirurgias atrasadas e escolas sem professores...

Esta terra estaria ao abrigo de tanta porcaria que por aí anda, principalmente o desgoverno das escolas, dos serviços de saúde, dos transportes pública, da segurança de pessoas e bens, de salários de miséria, de pensões do terceiro mundo de privatizações calamitosas e aldabradas, enfim, de um sem número de coisas que nos são oferecidas por esta gente incompetente que nos continua a governar.

Por isso aqui fica o meu apelo: que o próximo primeiro ministro ao poder os comentadores, os analistas, os os jornalistas, os especialistas que todos os dias nos oferecem um verdadeiro espetáculo de ciência e de conhecimento nas suas análises aos debates pré campanha eleitoral.

 


25.1.24

A indigestão

 Não me venham dizer que este país é uma parvalheira onde nada acontece. A contrariar o pensamento de uns quantos que passam a vida a denegrir esta terra, aí está realidade a desmentir tudo o que se diz na má língua.

Não está em causa a vida dos famosos objeto de análise e comentários diários em vários canais de televisão e em vários espaços de programação para deleite do povo mais instruído e com um nível de cultura e de conhecimentos acima da média, porque essa não passa de passatempos para ociosos, que não têm nada para fazer para além de se deliciarem com as peripécias do pessoal da pesada.

Está à nossa vista e ao alcance de um clic no comando da televisão para nos darmos conta do que vai acontecendo todos os dias na vida dos mais altos representantes do povo e das maiores personalidades da alta sociedade que com as suas ações nos deslumbram ao ponto de nos causarem as maiores admirações e originarem a maior estupefação por todas as ações que lhes são imputadas.  

Uns dirão um simples "não pode ser... a dignidade do homem não lhe permitiria fazer tal coisa pois isso é próprio de aldrabões...etc. e tal..."

Outros atrevem-se a proclamar "que isso é o que se sabe ser do conhecimento público, porque eu tenho um amigo que me diz que isso não passa de um pequeno iceberg de tal modo que o grosso das aldrabices ainda está por descobrir e talvez nunca se venham a saber...etc e tal..."

Sejam quais forem as situações que tornam a vida de todo este pessoal um pouco mais movimentada e com algum interesse e que faz mexer montanhas de comentadores, de analistas, de jornalistas e de especialistas de todo o género a realidade é que estamos perante umas circunstâncias como nunca aconteceram nesta terra a não ser quando o dom afonso henriques andava à batatada com a mãe e com os malvados dos infiéis que nos queriam roubar as nossas terras bem-aventuradas e as mais lindas praias do universo e arredores...

Há por aí inocentes que nada têm a ver com esta balbúrdia toda?

Certamente que sim, embora muita gente não saiba ou não queira saber onde procurar...

Para isso lá vamos tendo muita gente nomeadamente todo aquele pessoal responsável por elaborar processos de milhares e milhares de páginas que tornam a sua leitura bem mais interessante que um dos últimos livros do saramago... colocando no limiar das prisões os malandros que nos comem as papas no alto da careca... mas que na maior parte das vezes não passa de uma ameaça...

E ainda andam por aí alguns a dizer que não fazem ponta dum corno, ganham bem e gozam de belas reformas...

Ingratos, porque se não fossem eles o que seria dos canais de televisão, os comentadores, os analistas, os especialistas em qualquer coisa e finalmente os jornalistas, alguns dos canais tomam o pequeno almoço, o almoço e o jantar ao lado da mesa de trabalho fora do campo de visão da câmara... 

Mas grande indigestão!!! 


24.1.24

O primeiro

 Acontece um relâmpago no norte? É o primeiro a comentar na televisão.

Acontece chuva no sul? É o primeiro a comentar na televisão.

Acontece trovoada no leste? É o primeiro a comentar na televisão.

Acontece nevoeiro no oeste? É o primeiro a comentar na televisão.

Esteja onde estiver nada escapa a este génio da informação sobre as suas localizações não havendo jornalista e canal de televisão que não saibam a qualquer momento onde recolher umas declarações com as respetivas imagens para que o povo saiba sempre o que pensa e diz este sapientíssimo político, que mete no bolso todo o outro pessoal.

Mete-me alguma confusão o fato de não escapar pitada do que vai acontecendo no dia a dia e em cada hora sobre qualquer acontecimento de natureza política envolvendo quem quer que seja e sobre a matéria mais insignificante do mundo, mas desde que tenha alguma importância para o seu projeto lá estará ele a comentar largando para o éter os seus sábios bitaites.

Todos os outros ficam a ver navios, pois limitam-se a serem segundos, terceiros, quartos e por aí fora porque o primeiro é e será o seu lugar.

Dá trabalho?

É uma canseira?

É preciso estar sempre atento?

Pois que assim seja porque o homem terá muito tempo para descansar e para se rir de todos os outros quando chegar o tempo do seu descanso que ainda estará bastante longe e não lhe causará, por enquanto, dores de cabeça.

É o congresso dos socialistas? Pois...

É a constituição da aliança? Já tomou o pequeno almoço...

É uma reunião dos outros? Bahhh...

É sempre o primeiro...



5.1.24

Um tiro

 

Aí estão três eventos que talvez venham a dar que falar aos comentadores, analistas e críticos de qualquer coisa.

O ministério público permitiu que órgãos de informação dessem conta que o primeiro ministro era suspeito de um crime, logo apelidado de grave pelo ex-bastonário da ordem dos advogados, crime dito de prevaricação relacionado com uma lei feita de propósito para permitir um investimento de muitos milhões numa zona com alguns condicionalismos ambientais.

O tribunal de contas torna público um relatório sobre uma investigação solicitada em 2019 pelos socialistas sobre o processo de privatização da ana aeroportos de portugal, na qual se dava conta de algumas minudências que privaram o estado português de alguns milhões que ficaram no bolso dos compradores.

Os socialistas iniciaram o seu congresso onde o secretário geral foi oficialmente substituído por um outro, cuja eleição decorreu muito recentemente.

Ou muito me engano ou os órgãos de informação vão passar ao lado do relatório do tribunal de contas e vão dedicar  alguns espaços com alguma relevância ao trabalho do ministério público a propósito do tal crime de prevaricação imputado ao primeiro, objeto de laborioso trabalho por parte dos acérrimos defensores da ética e da moral exigidas aos políticos, concretizada no combate permanente contra as aldrabices e contra a corrupção que só poderá terminar com a total extinções dos corruptos, colocados no seu lugar merecido...

Poderá acontecer que estas matérias venham a constar dos discursos e ações de campanha por parte dos respetivos intervenientes, sendo certo que por mais esclarecimentos que venham a ser prestados haverá sempre matéria que os comentadores, analistas e jornalistas e especialistas entendam que precisam de mais esclarecimentos complementares porque os já prestados ainda deram origens a mais dúvidas metódicas, que carecem de ser esclarecidas e anuladas para que tudo fique claro como a...

Mas não se deveria ficar por aqui: para além da saúde, da habitação, da educação, temas obrigatórios, poderiam ter a gentileza de trazer para a mesa das discussões as privatizações que ainda não foram objeto de escrutínio por parte do pessoal responsável por tudo o que foi feito ao serviço da nação... 

Seria um tiro do tamanho do universo e arredores...

4.1.24

O circo

 Agora é a vez dos CTT com uma nova polémica relacionada com a aquisição de ações que representam 0,24 por cento do capital social da empresa, privatizada nos tempos áureos das privatizações devido à bancarrota originada pela governação socialista, como não podia deixar de ser.

A coisa é grave e atentatória da dignidade de Portugal que após ter procedido a mais uma privatização desastrosa das grandes empresas portuguesas, o governo tem o desgoverno de adquirir uma mãozinha de ações por dá cá aquela palha para fazer a vontade a bloquistas e a comunistas que já negaram o facto. Mas que interessa esta negação se os jornais e as televisões e talvez as rádios já disseram que estavam empenhados na chantagem para a aprovação de um orçamento dos socialistas.!!!

O que está dito está dito porque é verdade o que está dito e que negue quem quiser e tudo continuará a ser verdade, poque foi dito por .quem fala sempre a verdade.!!!

Se os jornais, as televisões e talvez as rádios já o disseram, bem podem desmentir o que quer que seja que não passa de uma mentira e de uma pouca vergonha para fugir à realidade e à verdade dos factos, que são ditadas pelos entendidos, jornalistas, comentadores e demais especialistas na matéria.

Agora que o costa já está arrumado, que o galamba vai pelos mesmos caminhos, resta o governo e o pedro para tudo continue na senda da pancadaria lá para a banda dos que causaram esta desgraça em que está metida o nossa terra, que vai esperando por um salvador do lado oposto, único que pode dar a garantia de que não vem aí outra bancarrota, não desapareça o serviço nacional de saúde, não se entregue a tap ao desbarato, como o foi com as outras empresas do tempo da troika, que não se reprivatize os ctt, que se deixe em paz o processo de todas as outras empresas públicas nas mãos de capital estrangeiro, etc e tal.

Enquanto o jornal e a televisão dos portugueses continuar a dedicar espaços em todos os noticiários com novas revelações que nada adiantam ao caso da murtosa, os outros canais não largam o caso das gémeas que carece de muitas outras explicações para além das que já foram dadas e apresentaram agora o caso das ações dos ctt estando metido ao barulho o novo secretário geral dos socialistas que até às eleições de março terá muito que esclarecer sobre o que fez e disse e não fez e não disse enquanto esteve no governo.

Está claro: isto é uma orgia intelectual para todos os jornalistas, comentadores, analistas, especialistas em todas as matérias que são chamados às televisões para análise e comentário, a que se juntam todos os candidatos a primeiro ministro de todos os outros partidos que querem atirar para o pantanal os socialistas e os seus governos, aproveitando todos para exigir mais explicações e mais razões sobre o sucedido bem como a respetiva ida ao parlamento para mais audições... porque assim o exige a moral e os bons costumes...

O circo vai-se montando porque os artistas estão todos aí...

Vamos ver quem vai ser o mais aplaudido...