20.2.13

O quintal e o adubo

O merdas, mascarado de sacristão beato e falante qual opusdei, falhou mais uma previsão, o que se fica a dever às dificuldades na Europa, como se ele não fosse o seu mandatário cá no burgo e pudesse lavar as suas mãos e ilibar-se de toda e qualquer responsabilidade da porcaria que está a fazer.

Depois, qual mal-agradecido, atira as culpas para os outros países com quem ele anda de mão dada para estoirar a economia dos tugas.

É bem feito. Quem nomeia para este cargo de alto gabarito uma pessoa destas e dela espera que contribua afirmativamente para a recuperação da economia, do equilíbrio das contas públicas e do défice, devia estar com a cabeça muito pouco equilibrada tal era o peso que assentava entre os ombros, que fazia torcer toda a espinhela…

Está para vir o dia em que este homem acerte com alguma precisão numa previsão que faça a qualquer distância temporal. Na altura da aprovação do orçamento de estado para dois mil e treze a previsão do índice do desemprego era um, passados pouco mais dois meses, já é outro bem diferente. Na mesma data atira com um número sobre a recessão, que agora já foi por água abaixo subindo para o dobro, mas a coisa não está mal, porque quase no mesmo dia foi aos mercados endividar-se um pouco mais e a procura foi muito superior que a oferta, embora a taxa de juros pouco tenha mudado.

Claro que os nossos credores esperam que o seu lacaio continue a colocar dívida pública nos mercados, tão só porque os mercados têm muito dinheiro e não sabem o que fazer dele a não ser explorar governos como o instalado em Lisboa, tendo, ainda por cima, a quase certeza que daqui a algum tempo, pouco, sejam convidados a investir mais uns milhões na dívida pública portuguesa.

Entretanto, vamos sendo alertados para a austeridade que se aproxima, como se a que está em vigor ainda não bastasse para encher de fúria muitos dos que se atrevem a chatear governantes e a coartar a sua liberdade de expressão, configurando o nascimento de uma ditadura e a privação de direitos e liberdades dos que mandam e governam por parte da escumalha de governados que se vão lembrando de apupar quem os anda a aldrabar todos os dias por diversas vezes sem que se perspetive qualquer proveito.

O pessoal anda a acordar da letargia em que se tinha deixado levar pelo cântico da esperança numa vida melhor depois de sanadas as maleitas e doenças e desgraças do setor público, principalmente os funcionários públicos, os pensionistas e os aposentados, isto é, todos os que vivem por conta do orçamento, como se não tivessem passado uma vida de trabalho a entregar ao estado parte dos seus rendimentos para garantir a dignidade dos últimos anos de vida.

Agora, aparecem do nevoeiro uns tipos todos janotas e bem falantes que não sabem governar nem têm jeito para tal e desatam a fazer merda por todo o lado que está a atolar o Zé Povinho, como se isto mais não fosse que um quintal destinado à produção de adubo para fertilizar os campos da Europa…

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