30.11.05

Lucros farmacêuticosII

Funcionava uma farmácia ambulante nas ruas da cidade de Braga e a ANF não tinha conhecimento ou, pelo menos, não se pronunciou.
Este facto estava a ajudar o ministro na sua “luta” farmacêutica, mas o homem não tem emenda e nem aproveitou.
O ministro começa a irritar-me e a fazer-me subir os azeites ao nariz, o que me acarreta uma fúria incontida, que preciso de descarregar nalguma coisa.
Não tendo outra, é no ministro.
Então o homem continua a dar cobertura à política de abertura de novas farmácias, continuando subjugado pelo seu arqui-rival e mandatário das farmácias. Tinha uma oportunidade de ouro, que lhe foi oferecida pela Universidade Católica e pela Autoridade da Concorrência, e fica-se...
È preciso não ter vergonha nenhuma para continuar a permitir esta situação, depois de tanto berro lançado ao vento contra o “patrão” das farmácias. Nem sei o que pensará o ministro sempre que se olhar ao espelho, mas sei o que o espelho lhe dirá ...”a tua cobardia ainda te permite olhar-me...???”. Coitado de um ministro, que trazia tanta esperança e nos dá tanta frustração. Não posso mais ouvir falar deste ministro sem que me ocorra uma pontinha de tristeza, não pelo mal que me tem feita, mas pela dor na alma que me tem causado.
Tinha colocado a fasquia demasiado alta para que o ministro pudesse passar-lhe por cima; criei um nível de expectativa muito alto, demasiado alto para a fanfarronice do ministro, pelo que a minha frustração é inversamente proporcional.
Afinal, quem é o maior cliente das farmácias; quem proporciona às farmácias aqueles lucros anormais; quem determina os preços dos medicamentos???
Será que o ministro nos poderia elucidar e informar alguma coisa sobre o conceito de “economia de mercado” quando se fala da farmácia e do medicamento?
Coitado de um ministro que prega com voz de trovão e age de mansinho, em segredo, de surdina, para que o pessoal não note que tudo continua na mesma.
A esta hora, o “patrão” está a esfregar as mãos, não porque esteja com muito frio, mas de contente pelo sabor de mais uma vitória do capital sobre a política.
Notem que não escrevi “sobre o poder”, porque este ainda irá manifestar-se nem que seja com outro ministro.

29.11.05

Lucros farmacêuticos

A Autoridade da Concorrência acordou agora para a situação do medicamento e das farmácias, despertada por um estudo da Universidade Católica. Mais vale tarde que nunca!!!
Relativamente ao medicamento a grande medida é a liberalização do preço. A fim e ao cabo não sabemos quem irá ganhar: se o consumidor se o fornecedor, mas fica bem falar-se de economia de mercado, quando o que está em causa é a saúde do pessoal.
Relativamente às farmácias parece que se lembraram agora que estas entidades são abastecidas pelas suas estruturas cooperativas de grau superior e que têm demasiados lucros, como se estes alguma vez fossem demais.
Para a Autoridade da Concorrência foi necessário o estudo da Universidade Católica levantar a questão, quando podia consultar as estatísticas dos gastos do Estado em medicamentos e as publicações anuais do INSCOOP, nomeadamente “As 100 Maiores Cooperativas”, para constatar que as uniões farmacêuticas estarão, certamente, entre as dez primeiras em volume de vendas.
Espero bem que o estudo da Universidade Católica não se fique apenas pela curiosidade da Autoridade da Concorrência, considerando salutar que esta diga alguma coisa ao Ministro nem que seja por descargo de consciência, uma vez que o Ministro conhece muito bem esta situação, não de agora, mas de há muitos anos.
Agora, que é outra vez Ministro num Governo de maioria absoluta deverá ser consequente com o que tem dito repetidas vezes e não se fique apenas pela pregação…e não se esqueça da liberalização de abertura de farmácias por parte de quem quiser…
Continuamos cá para ver a evolução disto tudo.

28.11.05

Colapso

Parece que as conservatórias do registo predial (?), civil (?) estão a funcionar a meio gás por colapso do sistema informático, segundo uns, devido a sobrecarga da memória, segundo outros, ao esgotamento da capacidade do sistema operativo.
Parece também que o sistema informático das conservatórias está a funcionar há cerca de um ano…
Os portugueses… que não se preocupem, porque foi pedido às conservatórias para estarem abertas até às vinte horas e, suponho, que também terão pedido aos trabalhadores para acompanharem esse horário, provavelmente com pagamento de horas extraordinárias, até que o problema se resolva.
Digo bem, se resolva, e não que seja resolvido.
Eu espero, nós esperamos que alguém nos venha dizer o que realmente se passou, de quem foi a responsabilidade e quem assumiu essa responsabilidade.
Depois, eu espero, nós esperamos que nos informem dos prejuízos causados ao Estado e aos Cidadãos pelo colapso do sistema informático instalado e os respectivos custos, para que a culpa não morra solteira.
Eu espero, nós esperamos que um Director-Geral, um Presidente, um Secretário de Estado, um Ministro, seja quem for, seja demitido de imediato e obrigado a suportar os prejuízos causados, para que todos nós fiquemos a saber que ainda há ética e dignidade pessoal e profissional, de modo a que continuemos a dar o benefício da dúvida às capacidades de liderança e de governação do nosso Primeiro.
Eu espero, nós esperamos que um Director-Geral, um Presidente, um Secretário de Estado, um Ministro não demita um escriturário ou um técnico recém-licenciado e recém admitido por ter sido considerado responsável de tudo o que se passou.

27.11.05

Palmas

Foi um fim-de-semana da justiça, isto é, dos juízes e não sei de quem mais ligada à justiça.
Primeiro o congresso dos juízes no Algarve, onde esteve o Presidente a abrir e o Ministro a fechar.
Depois um encontro de delegados sindicais no Estoril para fazer o balanço das recentes greves.
O jornalista estava muito preocupado pelo facto de os juízes não terem batido palmas ao ministro, de tal modo que lhe perguntou se ainda tinha condições para continuar ministro.
Nem sequer ponho a hipótese de o ministro ter ido ao congresso sem ser convidado, pelo que as palmas seriam desnecessárias, dadas as circunstâncias, bastando que houvesse delicadeza, urbanidade e educação por parte de quem convidou, mesmo que não gostasse do convidado.
Se eu estivesse naquela situação nunca teria ido ao congresso, uma vez que já sabia que não era bem-vindo. Mas retirava ao jornalista a oportunidade de uma pergunta tão profunda.
Nunca tinha ouvido colocar a questão daquela maneira: então porque não há palmas, já não há condições para continuar ministro? Que teria feito a da Educação? A esta hora, por aquela lógica o Primeiro já teria nomeado umas boas dezenas de ministros por falta de palmas.
Devemos concordar que retirar direitos e não privilégios, não é merecedor de palmas, mas de apupos, mas parece que estes o jornalista não ouviu. Menos mal…
Só não percebo porque é que, sendo direitos, os juízes não fizeram greve de solidariedade, quando foram retirados os mesmos aos outros funcionários públicos sem privilégios e aos outros funcionários públicos com direitos e privilégios, nomeadamente, os militares, os polícias, os republicanos…
Nós gostamos destas coisas. Estamos prontos e preparados para o que der e vier, desde que seja dar pancada no Governo.
Só não estamos preparados para comida igual… mesmo que seja proveniente da mesma cozinha e feita pelo mesmo cozinheiro…

24.11.05

Uma delícia

Foi uma delícia.
Não tive a oportunidade de ouvir as declarações do candidato da “verdadeira esquerda” a Presidente da República sobre as faltas de um secretário de estado durante o tempo em foi vereador na CM de Penamacor.
Se outro mérito não tiveram, pelo temos levou a que muitos portugueses se interessassem por saber onde ficava tal câmara municipal que deu um secretário de estado.
Teria uma certa curiosidade em saber o tempo real que este caso ocupou nos órgãos de informação: certamente que todos ficaríamos profundamente chocados com tanto tempo perdido.
A quem pode interessar se o secretário de estado perdeu o mandato por faltas injustificadas, se deixou de ser vereador porque renunciou, porque suspendeu, porque tinha mais que fazer.
O problema é dele, nem sequer da câmara municipal, que logo o substituiu por outro, talvez até melhor.
Mas devemos reconhecer que tudo isto foi um autêntico fórróbódó.
Quem se lembrou de se deslocar à câmara municipal solicitar ou requerer fotocópia da reunião do executivo e…
O aeroporto já era, os juízes já sentenciaram, os professores já condenaram, a seca já lá vai, o Benfica, o Porto, o Guimarães… é preciso ocupar a malta com coisas importantes.

AeroportoI

Foi uma autêntica bomba, não atómica, mas tão só de trotil: a conferência de imprensa para apresentação do projecto do novo aeroporto internacional da Capital do Reino.
Sucederam-se declarações e mais declarações a favor e contra; foi uma roda-viva durante vinte e quatro horas.
Passadas que são quarenta e dois e parece que o aeroporto já está concluído: tudo na paz dos deuses.
Claro que a corporação dos juízes, dos professores, dos… varrem a sociedade tal furacão com origem nas Caraíbas.
Qualquer dia ainda me convencem que os juízes trabalham vinte e cinco horas por dia, que durante as férias trabalham apenas vinte e quatro, porque estão de férias, evidentemente. Isto não é para admirar, pois se até o Senhor Presidente da República nos vem sossegar, afirmando que, de facto, os juízes aproveitam as férias judiciais para trabalhar. Se o Presidente diz, quem sou eu para duvidar?
Mas, com o passar do tempo ainda me convencem que os tribunais sem processos atrasados têm juízes que ali vão à tardinha para tomar conhecimento do expediente…e nada mais fazem que não seja boicotar o trabalho dos outros.
A andar por este caminho qualquer dia começo a pensar que todos os problemas do ensino em Portugal, não são os ministros, não são os secretários de estado, não são os directores-gerais, os reitores, os professores, os sindicalistas, mas tão só e unicamente os alunos. Corram com eles e… acabaram-se os problemas.

PresidenciaisIII

Já não tenho condições psíquicas para ouvir o candidato Manuel Alegre; já não tenho condições psicológicas para ouvir o candidato Mário Soares.
Ando a ficar entusiasmadíssimo com a qualidade da pré campanha eleitoral para Presidente da República.
Há candidatos que não dão quaisquer hipóteses aos adversários e também aos eleitores: os órgãos de informação têm tido o cuidado de nos salvaguardar de eventuais desmandos.
Mas há candidatos que estão todos os dias na crista da onda: porque eu fui o primeiro, porque tu foste o segundo, porque eu fui traído, porque tu não merecias, porque eu é que sou, porque tu é que não és.
Para elevar ainda mais o moral, vem o Primeiro a mandar umas bocas sobre o que foi e o que não foi.
Um mimo, a campanha eleitoral destes dois candidatos.
Os homens que comandam e dirigem as respectivas campanhas não têm o bom senso de levar os candidatos a jantares, a almoços, a visitas, a passeios, ao ginásio, à sauna sem a companhia de microfones?
Tenham presente, os candidatos e os seus acompanhantes, que a cada declaração para a imprensa de um e de outro são umas centenas de votos direitinhos no Professor. Por este andar se as agulhas não forem mudadas o Operário ainda vai ter mais votos que os dois candidatos da “esquerda”.
Queixem-se, depois, de termos um Presidente eleito à primeira volta, apesar dos dez da sua governação enquanto Primeiro.

14.11.05

Presidenciais II


A campanha eleitoral para Presidente da República tem cartazes curiosos, para utilizar uma expressão civilizada.

Um dos cartazes que me tem chamado a atenção é aquele onde se afirma que ”Portugal precisa de si”.

Este cartaz tem várias leituras possíveis, das quais destaco: é o Professor que o afirma dirigindo-se a mim; sou eu que o afirmo dirigindo-me ao Professor; o Professor precisa de mim, isto é, do meu voto.

Senhor Professor, esteja descansado que eu sei com toda a convicção possível que Portugal não precisa de mim para coisa alguma, muito embora eu pague todos os impostos consignados na lei.

Senhor Professor, se me quer por a ler o cartaz e ficar convencido que Portugal precisa do Senhor Professor, esteja descansado que eu já estou vacinado e que essas coisas não me causam qualquer tipo de constipação, para além de que a escrita ao contrário não se pratica na língua portuguesa, a não ser quando se utiliza o espelho…

Senhor Professor, se é o Senhor que precisa do meu voto para ser Presidente da República, esteja também descansado, porque esse sempre teve a mesma cor, que nunca foi a sua, pelo que não é agora que vai mudar.

O meu voto, Senhor Professor, está naquele número de votos de uns tantos milhares de funcionários públicos aos quais o Professor não sabia o que fazer com eles: despedi-los não podia; matá-los não devia, reformá-los não queria porque deixavam de descontar para a CGA e de pagar impostos, nada mais podendo fazer que não fosse aguardar pela sua morte. De resto uma ideia muito parecida com algumas que vigoraram na Europa lá nas décadas de trinta e de quarenta.

Talvez o Senhor Professor já se tenha esquecido, mas olhe que muitos desses funcionários públicos para os quais a solução era a morte, ainda estão vivos e muitos deles ainda vão votar.

Por outro lado, Senhor Professor, eu não gosto de desertores nem de comandantes que abandonam o barco quando navega em mar calmo e muito menos na tempestade.

Com duas maiorias absolutas que lhe permitiam fazer todas as reformas que entendesse conveniente para Portugal ser “maior”, tenho o direito de lhe perguntar e de o questionar por todas essas reformas que agora não careçam de ser reformadas.

Uma única, talvez: o aumento do vencimento dos magistrados e de alguns altos funcionários da Administração pública.

Senhor Professor, seria capaz de garantir que enquanto Presidente da República teria poder para acabar com o monstro que criou quando exerceu as funções de Primeiro Ministro durante dez anos?

12.11.05

Seis vezes mais

Um dos sindicatos dos trabalhadores da administração pública anunciou hoje um estudo onde revela que o governo terá gasto em indemnizações a trabalhadores em 2004 seis vezes mais que em 2003.

Parece que estamos a falar de qualquer coisa como trinta milhões de euros.

Está bem de ver que o estudo do sindicato se refere a 2004, pelo que um ministro do actual governo veio logo a comentar que os dados não são da sua responsabilidade, pelo que nada tem a comentar.

Mas nós, os vulgares e comuns cidadãos, gostaríamos de saber a que trabalhadores da administração pública foram pagos esses trinta milhões de euros, gostaríamos de saber a que título e gostaríamos de conhecer também as categorias que estão em causa.

Trata-se de indemnizações por rescisão do contrato de trabalho? Com justa causa? Sem justa causa? De comum acordo?

A imprensa não disse, mas o estudo do sindicato com certeza que disse, que escreveu, que afirmou, pelo que nós temos todo o direito de saber todas as circunstâncias da notícia.

Se não for a imprensa, que seja o sindicato a informar e a divulgar a realidade constante do estudo.

A falta ou a carência de informação ou a informação direccionada ou a informação condicionada ou a informação cortada e incompleta não é informação, mas... má fé.

9.11.05

Manifestações


Hoje foi dia de manifestações: umas às claras, outras às escondidas.

Isto é, umas autorizadas, outras não autorizadas.

Cada qual com as suas razões.

Razões que a grande maioria do povo não aceita, não entende e nem sequer percebe o que se está a passar.

O que é que os polícias realmente querem: melhores condições de trabalho, mais salário, mais autoridade, ir para a rua e deixar os gabinetes? Parece-me bem que não.

O que é que os estudantes realmente querem: melhores condições de trabalho, mais aulas, mais exames…? Pode ser isso tudo, mas o que aparece é a “santa” propina.

Não há guita para isto tudo: para pagar os estudos, para comer, para vestir, para calçar, para os transportes públicos…

Quem passa, durante o dia, pela cidade universitária vai poder constatar que a as várias faculdades ali mediadas não devem precisar de tantos professores: pois se ali estão dezenas e dezenas de carros estacionados!!!

Certamente que os ditos não podem ser dos estudantes, mas sim dos professores e dos funcionários públicos, que ganham o suficiente para estes caprichos e ainda por cima não pagam propinas

Mas também não devem ser muitos os que enchem diariamente o Bairro Alto, as Docas e outras coisas mais, para além dos concertos, estes de vez em quando, tanto mais que também a cultura faz falta a muita gente.

8.11.05

Exclusão Social?

Já tinha feito a pergunta por diversas vezes: quais as razões profundas do que se está a passar nalgumas cidades francesas, nomeadamente nos arredores de Paris? Trata-se apenas e tão só dos fenómenos de exclusão social ou, se quiserem, da não integração social dos emigrantes do norte de África?

Estas duas razões já existem há muito tempo, mas a onde de violência e de terror por terras de França ainda não levam quinze dias!

Tenho visto e ouvido diversas reportagens de alguns órgãos de informação oriundas directamente dos locais, mas nunca entendi as razões de tais acontecimentos. Penso mesmo que os próprios jornalistas estão nas mesmas circunstâncias: as explicações adiantadas não satisfazem.

Contudo, no dia de hoje no canal público de televisão foi entrevistado um vereador “português” de uma câmara dos arredores de Paris e falou claro como água límpida e cristalina: parece que terá havido uma tentativa das autoridades francesas em controlar a economia paralela florescente nos bairros em questão.

Olha no que as autoridades francesas queriam meter-se…

Continuo a acreditar que a grande solução para acabar com o défice das contas do Estado é acabar com a economia paralela, que será tão ou mais florescente do que em França.

Agora, podemos perguntar com conhecimento de causa se vale a pena o combate iniciado em França.

Os custos podem ser bem superiores aos proveitos, mas a Democracia seria a grande ganhadora.

Que venham bons exemplos da França e que sejamos capazes de os aproveitar!!!.

3.11.05

Piscina

Senhor Presidente da CML

Não se trata de uma carta aberta; trata-se antes de uma mensagem ao abrigo do segredo de justiça, única forma de vir a ser lida com alguma segurança.

Venho convidá-lo para tomar banho; não na piscina do meu apartamento porque a dimensão é a de uma simples banheira; não nas piscinas privadas que por aí abundam nas novas construções apesar da crise; não nas piscinas públicas da cml porque essas o presidente conhece-as bem.

Venho convidá-lo a tomar um banho na piscina do Jardim do Arco do Cego, recentemente inaugurado. Se por acaso não quiser ou não puder ir, fica desde já convidado o arquitecto paisagista responsável pelo projecto. Se por acaso este não quiser ir ou não puder será, certamente por falta de poder do presidente.

Resta-lhe levantar um processo disciplinar sem intenção de proceder a despedimento com justa causa, mas tão só e apenas de aplicar a sanção de o obrigar a esvaziar a referida piscina sem recurso aos meios da câmara.

Eu acho que era justo, que era salutar, que era pedagógico tanto o banho como o esvaziamento da piscina.

Senhor Presidente, aquilo é uma vergonha!!!

2.11.05

Esquecimento

Nestes últimos quinze dias andei um pouco distraído ao deixar passar uma série de acontecimentos, factos ou situações sem, ao menos, lhe dedicar umas curtas linhas.

A actualidade é para os meios de informação, muito embora às vezes e por vezes fazerem referência ou noticiarem coisas com um atraso relativamente grande se tivermos na devida conta que informação dos tempos modernos é regida pelo ponteiro dos segundos.

Passaram-me ao lado os fabulosos lucros dos bancos, das operadoras de comunicações, das petrolíferas…

Factos que não merecem especial realce de nos detivermos um pouco mais nas condições socioeconómicas dos utentes dessas empresas e, por isso, os responsáveis por tantos milhões de lucros.

Ficamos a saber que temos os melhores gestores mundo no que respeita à condução dos negócios e das actividades desenvolvidas por essas empresas, pois que quanto ao nível de remunerações já nós sabíamos há muito tempo.

Nada que não fosse merecido face aos resultados obtidos.

Passou-me também ao lado aquela coisa de Felgueiras: afinal parece que os tribunais funcionam, apesar de muita gente não acreditar nos juízes nem sequer se importarem muito com as greves. Afinal, que mal faz a este País um aumento de dez ou quinze mil processos a aguardarem justiça?

Não fui capaz de pensar na origem dos milhões de euros necessários para manter os subsistemas de saúde dos magistrados, dos polícias, dos militares…Continuo na dúvida, mas dúvida sistemática, sobre esta origem de fundos, mas quer-me parecer que todos esses milhões não têm outra origem que não seja os descontos efectuados por todos os utilizadores, numa percentagem, certamente, muito superior à aplicada aos outros funcionários públicos.

Longe de mim pensar que é o Estado a investir nesses subsistemas de saúde com dinheiros provenientes dos impostos cobrados aos que pagam impostos.

Se ali não investe, por que razão absurdo quer acabar com esses subsistemas de saúde, para os quais nada aporta???

Responda quem souber…

1.11.05

Escrever

Nem sempre se escreve quando se quer e nem sempre que se quer se escreve.

A verdade é que não ser obrigação escrever todos os dias algumas linhas e colocá-las neste “blog” deixa-me descansado e nunca angustiado porque um dia qualquer não escrevi coisa alguma.

É da vida!!!

Umas vezes temos vontade e não temos oportunidade, outras temos oportunidade e não temos vontade.

Não haverá crise alguma se isto for assumido com naturalidade própria de uma consciência tranquila.

Se assim não for, estamos a um passo de sermos dominados pelo stress e por tudo o que este fenómeno moderno significa.

Olhem que há coisas piores.

A vida

A vida tem destas coisas: num momento somos, um pouco depois já descansamos na paz eterna.

Quando pensamos que a vida é só nossa, que a vida não depende de mais ninguém; que a vida somos nós que a fazemos, somos nós que a conduzimos, somos nós que mandamos e mandamos bem, não estamos preparados para sentir e constatar que tudo isso não passa de uma ilusão.

É melhor assim!!!

Doutro modo, ainda haveria mais injustiças por esse mundo fora e ninguém daria o que quer que fosse por um acto de solidariedade que não fosse apenas uma intenção de tirar proveito próprio.

Ao menos, que nos fique a consciência tranquila por termos feito aquilo que deveria ter sido feito, mesmo que não o absolutamente certo: nestas circunstâncias basta que seja ou que tenha sido entendido como o correcto naquelas circunstâncias.

Hoje estamos; amanhã poderemos não estar. Aconteça o que acontecer a única coisa que merece a nossa consideração e respeito é o sentimento de termos dado à vida o que a vida nos pediu ou nos exigiu, sem esperar que a recompensa viesse acomodar a nossa consciência.

Os que vão, que seja com dignidade; os que ficam, com dignidade seja!!!