Tenho deixado passar em branco montanhas de oportunidades para realçar o que houve de melhor na nossa tristinha vida de lusos maltratados pela grande maioria dos nossos políticos.
Mas a vida tem destas coisas: quando se tem pela frente muita coisa para fazer e para ver e para sentir somos tentados a esquecer que devemos à nossa consciência a obrigação de referir o que houve ou há de importante e que merece a nossa atenção no dia-a-dia da vida social e política da nossa terra.
Esquecer isto, mesmo que voluntariamente, é esquecer o dever de estarmos atentos ao que se passa à nossa volta e que é digno e merecedor de umas linhas, mesmo que sejam desta natureza.
O dever de cidadania não se fica só pela necessidade de exigirmos o cumprimento dos nossos direitos de cidadãos, mas também e principalmente a obrigação de prestarmos a devida atenção aos acontecimentos que podem influenciar a vida de cada um bem como a nossa vida coletiva de país e de nação que ainda continuamos a ser.
O dever de cidadania também passa pela referência a tudo o que represente um desvio do que deveria ser o caminho percorrido e a percorrer por todos nós, principalmente por aqueles que que se arvoram a condição e estatuto de representantes e governantes do POVO.
Sinto-me no dever e na obrigação de confessar aqui que a ausência de quaisquer comentários à grande parte dos acontecimentos relevantes que ocorreram nesta terra no decorrer dos últimos trinta dias se fica pela profunda tristeza sentida perante o espetáculo que nos foi dado observar e que teve como protagonistas os nossos governantes mais importantes.
Foi um erro tentar esquecer-me de tudo o que aconteceu?
Terá sido, mas ao mesmo tempo foi uma oportunidade de aliviar a cabeça e deixar que o tempo resolvesse e limpasse toda a porcaria que aconteceu.
Dizem agora que entrámos num novo ciclo, esperando eu que esse novo ciclo tenha alguma duração e que dele não conste toda a javardice que ocorreu no anterior e principalmente que não haja tanta pouca vergonha como se viu nos últimos tempos.
Nós, os cidadãos que vivemos na dependência dos salários ou das pensões, temos o direito de esperar desta gente um pouco mais de dignidade, de ética, de honradez e de consciência ao serviço dos superiores interesses do POVO.
Dado que somos nós, os que temos salários e pensões, os pagadores da crise temos o direito de exigir um pouco mais de respeito de todos os que dispõem das nossas vidas como se de vidas de escravos e de servos gleba se tratasse, porque somos vilipendiados e ofendidos todos os dias que passam pela safadeza desta gente colocada no poleiro do poder.
Mas um dia isto vai mudar…
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