14.7.13

As imposições

Dizem por aí que o mediador para a negociação do acordo de salvação nacional já caiu.

Esperamos que isto não possa ser prenúncio da queda do acordo mesmo antes de se iniciarem as devidas negociações para o efeito.

Já agora, que muita gente se interessou e achou brilhante a tal ideia de acordo de compromisso, que não sendo coisa nova, foi a primeira vez que surgiu daquelas bandas, tenha o êxito que dele se espera e que não demore muito tempo, sob pena e risco de se esfumar nas brumas da memória.

A coisa não começou lá muito bem uma vez que foram enunciados uns princípios extremamente vagos e confusos e pouco tempo depois já o "primeiro?" queria impor o conteúdo para as negociações.

Esta coisa para resultar não pode começar desta maneira e as coisas não podem acontecer com a prevalência de uns sobre outros e todos deverão estar nas mesmas condições para discutir e assinar seja o que for.

Mesmo que todos os partidos estejam de rastos e a sua credibilidade bem como a dos seus líderes esteja abaixo de zero, não nos esqueçamos que os outros, os que pensam que dominam e mandam, estão da mesma maneira, dado que se tem constatado a sua incapacidade para resolver os problemas que vão surgindo.

Podem pensar tudo o que quiserem sobre a democracia, sobre o seu significado, mas todos sabemos e temos consciência que ela não existe sem os partidos políticos, muito embora haja por aí gente que arvora a necessidade de acabar com eles, talvez com a ideia de virem a criar outros, mais de acordo com os seus pensamentos e as suas ideias do que é ou deve ser um governo.

Mesmo que seja altamente desejável que o acordo torne uma realidade, é também uma realidade que não haverá acordo sem a participação dos partidos políticos atualmente existentes, mesmo que não mereçam a confiança dos portugueses que só têm uma maneira de o demonstrar, como sejam as eleições.

De qualquer modo nunca poderá haver acordo se à partida não se verificarem algumas condições e exigências de base para que se possa desenvolver um conjunto de ideias a concretizar em ações que mereçam a concordância de uma ampla maioria do POVO, manifestada através dos seus representantes, mesmo que não prestem para nada a não ser para receber o seu salário pelo compromisso assumido.

Por mim, só tem validade o acordo que acorde o que possa acontecer depois das próximas eleições e para vigorar pelo menos para uma legislatura inteira, condição indispensável para valer a pena o trabalho de alcançar um acordo.

Por outro lado, pensemos que o catual governo não pode ser parte com qualquer prevalência sobre as outras, pelo que a negociação deveria ser iniciada com um governo que não seja parte interessada no seu bom termo ou que seja suportado por um ou mais partidos concorrentes às próximas eleições, sejam elas antecipadas ou não.

Que não se comece com imposições…


 


 

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