Ainda o homem não estava beatificado como secretário geral e já os seus adversários políticos da ala liberal declaravam guerra a toda a hora e em todos os campos e em todos os tempos da vida de todos.
É destas coisas que eu gosto: ainda não fui eleito, ainda não fui indigitado e ainda não fui nomeado e já tenho atrás de mim os meus hipotéticos adversários que também ainda não foram eleitos nem sequer têm, garantido o lugarzinho lá no parlamento.
Mas entendo: mais tarde quando for declarada a guerra real já não haverá dúvidas dos locais onde os nossos adversários se vão colocar para as diatribes do costume: quem governa é incompetente, quem não governa é especialista em todas as matérias como se as suas qualidades e competências fossem insufladas no ato e no momento de se sentar na cadeira de deputado.
Mesmo que assim não seja, passa a ser por obra e graça de se estar na oposição e não se ter qualquer tipo de responsabilidade na gestão da coisa pública, sendo apenas a sua obrigação a de desancar quanto mais forte e mais feio melhor naqueles desgraçados que aceitaram lugares na estrutura governativa.
Sempre foi assim sempre assim será.
Do mesmo modo surgiu a questão de novos ministros. Não querem lá ver que ainda o homem não foi eleito nem sequer se saber nem se vislumbra a possibilidade de ganhar as eleições, ser indigitado e nomeado primeiro ministro e já aos jornalistas estão a indicar-lhe futuros ministros.
Está-se mesmo a ver que aquela malta dos microfones não faz a mínima ideia das perguntas mais importantes que deveriam ser feitas nestas circunstâncias e a única coisa das suas preocupações são ideias sobre os futuros ministeriáveis sem se saber sequer quem como e quando vai haver um primeiro ministro empossado pelo presidente.
Ainda agora o circo começou e já temos os artistas do costume a mandar as suas bocas e o que mais me emociona é ver que a grande maioria dos jornalistas e comentadores e analistas e especialistas e politólogos dizem todos mais ou menos a mesma coisa sem que se vislumbre um comentário que não seja baseado em suposições ao alcance do comum do pessoal minimamente informado, pelo que estamos e ficamos inundados de lugares comuns ao alcance de todos que não sejam jornalistas, comentadores, analistas, especialistas e politólogos.
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