A comissão técnica independente, constituída para estudar a melhor localização para o novo aeroporto de Lisboa, apresentou o seu relatório dentro do prazo estabelecido.
Não houve novidades nas soluções estudadas e os resultados finais, ou semi-finais conforme quiserem, não agradou a gregos e os troianos ficaram com um sabor amargo na boca.
O que eu quero dizer é que as soluções apresentadas, ou melhor, as posições estudadas com a profundidade possível por todos os especialistas envolvidos no assunto deram como resultado que imediato foi alvo de severas críticas e aplausos satisfatórios.
Ao fim e ao cabo quem concordava antes com a previsível orientação para a localização do novo aeroporto de lisboa, sem ter quaisquer conhecimentos sobre a matéria, continuou a concordar e reforçou a sua satisfação; quem discordava do pensamento geral continuou a discordar da solução apresentada atirando uns quantos epítetos à comissão e aos seus membros, todos eles especialistas em todas as matérias da sua competência, partindo do princípio que a comissão estava pura e simplesmente errada dado que os pressupostos em que se baseou estavam errados.
Era certo e sabido que qualquer solução apresentada que não tivesse a participação de um determinado entendido nunca seria merecedora da sua concordância, quer fosse por princípio, quer fosse porque é preciso que nestas coisas não haja entendimento pleno, porque em democracia a contradição é essencial.
Eu entendo perfeitamente que um proprietário de um terreno rústico que não vale um peido seco estaria na expetativa de o novo aeroporto de lisboa ocupasse o seu terreno para aparecer um punhado de euros para tapar algum buraco existente. Por outro lado, o autarca de uma determinada zona esfregava as mãos de contente pela esperança de um altamente provável benefício para o desenvolvimento da sua autarquia e consequentemente para benefícios dos munícipes.
Falta ainda referir as posições baseadas no enquadramento político no aspeto partidário e ideológico que tomariam a sua posição conforme a orientação desde sempre assumida.
De lado ficam os arautos da desgraça e da miséria intelectual que não aceitam que apareçam uns quantos que possam ter a ousadia de pensar de uma maneira diferente e assumam que há determinados valores que se situam acima dos interesses de cada um.
Houve tempos em que disponibilizei gratuitamente as minhas propriedade no alentejo para a construção do aeroporto de lisboa, mas logo admiti que a minha disponibilidade não teria quaisquer efeitos uma vez a coisa estava muito longe dos interesses dos mais interessados...
Mas nem por isso critiquei os resultados apresentados pela comissão, considerando que se tratou de um trabalho sério e honesto que mão merece ser desconsiderado como já foi logo na hora e encima do acontecimento, de tal modo que ainda a senhora não tinha acabado a sua exposição e já se ouviam os cães a ladrar...
Quem pensou que isto acabou, está mesmo muito enganado pois já foram anunciados novos estudos por outros inteligentes, cujas conclusões podem estar longe do que ontem foi anunciado.
Se esta coisa já vem dos tempo do homem das beiras, pode muito bem esperar por mais uns quantos estudos.
Talvez que alguns desses estudos tenham presente a minha oferta...
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