19.12.23

E tudo o mais...

 Disseram alguns comentadores que a próxima campanha eleitoral vai ser feia e suja.

Não se pronunciaram muito sobre os argumentos das suas afirmações, mas deram a entender que havia muitas coisas que seriam trazidas à discussão não indicando quem seriam os mais prejudicados. E contudo não seria difícil adivinhar que a direção das afirmações ia atravessar-se no caminho dos socialistas., dado que as escandaleiras dos governos do costa, mais a saúde, mais a educação, mais sei lá o quê seriam objeto de análise profunda dos candidatos da direita, com algumas antenas audiovisuais a ajudar no forró. 

Que assim seja porque nada despertará mais os ânimos dos eleitores que uns bons escândalos, principalmente os desconhecidos ou que ainda estão devidamente escrutinados pelos comentadores e jornalistas.

Não me parece que sirvam de muito as guerras da privatização da tap com os seus avanços e recuos, vende e não vende, quanto vende e quanto não vende. Do mesmo modo o serviço  nacional de saúde não vai piorar mais ainda do que já está pelo que o que se pode de novo adiantar pouca coisa será a não ser mais uns quantos milhares de cidadãos sem médico de família, as filas a aumentar de cumprimento e as urgências como sempre entupidas.

A magna questão da localização do novo aeroporto de lisboa não servirá para grandes diatribes, tanto mais que o grupo de trabalho constituído logo no dia do anúncio do relatório da comissão técnica independente foi anunciado, ficando o pessoal perfeitamente convicto que a sua conclusão seria a conclusão final de todo o processo.

Falta ainda a tal história dos charcos do projeto dos dados de sines que foram destruídos pela construção do edifício, bem  como os projetos do litio e do hidrogénio que ainda estão em fase de maturação, independentemente da situação da investigação às escutas telefónicas onde foi citado o primeiro ministro.

apesar de o primeiro ter apresentado a sua demissão, que foi aceite, apesar de o primeiro não ter sido candidato à reeleição como secretário geral do seu partido e tampouco ser candidato a deputado vai continuar a ser o bode expiatório das desgraças governamentais do seu partido, sendo que essas serão uma das matérias escaldantes da campanha eleitoral. A não ser que, entretanto, o supremo venha a dizer alguma coisa de concreto sobre aquelas famosas dez chamadas.

Tudo parece indicar que os bombos da festa vão ser o costa e o santos e todos os partidos da direita estão esfregando as mãos de contentes uma vez que as ocasiões parecem pender para o seu lado. 

Mas os outros não devem estar a dormir na forma e certamente que estarão também eles a preparar as suas munições e as suas armas para o ataque logo que oportuno.

E aí teremos informação quanto baste sobre muitas das coisas que continuam longe do conhecimento generalizado do público votante.

Nestas circunstâncias poder-se-á ir até aos princípios da expo98, ao contrato da construção da ponte vasco da gama, passando pelas privatizações das maiores empresas portuguesas, como a ana, a ren, a edp, a galp, os ctt, as parcerias público-privadas, a construção das autoestradas e outras coisas cujas consequências começam a estar patentes no processo do novo aeroporto.

E tudo o mais...

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