Num incerto dia do mês de maio/agosto de todos os anos, os portugueses, crentes, ateus, agnósticos e os sem quaisquer opções, beneficiavam de um feriado, institucionalizado há muitos anos, para celebrar uma festividade da igreja católica romana. Contudo, os passos e os portas, entendendo que se tratava de uma celebração discriminatória, tiveram por bem riscá-la do calendário mandando para as urtigas a tradição.
No dia cinco de outubro de todos os anos, os portugueses, fascistas, comunistas, progressistas, reacionários, socialistas, esquerdistas, centristas e direitistas, monárquicos e republicanos, beneficiavam de um dia de descanso oficial para utilizar, cada um à sua maneira, o dia da implantação da república e lembrar que um parvalhão qualquer pode mandar para o outro lado da vida um rei e um príncipe, sem que se tenha tempo para descer da carroça. Contudo, os passos e os portas retiraram do calendário o feriado, que já durava há uma porrada de anos e anular a tradição, que não era tradição porque ofendia muitos portugueses que sentiam saudades da monarquia e não se reviam na república, com toda a razão, diga-se a propósito.
No dia um de novembro de todos os anos, os portugueses utilizavam o dia para festejar todos os santos independentemente da crença religiosa e aproveitavam o dia para homenagear com um ramo de flores, mesmo de plástico, as campas dos seus antepassados, já partidos desta vida miserável. Mas os passos e os portas entenderam que santos eram aqueles que com eles concordavam e os mortos, porque já estão mortos, não careciam de flores todos os anos e daí fizeram mais uma cruz no calendário, para demonstrar que a tradição é quando lhes dá jeito e quando eles querem.
No dia um de dezembro de todos os anos, os portugueses, principalmente os patriotas, dispunham de um dia para lembrar e relembrar que esta terra, quando é preciso, tem tudo no sítio e não serve de desculpa o poder dos filipes, dos andeiros e de quaisquer outros, quando o povo quer e exige, mesmo à custa de facadas e de espadeiradas. Mas os passos e os portas vieram lembrar também que a glorificação dos nossos gloriosos pode ter um efeito pernicioso com uma eventual rejeição dos actuais mandatários dos mandões estrangeiros, o que não seria bom para a saúde das finanças públicas, pelo que seria razoável retirar do calendário esta duvidosa tradição, em eventual violação do tratado de lisboa e do tratado orçamental.
Sempre se disse que "não há regra sem exceção" e que a lei foi feita para ser desrespeitada.
No dia um de novembro de todos os anos, os portugueses utilizavam o dia para festejar todos os santos independentemente da crença religiosa e aproveitavam o dia para homenagear com um ramo de flores, mesmo de plástico, as campas dos seus antepassados, já partidos desta vida miserável. Mas os passos e os portas entenderam que santos eram aqueles que com eles concordavam e os mortos, porque já estão mortos, não careciam de flores todos os anos e daí fizeram mais uma cruz no calendário, para demonstrar que a tradição é quando lhes dá jeito e quando eles querem.
No dia um de dezembro de todos os anos, os portugueses, principalmente os patriotas, dispunham de um dia para lembrar e relembrar que esta terra, quando é preciso, tem tudo no sítio e não serve de desculpa o poder dos filipes, dos andeiros e de quaisquer outros, quando o povo quer e exige, mesmo à custa de facadas e de espadeiradas. Mas os passos e os portas vieram lembrar também que a glorificação dos nossos gloriosos pode ter um efeito pernicioso com uma eventual rejeição dos actuais mandatários dos mandões estrangeiros, o que não seria bom para a saúde das finanças públicas, pelo que seria razoável retirar do calendário esta duvidosa tradição, em eventual violação do tratado de lisboa e do tratado orçamental.
Sempre se disse que "não há regra sem exceção" e que a lei foi feita para ser desrespeitada.
Um dia qualquer a tradição pode deixar de ser tradição, desde que... haja alguém que a quebre.
Sempre aconteceu e sempre acontecerá...