Considerei muito interessante uma carta de uma aposentada dirigida ao Pedro e de que tive conhecimento através do correio electrónico, a propósito das pensões da administração pública, dizendo qualquer coisa como o que se segue:
Oh Pedro, se continuas a pensar que os reformados e os aposentados são uma carga para o estado com graves prejuízos para o orçamento, venho dizer-te que tens um processo que te alivia desta preocupação e retira ao estado qualquer dever e obrigação para com os reformados e aposentados em geral e para mim em particular.
Manda fazer as contas ao dinheiro que os meus descontos e os descontos da minha entidade patronal colocaram à guarda do estado durante toda a minha carreira contributiva; soma-lhe as correcções monetárias e a inflação, acrescenta-lhe os juros, desconta o que já me pagaram e manda depositar tudo na minha conta bancária e livra-te de mim e dos meus problemas e dos problemas que eu causo ao orçamento de estado.
Feito este depósito podes continuar a aplicar as taxas de impostos devidos a todos os cidadãos e garanto-te que não pedirei nada mais ao estado, que não seja ser tratado como um qualquer cidadão cumpridor das suas obrigações e merecedor de todos os seus direitos.
Contudo, não te esqueças de deixar de descontar a minha contribuição para o subsistema de saúde da administração pública, porque o seu montante mensal que fica à tua guarda é manifestamente suficiente para um seguro de saúde numa qualquer instituição privada e especializada na matéria.
Esta solução será do teu inteiro agrado e para mim é muito mais conveniente porque fico com a certeza que a gestão dos meus bens assegurada por mim e não por ti tem muito mais garantia do que a actual, pois pode de um momento para outro vir a ser confiscada ou pelo menos diminuída no seu valor.
Por outro lado, deixarias de passar o tempo a fazer queixinhas e desculpas por causa dos encargos suportados pelo estado no pagamento das pensões e das aposentações.
Por isso, Pedro, é que eu não concordo com o teu projecto de abocanhar dez por cento das pensões pagas aos aposentadas da administração pública com o argumento da convergência, para além do que já abocanhaste com o argumento da solidariedade, mas nunca foste capaz de assumir que a tua política pretende apenas e tão só colocar uma albarda nos aposentados da administração pública, fugindo cobardemente à verdade e justificando todas as mentiras em que já te envolveste sem qualquer tipo de vergonha .
Fico então à espera que tu, do alto do teu pedestal, ordenes a um "funcionariozito", daqueles que se chateiam tanto, e não a um dos teus muitos assessores, que faça as contas e despaches sem mais delongas para que o total seja depositado na minha conta bancária, prometendo-te que nunca mais irei a uma manifestação de aposentados, que vão abundando por aí.
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