26.6.09

Politólogo

Parece que os manifestantes do Manifesto não eram vinte e sete mas trinta e parece também que também estes três não são do BE, o que confirma a inocência dos bloquistas na questão da crise portuguesa, pois que continuam a não ter qualquer economista de elevada importância para ser convidado para manifestante do Manifesto nem mesmo o FL, apesar do seu discurso ser acintosamente perfeito e verdadeiro e sério e honesto quando fala da política de esquerda num País do centro e da direita.

Nada podemos fazer enquanto não aparecer um grande economista nas fileiras do bloco para que alguém possa dizer-lhes que é tempo de assumirem as suas responsabilidades e deixarem-se de brincadeiras porque isto toca a todos e ninguém tem o direito de colocar o rabo de fora e continuar a criticar imperialmente quem tem que decidir e actuar mesmo com eleições à porta…

Já nem falo do PC porque para estes há muito tempo que o destino está traçado: a missão é malhar nos capitalistas e seus lacaios em defesa do nosso povo e da classe operária porque há gente no povo que não é da classe operária, mas não há ninguém da classe operária que não seja do povo.

Se isto está confuso, vai deixar de estar muito rapidamente porque quero confessar que eu próprio sou do povo mas não sou da classe operário e tenho muita dificuldade em entender algumas coisas que se passam neste cantinho que a natureza colocou no traseiro da Europa, mas plantado à beira-mar com um clima do caraças que até os "beefes" e os "fritzes" adoram e não dispensam, apesar da crise…

Não entendo porque é que o Presidente da República fala duma sondagem sobre a preferência dos portugueses por eleições no mesmo dia, quando ninguém conhece tal sondagem nem sequer se sabe se se encontra registada e muito menos quando foi feita e por quem e a mando de quem… tanto mais que agora ninguém acredita nas sondagens até se conhecerem os resultados dos actos eleitorais…

Fico sem entender se o Presidente fala a sério para convencer alguém se para se convencer a si mesmo sobre o sentido da sua decisão… o que seria para mim muito preocupante dado que eu vou votar independentemente das datas dos actos eleitorais e das poupanças da simultaneidade, uma vez que a iluminação da Avenida da Liberdade bem pode ser mais comedida e não permitir que o pessoal passe os serões da época natalícia a ler jornais na tal avenida dada a potência da luz…

Também não entendo as razões que levam a Presidente do PSD a declarar-se contrária ao negócio da PT com a PRISA para a compra de capital da Media Capital, dado que se trata de duas empresas privadas que querem fazer um negócio que não tem nada a ver com a vontade dos políticos quer sejam da oposição quer estejam no Governo, parecendo-me que o problema não são contas dos respectivos rosários…

E muito menos entendo o entendimento da Presidente do PSD sobre uma eventual saída do Moniz dos comandos da TVI para falar em "tragédia?", sendo que esta empresa é privada e os políticos não têm nada a ver com as relações laborais existentes entre os patrões e os trabalhadores a não ser que os políticos sejam do Bloco de Esquerda, sejam do PCP e sejam do CDS, porque aí outros galam cantam em defesa do trabalho e das microempresas…

Não entendo outras coisas, mas o ruído de fundo causado pelo Pacheco Pereira fez com que parasse os meus desentendimentos, senão qualquer dia ainda me convidavam para comentador e passavam a denominar-me de "politólogo"…

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