De toda a noite eleitoral e de todos os comentários de todos os comentadores e de todos os políticos, que tive a oportunidade de ouvir, duas coisas me fixaram a atenção.
Ouvi o Paulo Portas a dizer, mais ou menos, que era muito perigoso o resultado eleitoral da esquerda, isto é da esquerda à esquerda do PS, pois que ultrapassava os vinte por cento em pleno século vinte e um!
Não admira muito que o Paulo Portas tenha chamado a atenção para este facto, uma vez que ele pode significar muito simplesmente a possibilidade de o seu Partido poder ser governo após as próximas eleições, partindo-se do pressuposto, que não é o meu pensar, que os resultados serão semelhantes ou que, pelo menos, apresentem o mesmo significado.
Por isso, não sei se o Paulo Portas estava a falar nas forças antidemocráticas segundo o seu ponto de vista já próximas da governação ou se se via longe de poder jogar qualquer papel na formação do próximo governo lá para o fim do ano.
Por mim, devo confessar que adorava uma maioria simples ou absoluta dos dois partidos de esquerda à esquerda do PS para vê-los a entrar em negociações para formar um governo: seria uma autêntica maravilha ver o Francisco Louçã a dialogar com o Jerónimo de Sousa para combinarem todas as nacionalizações que era necessário fazer para dar ao Povo o que é do Povo, isto é, tratar os malandros dos capitalistas como eles merecem por tudo o que já fizeram contra este malfadado País.
Gostava e adorava…
A outra foi ouvir o Professor Marcelo a comparar esta coisa a uma corrida de fórmula, que treinos, que a partida da primeira fila…
Ao Professor Marcelo era exigido comentário mais sério e mais honesto e não estas patranhas e estas comparações idiotas que nada têm a ver com o caso; vê-se mesmo que o prazo de validade da sua "comentarice" já está expirado…
Como eu também tenho direitos, não sei o que se passa na cabeça de muita gente atenta à política ou a viver da política desde políticos a jornalistas e comentadores para se falar logo no dia seguinte sobre a mudanças de rumo, sobre as mudanças das políticas, sobre a ingovernabilidade do País, sobre a subida do BE e da CDU e os perigos que isto representa para a democracia portuguesa (?), como se o objetivo das eleições tivesse sido a eleição da Assembleia da República e não o Parlamento Europeu!
Do mesmo modo e apesar de alguns argumentos poderem ser tidos em conta, que dizer de todos aqueles que declaram, afirmam e escrevem e decretam que o Governo já não tem legitimidade para continuar a governar, nos termos do seu programa lá porque o partido que o sustenta perdeu as eleições para o Parlamento Europeu?
Parece que já se esqueceram que até ao lavar dos cestos é vindima…
Claro que o Manuel Alegre, o Medeiros Ferreira e o Henrique Neto até já querem caras novas…
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