8.6.09

Foi ontem

Desde ontem à noite que a ciência política se mostra em todo o seu esplendor nas nossas televisões, parecendo mentira que tenhamos agora tantos entendidos, para não dizer "espertos" de modo a não ofender ou depreciar ninguém, pois agora é que isto está no rumo certo com as coordenadas e azimutes bem fixados.

Agora todos mandamos, ou sabemos mandar, "os bitaites" que não se diziam uns minutos antes das vinte e uma horas de ontem.

E não se diziam porque todos estavam à espera pelos resultados reais, não fora o diabo tecê-las, como se veio a verificar.

Mas rapidamente de adotou uma estratégia para lançar as linhas de orientação política para os próximos tempos, conforme determinaram os resultados, isto é, conforme se colocam do lado do perdedor ou dos lados dos vencedores, mesmo que se trate de uma vitória pouco significativa, muito embora se trate sempre de uma vitória.

O que é curioso no meio disto tudo é que poucos minutos ainda não tinham passado do decreto do cartão vermelho ao Primeiro e ao Governo, significando a sua expulsão, e já as sondagens aí estavam a baralhar o pessoal.

Todos os vencedores afirmavam que se tratava de uma derrota do Primeiro e do seu Governo, todos diziam que se tratava de uma condenação clara e contundente das políticas do Governo, mesmo se tratando de umas eleições para o Parlamento Europeu e já as sondagens aí estavam para contrariar os argumentos dos vencedores.

Claro que com a experiência adquirida nesta e em outras eleições, a orientação das sondagens passará a ter interesse apenas a quem delas beneficia: aos seus fazedores e aos seus utilizadores, porque ao pessoal da baixa pouco significado e interesse terão, dada a sua validade face ao resultado final…

Vamos passar uns tempos interessantes: uns a querer andar, outros a querer parar, outros ainda a empurrar para a frente, outros talvez a dar um jeitinho para o lado e poucos a falar a sério sobre o que interessa ao pessoal que vive a vida real.

Vai falar-se muito da legitimidade dos que estão, da legitimidade dos que querem estar, das posições pragmáticas dos que não estão e não querem estar e das enormes expectativas dos que têm sérias hipóteses de estar.

Cada um à sua maneira vai dizer que os resultados de ontem têm dois significados: os resultados só se aplicam à Europa e os resultados só têm um significado possível e estão relacionados com as práticas desastrosas levados a cabo pelo Governo em Portugal.

Nós, os que votamos e que não sabemos "amandar" faladura, cá estaremos para dedicar a devida atenção ao que se vai passar lá mais para o fim do ano…

Mesmo que eu tenha a minha preferência já determinada há muitos anos, não seria mau que os eleitores fossem coerentes, dando uma maioria absoluta seja a quem for…, embora eu duvide, o que me faz pensar no general da antiga Roma que andou pela Ibéria…

A RTP já começou a disparatar com uma mega discussão sobre a leitura dos resultados eleitorais…

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