6.7.09

O Momento

Estive no Algarve uns dias curtindo o sol e o vento, porque a água estava um tanto ou quanto fria para o meu gosto. Apesar de tudo valeu o azul do mar e o peixe fresco no churrasco para dizer que se pode ir àquelas terras à procura do descanso do dia e não apenas da diversão da noite, como dizia um famoso cozinheiro num programa de tv que o Algarve é bom para gozar a noite e ver nascer o Sol quando se vai para o hotel…

Os milhares de estrangeiros e outros tantos de naturais que se deslocam ao Algarve para apanhar sol, espojar-se na areia, tomar um banho ou outro, deitar cedo e cedo erguer não passam de uns "merdas" que não merecem o que têm…

Que assim seja, uma vez que e apesar de ter visto nascer o sol muitas e muitas vezes nunca foi por andar noites inteiras na coboiada, a fumar cigarros e tragar pastilhas de tudo e de mais alguma coisa… cada um terá o que pensar merecer… desde que o mereça por sua conta e risco.

Mas voltei com a necessidade de continuar a utilizar o creme e a tentar encontrar nos jornais e nos outros meios de comunicação os ditos que terá ouvido o Manuel Pinho e que fossem considerados motivos suficientes para o tal gesto que eu nunca tinha visto em televisão: foi de antologia e o operador de imagem bem merecia um louvor ou uma promoção por aquele momento monumental que deliciou gregos e troianos uns por contentamento e outros por puro gozo e ninguém por tristeza. O Homem foi-se embora, mas será recordado durante muito tempo pelo seu gesto dirigido a uma bancada específica e não ao Parlamento inteiro, muito embora se possa pensar que não seria de todo imerecido.

Mas não vi nada escrito, mas tomei nota da oferta do Joe Berardo, que não é tonto…

Nestes afazeres de actualização passei os olhos por todas as páginas do "Diário Económico" e apeteceu-me fazer duas considerações: o Portugal dos comentadores convidados do jornal com artigos assinados evidenciando-se que o importante é continuar a saga da guerra contra o Governo e a economia das grandes negócios e das grandes empresas, com grandes gestores e muitos milhões e centenas de projectos de luxo dirigidos ÁQUELE outro Portugal que poucos de nós conhecemos. Até vim a saber que o imperial alentejano imperador do Café tem uns projectos imobiliários só acessíveis a quem não tem paciência para colocar nos seus lábios uma chávena de café mesmo italiano que seja, quanto mais do alentejano…

A isto chama-se diversificar o negócio, mas para mim esta diversificação nada conta porque tanto se me dá que o imperial imperador invista em apartamentos para ricaços ou em cavalos para que netos se dediquem a divertir o "Zé Pagode" naqueles espectáculos de demonstração da mais pura valentia, própria dos humanos superiores…

No fim da leitura dei comigo a perguntar-me: que raio de País é este retratado neste jornal? Quem são e onde estão estes portugueses que poupam tanto dinheiro se temos tantos milhões de pobres e outros tantos de remediados a viverem com reformas de miséria e ainda têm capacidade para tantos milhões de poupanças?

Decisão: oferecer o Diário Económico ao PCP e ao BE para que tenhamos informação sobre estes mistérios…

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