Era uma vez um ministério que tinha um ministro que pensava que mandava alguma coisa nesse tal ministério, mas chegava sempre à conclusão que quem mandava no seu ministério também mandava numa razoável quantidade de trabalhadores desse ministério, muitos dos quais faziam de conta que faziam alguma coisa para merecer ordenados superiores a outros trabalhadores de outros ministérios que tinham rigorosamente a mesma formação mas que não tinham nem se encontravam ligados a quaisquer corporações ou grupos organizados.
Vai daí que um dia entrou um novo ministro e que quando quis fazer qualquer sem pedir autorização ou sem dar conhecimento aos que antes mandavam viu-se a braços com uma guerra sem quartel porque a coisa não podia processar-se dessa maneira.
Se quer fazer qualquer coisa, tem que fazer com a nossa autorização ou então fazer o que queremos que faça.
O ministro novo não atinou com a brincadeira e pensou que as coisas não poderiam passar-se como os tais queriam tão só porque estavam habituados a fazer o que muito bem entendiam e como ainda melhor entendiam.
Falou com o primeiro e perguntou se ainda era ministro ou se já teria sido nomeado outro ministro porque o pessoal lá do ministério andava numa roda-viva de protestos por tudo e por nada, dizendo-lhe o primeiro que não tinha nomeado outro ministro e que o ministro continuava a ser o mesmo ministro mesmo que o seu pessoal fizesse tudo o que quisesse fazer para correr com o ministro.
Vai daí o ministro não está com meias medidas e desata a fazer aquilo que queria fazer chegando ao ponto de querer fazer aquilo que os tais não queriam ele fizesse nem à lei da bala, pois não houvera ministro algum que tivesse a lata de dizer que alguns dos seus trabalhadores não eram "muitíssimo bom", mesmo que tivessem conhecimento das leis estatísticas e daquelas coisas que alguns sabiam, mas a grande maioria não sabia, que os dados parece que se acomodam num processo a que vulgarmente se chama de "curva normal", com inclinações umas vezes à esquerda outras vezes à direita, sendo normal não ir nem para a direita nem para a esquerda mas ficar comodamente no centro.
Não é um ministro qualquer nem qualquer ministro que tem capacidade para dizer que é isto e não aquilo e muito menos determinar que as coisas a partir de agora têm estas regras de funcionamento e que as antigas regras de funcionamento deixam de funcionar porque agora temos novas regras de funcionamento.
O ministro está na dele, outros estão na deles.
Espero bem que o primeiro não se lembre de fazer asneira e se recorde daquela guerra do primeiro, que era primeira, lá da ilha com os mineiros…
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