Durante o serão de ontem no antes das e no respectivo intervalo estive em frente da televisão a ver e a ouvir os prós e os contras, desta vez sobre a avaliação dos professores.
Tive a oportunidade de ouvir uns quantos intelectuais e especialistas da nossa vida científica e académica, pelo que todos eram ou foram professores. Por isso mesmo, as suas posições não deixavam dúvidas: aquele processo não ajuda nada, é muito complicado, é difícil, etc… e muitas mais coisas que os professores não aceitam, pois a política por um lado, o orgulho por outro...
Por outro lado, ouvi dois intervenientes que não são professores, mas experientes naquelas matérias; para eles a coisa é como todos os processos de avaliação: tem coisas boas, tem coisas más, mas nada que o impeça de ser compreendido e utilizado pelos professores para avaliar professores, porque daí não virá mal ao mundo. O que não se entende é que os professores possam dizer que aquilo não pode ser aplicado dada a sua complexidade.
Fui-me embora por duas razões fundamentais: durante o tempo em que estive a ouvir as intervenções percebi que quando não se quer não há maneira de fazer querer mesmo que as evidências o demonstrem e depois não vou à bola pela responsável do programa pelas interpretações permanentes que faz às intervenções dos "seus" convidados, quase sempre corrigidas pelos próprios.
Fiquei com a certeza que a guerra vai continuar se o sistema continuar; poderá haver alguma paz durante algum tempo se a ministra for embora ou se o sistema parar. A ver vamos…
O que me chateia no meio disto tudo é que eu passei por sistemas de avaliação na AP onde estava institucionalizado que qualquer funcionário, mesmo que nada fizesse de útil durante todos os dias do ano estava convencido de ter direito a um "muito bom" não de nove mas de dez!!!
Para mim a coisa é muito simples: os professores nunca aceitarão um sistema de avaliação que ponha em causa uma única coisinha daquilo a que chamam "direitos e regalias" na progressão na carreira até lá acima sem quaisquer condicionantes que não seja o tempo mínimo para lá chegar.
Alguém tenha coragem para dizer que o que está em causa é o máximo de dinheiro com o mínimo de responsabilidade e de chatices por processos de avaliação que podem fazer alguma selectividade.
Alguém pode dizer que também está em causa o "poder", mas este caiu no sistema de gestão das escolas e logo foi relegado para segundo plano quando a corporação percebeu que já não mandava no ministério e a ministra avançou com o sistema de avaliação.
Dizer-me que já não mando nada é uma coisa; meter a mão no bolso é outra…
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