Deixei o Alentejo debaixo de água, com regatos, ribeiros e riositos e quejandos e semelhantes tudo a correr em direção à barragem do Maranhão.
Era um encanto ver tanta água surgida de um dia para o outro como se os céus tivessem deliberado resolver de uma vez o problema da falta de água armazenada suficiente para satisfazer todas as necessidades de toda a natureza viva.
Tive uma vaga esperança de que desta vez a barragem ficaria de tal modo cheia que houvesse necessidade de tomar as devidas precauções para não ir tudo por água abaixo.
Foi sol de pouca dura e logo veio o tal chamado de "bom tempo" pelo pessoal citadino e do ar condicionado: com sol e sem chuva com calor de preferência...
Voltei hoje e a coisa não teve melhoras significativas faltando ainda muita água para que a barragem se dê como cheia, os aquíferos a níveis satisfatórios, os nascentes com água visível, as fontes a transbordar e o pessoal satisfeito e contente como seria de esperar e merecer.
Porque isto de andar todos os dias a esperar por uma valente enxurrada que lavasse e limpasse toda a porcaria que se andou a fazer durante anos não é para o pessoal perdido neste Alentejo profundo.
Vá lá que nem tudo ainda está perdido, havendo alguma gente a pedir qualquer coisa como a do mondego...
Quem quiser que faça um digno esforço para entender este gente: se chove, quer o sol; se há sol que venha a chuva.
Pelo menos parece que o peixe já subiu, embora a água ainda esteja muito barrenta.
Só faltava que também quisessem água límpida sem uma pitada de barro...
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