27.1.20

Linhas vermelhas

Eu não acreditava. Ou melhor, eu não queria acreditar que os leacks" do futebol tinham a mesma origem que os "leacks" africanos.
Mas depois de confirmações de várias origens lá me conformei e admito agora que tudo partiu daquele rapazinho franzino de cabelo empastado e espigado que mais parece um inocente saindo da primeira comunhão.
O que é verdade sempre será verdade mesma que esteja rodeada de mentiras e de falsidades.
Por mim, que agora acredito, acho muito estranho que os "leacks" da bola tenham dado origem ao repatriamento seguido de prisão do génio torcido dos computadores, continuando preso e acusado de umas quantas dezenas de crimes, apesar de alguns terem sido retirados da acusação.
Mas os "leacks" africanos estiveram na gaveta todo este tempo e só agora é que irromperam por esse universo dos meios de comunicação qual bomba atómica lançada sem que alguém estivesse com a mínima atenção para os efeitos imediatos.
Em tempos considerava que o génio tinha mostrado a toda a gente que o mundo do futebol tresanda a porcaria e que os seus tentáculos abarcam um universo bem complexo onde a verdade, a mentira, as suspeitas andam de mãos dadas... mas tinha havido alguém que tentava meter ali o bedelho...
Pode ser o génio dos computadores, mas para o negócio é um idiota chapado e não tem qualquer aptidão, pelo que deixa muito a desejar.
Talvez estivesse convencido que estava perante casos semelhantes aos do início da sua carreira lá para as bandas do norte e que seria mais fácil sacar algum do escuro mundo da bola, deixando para outra ocasião ou até pondo de lado os mundos não menos escuros de determinadas atividades "empresariais"...
Estamos perante uma realidade bem estranha: os "leacks" da bola surgiram de imediato e os "leacks" africanos estiveram na incubadora uns quantos meses...
Ouvi falar de linhas vermelhas...

22.1.20

A hipocrisia

Hoje fazem de maridos cornudos...
Hoje fazem de mulheres traídos...
Hoje são os campeões da ética...
Hoje são os paladinos da verdade...
...
Mas ontem mendigavam umas palavrinhas... uma entrevistazinha...
Mas ontem batiam-se por um contrato de prestação de serviços...
Mas ontem pedinchavam um depósito numa qualquer conta bancária...
Mas ontem ofereciam partes de capital para dar projeção internacional...
Mas ontem assinavam as contas e juravam que estavam certas...
Mas ontem nem sequer ousavam questionar a origem do dinheiro...
...
Corria à boca cheia que a coisa não podia ser assim...
Soprava aos quatro ventos os rumores de todas as aldrabices praticadas...
Comentava-se em todos os bastidores que ali só podia haver gato com o rabo de fora...
Diziam que sabiam  e não acreditavam...
Diziam que duvidavam e não tinham provas...
Sendo quem é só pode ser mentira...
...
Alguém... num determinado momento... sem saber como... sem questionar...
Atiram-se ao mundo uns largos milhares de documentos... a concentrar quase tudo o que já se sabia num único ponto...
Aqui del-rei que nos roubaram!!!
Sabemos quem é o ladrão!!!
Aqui está o ladrão!!!

Eis aqui o reino da hipocrisia!!!

14.1.20

O candidato

Anda lá por terras moçambicanas, mas não se deixa abandalhar pelas circunstâncias nem se descuida nos avisos: veja não corte nada do que deva cortar; feridas agora seriam uma carga de trabalhos por  causa dos comprimidos para tornar o sangue mais líquido; os "stent" têm que aguentar.
Pois agora terá que ter mais cuidados com a sua saúde, porque vai ter um concorrente e adversário às eleições presidenciais, em muito melhor condição física e que não vai admitir fraquezas de espécie alguma.
À sua semelhança, o eminente candidato a presidente da república, jovem e de barba bem barbeada, tem à sua disposição  o púlpito da televisão para continuar a ser visto por "milhões" de portugueses que estarão disponíveis para votar naquele que melhor defender o glorioso e as suas gentes, pouco importando se tem ou não tem categoria para tais funções.
Desde que não se assuste com os berros dos adversários e berre mais alto ainda já reúne metade das condições para desempenhar qualquer cargo a todos os níveis possíveis e imaginários.
Poucos acreditavam na sua capacidade para ser eleito, mas foi e não tem qualquer problema em mandar sempre as suas postas de pescada sem qualquer vergonha...
Terá bastante tempo para ir dizendo ao universo dos eleitores que precisam de um presidente que seja presidente  como ele pode ser presidente desde que queira ser presidente.
Nesta ânsia de ser presidente a qualquer custo espero que não se lembre de, entretanto, querer ser presidente ali daquele clubezito avermelhado da segunda circular.
Aí haveria algum pessoal que não acharia muita graça: se quer ser presidente que seja de uma coisa que se veja e se sinta e seja conhecida no universo inteiro... 

11.1.20

O "superavit"

Se pensa que a aprovação na generalidade do orçamento de estado para dois mil e vinte vem resolver todos os problemas está mesmo muito enganado.
Para já não resolve o magno e escaldante assunto dos cadernos eleitorais dos laranjas da madeira, questão que ameaça a tranquilidade e a paz social de todo o burgo.
É que o pessoal não aguenta continuar durante mais algum tempo sem saber quem vai ser o "novo" leader dos sociais democratas laranjas e isso vai causar gravíssimos distúrbios por todas as regiões que mais não esperam que a paz e a tranquilidade para digerir os grandes aumentos (?) que se anunciam no orçamento.
Se eu estivesse na pele do centeno estaria com as orelhas a arder tal o calor das guerras  já anunciadas.
Os polícias e os republicanos já marcaram as datas para as primeiras batalhas.
Os enfermeiros também já anunciaram que vão começar as hostilidades e cuidado com eles: podem parar as doenças por falta de cuidados (dizem por aí que as urgências nos hospitais ficam muito reduzidas durante os fins de semana). Seria lógico que se não houver quem trate dos doentes não haverá doenças...
Os professores não se ficaram a ver passar os navios e não se quiseram comprometer. Vai daí as primeiras greves marcadas.
Bem pode o primeiro anunciar que em fevereiro todos os ministros vão andar de carro elétrico, mas  pouca gente vai acreditar que não fiquem de reserva com o outro, apesar da neutralidade carbónica.
Por mim já disse que me basta não ver diminuída a minha pensão, pouco me importando saber que o aumento da massa salarial vai ser esta ou aquela e que o aumento dos salários será apenas de umas décimas para uns quantos, que serão certamente os mais pobrezinhos.
Será que o dito "superavit" em dois mil e vinte justifica tudo isto...?

9.1.20

A chuva

Deixei o Alentejo debaixo de água, com regatos, ribeiros e riositos e quejandos e semelhantes tudo a correr em direção à barragem do Maranhão.
Era um encanto ver tanta água surgida de um dia para o outro como se  os céus tivessem deliberado resolver de uma vez o problema da falta de água armazenada suficiente para satisfazer todas as necessidades de toda a natureza viva.
Tive uma vaga esperança de que desta vez a barragem ficaria de tal modo cheia que houvesse necessidade de tomar as devidas precauções para não ir tudo por água abaixo.
Foi sol de pouca dura e logo veio o tal chamado de "bom tempo" pelo pessoal citadino e do ar condicionado: com sol e sem chuva com calor de preferência...
Voltei hoje e a coisa não teve melhoras significativas faltando ainda muita água para que a barragem se dê como cheia, os aquíferos a níveis satisfatórios, os nascentes com água visível, as fontes a transbordar e o pessoal satisfeito e contente como seria de esperar e merecer.
Porque isto de andar todos os dias a esperar por uma valente enxurrada que lavasse e limpasse toda a porcaria que se andou a fazer durante anos não é para o pessoal perdido neste Alentejo profundo.
Vá lá que nem tudo ainda está perdido, havendo alguma gente a pedir qualquer coisa como a do mondego...
Quem quiser que faça um digno esforço para entender este gente: se chove, quer o sol; se há sol que venha a chuva.
Pelo menos parece que o peixe já subiu, embora a água ainda esteja muito barrenta.
Só faltava que também quisessem água límpida sem  uma pitada de barro...

8.1.20

O contra

O centeno que se cuide: o anúncio foi feito e a previsão efetuada.
O deputado/estrela do firmamento do parlamento  acaba de anunciar que vai votar contra o orçamento de estado para o ano de dois mil e vinte.
Não contente com esta assombrosa decisão, decidiu efetuar a previsão, que nem ao diabo lembrava, sobre a chegada da maior crise financeira de todos os tempos que vai arrasar Portugal e a Europa.
Não disse quando chegará a referida crise, porque parte do princípio de que todos sabemos que  a essência do capitalismo está diretamente relacionada com a existência de crises. Como a última grande crise teve início em dois mil e oito é previsível que esteja uma na forja.
Não se torna necessário que o tal referido deputado nos venha lembrar que está a caminho uma nova crise, pois não somos totalmente ignorantes e sabemos que as grandes produtoras petrolíferas e as grandes fabricantes de armamento já deram o sinal pelas suas atividades lá para o médio oriente.
Mas como a chegada ainda não tem data marcada o melhor é o governo estar atento à votação do orçamento após o magno anúncio do contra por parte do deputado estrela da política e do desporto.
Por mim estou totalmente tranquilo pois não tenho voto na matéria, mas já ficou o aviso a todos aqueles que ousem votar a favor do tal orçamento: vão ser responsáveis pelo que vai acontecer cá no burgo e arredores por efeitos da tal crise, esperando apenas que não aconteça numa manhã de nevoeiro e seja num dia de chuvada tropical para que o povo arrefeça a cabeça e as barragens tomem água de jeito...

7.1.20

BOM ANO

Começaram as festas;
Veio o Natal;
Os santos inocentes perderam a vida;
O São Silvestre correu por todo o lado;
Terminou o ano velho;
Começou o ano novo;
Os reis magos foram para local incerto;
Acabaram as festas.
As aulas recomeçaram e a ameaça surgiu mesmo: o Centeno aí está!!!
Estou-me verdadeiramente nas tintas para o orçamento de 2020.
Desde que não me aconteça o que me aconteceu com o anterior já me dou por satisfeito.
Será extremamente desagradável tomar conhecimento de um aumento da minha pensão para depois vir a receber menos do que no ano anterior.
Para acontecer outra vez será melhor que deixem ficar como está agora. Pelo menos não fico chateado.
Bem basta ouvir as lamúrias das esquerdas, das direitas, dos centros, do raio que os parta a todos para ainda me aborrecer com o orçamento.
Claro que eu não tenho a obrigação de estar contra o orçamento; também não tenho o direito de estar a favor. Para isso estão os representantes do povo no parlamento que é o lugar mais apropriado para a indignação.
Na rua custa alguma coisa, principalmente se se tratar de uma greve ou de uma manifas durante a semana. Porque num fim de semana a coisa nem estará nada mal se se mantiver o tempo ameno ou mesmo com chuva, desde que seja aquela de molha tolos, pois  outra não faz falta nas ruas das cidades importantes da nossa terra... quando o POVO se quer zangar...
Gostem ou não gostem, queiram ou não queiram, um BOM ANO!!!