Andava eu ali para os lados da quinta da granja e das hortas do colombo observando as batatas, as alfaces, as cebolas, os alhos, os pimentos, os tomates e outras coisas mais e eis que senão quando avistei, sentado num banco de jardim, neste caso concreto, num banco de passeio, uma figura muito semelhante àquela que aparece por aí como sendo um "marciano".
Observando mais de perto a tal figura pareceu-me com uma coloração demasiado verde para ser natural e humana, pelo que me aproximei e tentei meter conversa para entender o que se estava a passar.
Ouvi a explicação com a atenção merecida dadas as circunstâncias espaciais e temporais:
"Estou cansado, estou perturbado e confesso que não entendo nada disto.
"Andei pelo minho e todos os trás-os-montes, desci até às beiras passando pelos douros,não deixei de calcorrear o ribatejo, observei demoradamente o alentejo inteiro e dei uma vista de olhos pelo algarve.
"Em lado algum consegui ver e admirar aquele maravilhoso país descrito profusamente no tal discurso do vosso primeiro e mais uns tantos políticos da vossa terra.
"Visitei hospitais e não queira saber o que por lá vi; passei pelos centros de emprego e só vi gente triste e cabisbaixa como se fossem para o matadouro; passei uma vista de olhos pelas instalações da segurança social e aquilo estava uma desgraça; atrevi-me experimentar um curativo aqui nos meus pés por tanto andar e deparei-me com uns quantos centros de saúde fechados e sem qualquer apoio…
"De modo que estou-me a interrogar onde poderei encontrar esse tal paraíso ou jardim do éden como lhe queira chamar…"
Meu amigo, deixou de lado alguns pormenores deveras importantes para satisfazer a sua curiosidade.
Entre no ministério das finanças e aceda ao sistema informático em qualquer dos terminais e não terá grandes dificuldades em verificar onde está esse tal paraíso, tanto mais que pode fazer isto sem ser notado por quem quer que seja, dadas as suas características e capacidades para passar despercebido de toda esta gente.
Nesse tal sistema informático terá a oportunidade de verificar que na coluna do haver abundam os milhões e milhões e melhões de dólares e de euros e de mais umas quantas moedas mais deste planeta de tal modo que os cofres já não suportam nem mais um cêntimo, como que a lembrar ao tio patinhas que este país o deixa a mil quilómetros de distância quanto ao seu poderio monetário.
Contudo, não se dê trabalho de olhar para a coluna do dever se não quiser continuar a procurar esse tal paraíso…
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