30.3.07

Nojo e vómitos

Logo que soube da notícia, dei o meu melhor para deixar vertido nestas notas o meu mais sincero e real acordo com quem decidiu substituir uns quantos administradores de duas das maiores empresas portuguesas (?).

Este meu total e desinteressado acordo com tal decisão sem sequer me importar em saber “quem” foi o génio autor da decisão não se fica a dever por entender que havia uma enorme necessidade de mandar embora uns quantos administradores, mas principalmente pelo volume das indemnizações pagas àqueles desgraçados que foram para o desemprego.

Ouvi falar em qualquer coisa como dezassete milhões de euros, uma bagatela para estes dois gigantes das comunicações e da energia.

Por sinal dois gigantes das comunicações que fazem o que muito bem entendem com os preços dos serviços que prestam a estes desgraçados consumidores portugueses, que pagam as comunicações e a energia com valores dos mais altos da Europa.

Nunca aceitarei que alguém possa dizer que se trata de uma decisão escandalosa e indigna, se tivermos presente a qualidade da gestão praticada: quando necessário, aumenta-se o custo do serviço e o consumidor vai pagar sem piar, dado que tem o frigorífico, tv e internet lá em casa e os concorrentes não andam longe da realidade…

Nunca direi que se trata de uma vigarice, nunca direi que se trata de um roubo, nunca direi que se trata de um assalto à mão desarmada…nunca direi que estamos a lidar com a mais pura vilanagem, nem sequer vou pensar que estamos presente a pior corporação existente cá no burgo.

Apenas direi que um ex presidente do Glorioso foi condenado a cinco anos de prisão por uma “burla” sobre não sei quê…

Há coisas que me causam nojo e vómitos…

 

26.3.07

O Vencedor

Estive lá cerca de dez minutos e deu para ver tudo, menos o resultado final, porque este ainda não estava disponível aquela hora, mas apenas previsível e como era previsível ganhou o dito.

Santa Maria, acompanhada de todos os deuses, nos valha e nos livre de coisas quejandas…

Parecia que queria saltar o local de trabalho para vir dar umas bofetadas a quem se atrevia a falar sem sua autorização ou indicação ou convite; ainda por cima muito mal vestida, coitada!

Para mim foi confrangedor ver tanta gente boa metida nesta palhaçada, parecendo que toda aquela gente se sentia muito contente e satisfeita por ter sido convidada para mandar umas bocas naquela coisa, apelidada de programa, com formato internacional.

Admito que algumas daquelas sumidades não teriam outra hipótese de ir à tv, tendo o cuidado de garantir a gravação para mostrar aos netos o grande papel ali desempenhado. Mas outras, que passam vezes sem conta que até chateiam, deram-se ao desplante da presença e até da intervenção, muito embora outras soubessem o que disseram, porque saber é do seu ofício.

Espero bem que o resultado final dê pano para muitas mangas, principalmente àqueles que passam a vida a falar de democracia sem se darem ao cuidado de pensar o caminho dessa democracia ou, se quiserem, o caminho, a democracia que permite, aceita e se congratula com programas desta natureza.

Já sabia o resultado de outros países e as broncas resultantes desses resultados, mas o programa foi autorizado em Portugal, porque vivemos uma democracia e numa democracia são permitidos muitos desmandos, mesmo os que se realizam à custa de gastar dinheiro a pontapés para obter resultados muito positivos para verificação e constatação do nível de formação técnica, científica e cultural do pessoal…

E depois todos foram para a caminha, todos contentes e satisfeitos porque o botas ainda diz alguma coisa a muita gente, principalmente a quem tem telefone e não se importa de entrar na democracia da chamada de valor acrescentado…

Cá por mim, confesso que não tenho saudades de andar a correr à frente dos polícias no acesso às bocas do metropolitano…

Lembram-se?

 

 

25.3.07

Desvario

Durante o percurso do Alentejo para Lisboa ouvi num rádio que terminava hoje um programa que tratava dos grandes portugueses…

Nunca vi o referido programa pela única razão de não ter paciência para coisas com mais de quinze minutos de duração, a não ser filmes e telenovelas portuguesas e, algumas vezes, para jogos de futebol…

Há ainda uma razão pessoal para não ver tal programa sobre os grandes portugueses: acho que fizeram uma grande injustiça à senhora que o apresenta, quando a retiraram ou criaram condições para que ela se retirasse de uma ocupação que lhe ficava a matar: ser deputada.

De modo que alguém se viu na obrigação de lhe dar nova ocupação, mas logo com este programa que não é mais que um simulacro de coisa séria.

Se queriam fazer coisa séria, então mandavam a senhora para o distrito de Castelo Branco e encomendavam-lhe a contagem dos pinheiros ali existentes e que sofrem do mal dos pinheiros; talvez que assim todos seríamos poupados a ouvir falar algumas vezes de um eventual escândalo pelo vencedor, que será hoje anunciado…

Por mim, tanto se me dá como se me deu: é rigorosamente igual ao litro: quem ganhar, ganhou; quem não ganhou, não ganhou...

De certeza que quem ganhou e logo uns bons milhares de euros foi a tal senhora por se dar ao trabalho de fazer tal porcaria e. ainda por cima, altamente produtiva para a economia nacional, pois havia votos, parece que havia votos por telefone ou por internet…

Ao fim e ao cabo, se alguma responsabilidade houver pelos resultados deste edificante, cultural e histórico programa, convém que seja atribuída não à referida senhora, que se limitou a ocupar o seu tempo e a ganhar umas maças com a brincadeira mesmo de mau gosto, mas a quem dirige a estação pública de televisão, que autorizou tal desvario…

A este, como prémio, retirava-lhe a contribuição audiovisual e os cem milhões do serviço público e obrigava-o a gerir a estação com os ganhos restantes… sem qualquer hipótese de recorrer ao crédito bancário…

E nós a pagar isto !!!

 

19.3.07

O aeroporto e os filhos

O projecto do novo aeroporto de Lisboa está a dar água pela barba a muita gente: para uns a decisão é uma catástrofe mundial, para outros a decisão é só uma catástrofe nacional, para alguns não é catástrofe coisa alguma, para mim estou-me verdadeiramente nas tintas que haja ou não haja um novo aeroporto de Lisboa.

Só teria alguma coisa a ver com esse tal aeroporto se fosse construído nas minhas propriedades no Alentejo, apesar de garantir desde já que não haveria qualquer tipo de aldrabice com o valor dos terrenos, uma vez que teria um prazer imenso de os oferecer ao Estado, desde que para tal efeito.

Mas duvido que tal aconteça, tanto mais que já ofereci um rio para fazer uma ponte e ninguém me ligou…mais perdem… este pessoal só quer pagar e não quer receber…

O Governo diz que sim senhor, a oposição vai fazer queixinhas ao Presidente que não senhor, o Presidente diz que não se mete em coisas técnicas, pelo que não senhor e sim senhor, uns tipos quaisquer, ressabiados com alguma coisa que a vida fez ou não fez, bradam aos deuses que os ventos, que o trânsito, que umas aldeias, que uns morros, que umas ribeiras que umas linhas de alta tensão, que os corredores dos militares, que as chuvas, ai se chove, lá se atrasa a inauguração, que só dá para meia dúzia de anos, que não dá para acrescentar, que está na reserva agrícola nacional, que estão ali umas reservas de caça associativa…

Um drama, esta coisa do aeroporto e se lhe juntarmos o tgv, então é que o caldo fica mesmo entornado…, dado que eu também quero uma estação na minha terra, quer seja na ida para o Porto quer se trate no caminho para Badajoz.

Mas nunca pensei que agora surgisse mais uma voz e que voz contra a construção do novo aeroporto de Lisboa na Ota, nada mais nada menos que a Associação das Famílias Numerosas…

Parece que lá para o ano de dois mil e cinquenta já não haverá filhos para dar vinda ao novo aeroporto.

Isto é deveras preocupante se tivermos na devida conta que os espermatozóides dos europeus estão a perder qualidade…

 

 

17.3.07

Sentença

Não morro de amores nem sequer tenho grande simpatia pelos polícias e pelos guardas-republicanos, principalmente quando se arvoram em juízes ou guardiães da democracia através de actuações injustificadas e inadequadas à realidade. E muito menos quando actuam “encapuçados” ou disfarçados de pessoas normais, mas com o cartão no bolso e a arma convenientemente escondida, esperando pelas distracções do pessoal.

 

E é nessas situações e actuações, que, às vezes, as coisas não correm como esperam.

 

Parece que os polícias e os guardas se esquecem que há sujeitos por aí fora que gostam e sentem o prazer imenso de chatear ou pisar os calcanhares aos ditos.

 

Vão aparecendo esses tipos que, perante situações dúbias ou duvidosas sobre os procedimentos dos polícias e dos guardas, não têm problemas em correr os devidos riscos para dizer aos fulanos que a democracia nem sempre é como eles querem.

 

O que é que se há-de fazer quando acontecem coisas como aquela sentença de um juiz de Coimbra que decidiu a favor de um condutor que fora multado por excesso de velocidade por uma equipa de guardas/polícias devidamente disfarçados, senão esperar por um ataque de risos e manifestar uma satisfação plena e total por alguém ter chegado para os guardas do templo.

 

Não é que me tivesse dado grande alegria esta sentença do juiz de Coimbra, dadas as consequências que daí podem advir, principalmente no que se refere ao comportamentos dos automobilistas que usam e abusam das capacidades dos seus veículos em andar depressa…

 

Mas é da vida! Tanto mais que não é só por cá que acontecem estas coisas: ontem mesmo noticiava-se que um juiz espanhol considerou “não perigosa” uma condução a duzentos e sessenta e nove quilómetros por hora!!!

 

Mas na Segunda Circular lá está a sinalização dos oitenta quilómetros hora!!!

 

Temos tão poucas alegrias nestas coisas dos automóveis que sentenças destas servem para afagar o “ego” de quem anda na estrada sempre nos limites ou a excedê-los…

 

 

 

16.3.07

Remédio

Naquelas conversas malucas e quando se pretende dizer algumas coisas sérias à maneira de brincadeira, chegamos sempre à conclusão que estamos num País do “faz de conta” e que nada vai para a frente sem ser à cacetada.

 

Bem vistas as coisas, alguém anda rir-se delas e mais não faz que divertir-se à grande com esta porcaria toda, pois só assim é que não se vai à farmácia buscar qualquer droga para o stress ou, mais grave (?), para a depressão…

 

Mas de repente lembrei-me de um remédio santo para a cura do mal crónico da República, sem que seja necessário usar o cacete ou a famosa, senão saudosa, moca…

 

Então tomem nota, mas antes uma advertência: o remédio fica dado, mas não me responsabilizo por arranjar quem vai resolver o problema para depois da cura…

 

Aqui vai então: retirar da circulação, isto é, de todos os circuitos do poder, todas as sumidades que são ou já foram membros de qualquer governo desde mil novecentos e quarenta; retirar da circulação, isto é, de todos os circuitos do poder, todas as sumidades que são ou já foram vereadores e presidente de câmara; retirar da circulação todas as sumidades que são ou já foram membros de administrações de empresas públicas; suspender da circulação por um período de dez anos todos os jovens até aos trinta anos que são ou já foram deputados, membros do governo, membros de administrações de empresas públicas como resultado de pertencerem a juventudes partidárias…Aos deputados apenas lhe condicionava o acesso aos órgãos de informação, principalmente à televisão…a não ser que fossem representantes de pequenos accionistas de empresas que já foram públicas…

 

Depois disto, fazia eleições e começava uma nova era…

 

Que mal fiz eu à SOCIEDADE para ter que gramar com esta gente às horas mais incríveis?

 

Será que não mereço, ao fim de tantos anos de trabalho e de ouvir quase que por obrigação uivos das mais diversas tonalidades, será que não mereço um pouco de descanso?

 

Por alguma razão a minha ocupação mais séria e serena é ver telenovelas portuguesas…

 

Bastam as gordas dos jornais e meia hora de atenção…

 

Ou estão convencidos que aguento mais de cinco minutos dos prós e contras…?

8.3.07

Assinatura mensal

No rescaldo da opa, tive a oportunidade de ouvir o Presidente da PT lamentar-se por uma certa descriminação relativamente aos concorrentes, porque a estes foi permitido e à sua empresa ainda não foi permitido.

 

Agucei mais o ouvido e pareceu-me ouvir que o Presidente da PT estava magoado não sei com quem por ainda não ter sido permitido à PT acabar com a assinatura mensal, o que já acontece com os outros operadores.

 

Agucei ainda mais o ouvido e tive a sensação de ouvir o Presidente da PT que ainda não lhe fora permitido acabar com a assinatura mensal, porque a PT já o queria fazer há uns quantos anos, mas… (deveria ter ouvido mal) a PT queria qualquer coisa como englobar a assinatura nos custos das chamadas telefónicas, à semelhança do que acontece com os seus concorrentes.

 

Fiquei baralhado com esta informação, porque andava convencido que a PT não acabava com a assinatura porque não queria e não porque não a deixavam.

 

Fiquei totalmente baralhado por não ter percebido aquela história de incluir a assinatura nos custos das chamadas como fazem os seus concorrentes…

 

Não percebi pura e simplesmente: é que eu tenho a consciência (não digo certeza) que o custo da chamada da PT é superior ao custo da chamada feita através dos outros concorrentes… e se já estão a incluir o custo da assinatura no custo das chamadas, então é que assenta que nem uma luva aquela famosa e popular expressão “… é fartar vilanagem…”.

 

Tenho muita pela PT, tenho uma profunda admiração pelo Presidente da PT tão só porque não o deixam fazer o que ele quer fazer!!!

 

Eu pensava que para acabar com a assinatura mensal do telefone era só a PT querer, mas parece que não é bem assim… !!!

 

Então quem não deixa?

 

Será que quem não deixou a opa funcionar também não deixa acabar a assinatura do telefone?

 

Só nos faltava isto…

 

 

4.3.07

O que já foi

Quem se deixa apanhar pelos hábitos está mesmo tramado da vida: passar grande parte do seu tempo totalmente ocupado a não fazer nada, isto é, a fazer o que muito bem lhe apetece dá origem a situações um tanto ou quanto complicadas.

 

Claro que quando se nos depara a obrigação de produzir um qualquer trabalhinho com hora marcada, a inércia ainda manda alguma coisa: primeira que a máquina se ponha a rolar já passados estão uns quantos dias e a data marcada está quase a chegar…

 

Daí que não tenha tido a oportunidade de opinar sobre umas quantas coisas da nova interessantíssima vida política portuguesa, mas ainda estou a tempo de dedicar duas linhas e meia àquela inestimável conferência de imprensa do homem que não foi, que foi e que deixou de ser, mas que quer ser outra vez qualquer coisa de um partido que é o mesmo, mas que não será o mesmo porque ele sendo o mesmo também será um opositor de peso ao actual Primeiro.

 

Ao fim e ao cabo todos devemos estar conscientes que Portugal e, por consequência, o Mundo não pode ficar sem o PP e muito menos sem o PP: seria uma perda tão grande, tão grande, tão grande… que deixaria de ser perda para ser o drama do Universo e de todos os seus arredores.

 

O que é que se há-de fazer: sempre ouvir dizer que “… presunção e água benta, cada um toma a que quer…” e a mais não está obrigado.

 

Se o homem pensa em grande… não somos nós que vamos ficar pequenos, porque na hora do voto, vota quem vota e ninguém tem rigorosamente nada a ver com o que pôe no voto: se uma cruz dentro do quadradinho, se outra coisa qualquer ou mesmo se coisa nenhuma…

 

Isto está tão parado, que bem merecemos um congresso…

 

Saloiice

Enquanto não termina aquele grandioso espectáculo da bola a decorrer lá para os lados de VC, onde as estrelas brilham a grande altura, devidamente ofuscadas pelo eclipse lunar, lembrei-me do desfecho do negócio do século que esteve prestes a realizar-se em Portugal.

 

E estava… não fora o procedimento mesquinho, vergonhoso e envergonhado do Estado Português, através do seu Banco: votar contra a desblindagem do capital da PT de modo a inviabilizar a OPA do Engenheiro.

 

Devo dizer que não sou accionista do Engenheiro e também não sou accionista da PT e não sou accionista de coisa alguma, porque as únicas acções que comprei, pelo que sou accionista, são do maior clube de futebol do mundo e arredores, cuja sede dá pelo nome de “Catedral”… ( Esta foi boa…).

 

Então um Estado, então um Governo, então uma economia que se dizem estar integrados no “Mercado” de capitais livre, aberto, nacional, internacional, mundial, liberal, e tudo o mais que queiram, vai votar contra uma medida já condenada por esse mesmo mercado, mas que em Portugal ainda se guarda com unhas e dentes?

 

É preciso ter vistas curtas: ao menos que fosse o Mercado a negar ao Engenheiro o que o Engenheiro queria: os detentores das acções não vendiam e o Engenheiro não comprava; agora ser o Estado a tomar parte na brincadeira…e a decidir o resultado…

 

Lembrei-me de quando o Engenheiro quis comprar o BPA e o Estado não deixou, para mais tarde já deixar, mas não ao Engenheiro. Lembrei-me também do que se passou em Espanha com a Endesa: para a Gás Natural não, para os alemães já pode ser...

 

Inveja e mais inveja e mais inveja…como se os euros dos euros fossem melhores que os meus…Saloiice…

 

Mas as coisas não vão ficar como estavam: o Engenheiro atirou uma pedra que apanhou a PT mesmo no centro da tola: vai ter que vender alguma coisa para pagar as promessas feitas porque os milhões prometidos não cabem no euromilhões, tanto mais que os jogos de azar não têm tanta falta de dignidade como o capital público português representado na PT.

 

Deixe lá, Engenheiro!!! O mal está feito…