Houvesse impunidade e pouca vergonha… e nunca teríamos conhecimento de muitos episódios escabrosos que a nossa política de vão de escada e de meia tigela nos vai oferecendo quase diariamente.
Pensávamos, pensávamos mesmo?, que neste ciclo político-partidário haveria um pouco mais de cuidado com as broncas da nossa vida e que seria exercida uma maior pressão sobre esta gente sempre convencida de que o poder pode fazer tudo e mais alguma coisa sem dar contas a ninguém.
Muita gente ficou convencida que o discurso fácil, mas convincente, do Primeiro era mais que suficiente para travar o voraz apetite pela boa vida que representa a possibilidade de engordar a conta bancária não por conta do euromilhões, mas à custa de jogos, malabarismos e piruetas na segurança do orçamento.
Mas parece que o Primeiro rapidamente está a perder o controlo desta coisa: uns quantos falam demais, outros tantos falam de menos, mas temos uns que continuam no silêncio da moral e dos bons costumes a viver à grande e à francesa, na convicção de que aqui, neste País, tudo se faz e tudo se pode fazer, desde que se olhe com atenção a tudo o que os rodeia.
O nível de confiança vai baixando e, qualquer dia, saberemos que quem deu, também o vai tirar, isto é: os votos que colocaram o engenheiro no posto de Primeiro serão rigorosamente os mesmos que o vão mandar às urtigas…
Já aconteceu muito recentemente e irá acontecer muito rapidamente: não haja decência cívica e moral política para cortar as ervas daninhas e queimar toda a porcaria malcheirosa…
No topo da carreira, mas ainda a uns anos da reforma, que coisa melhor pode acontecer a um cidadão trabalhador que “negociar” a sua “demissão” a troco de uma choruda indemnização de umas quantas dezenas de milhar de euros?
Haverá coisa melhor?
Pois parece que sim!!! E essa coisa melhor é receber uma choruda indemnização de umas quantas dezenas de milhar de euros e pouco depois ser contratado por uma outra empresa do mesmo dono e da mesma (?) actividade a ganhar uns pouquinhos milhares de euros por mês…
Olhe, Senhor Primeiro, se o Presidente das tais empresas ainda não acabou com a pouca vergonha, se o Ministro competente ainda não debelou a bagunça e o descaramento reinante, então o Senhor não pode deixar as coisas por mãos alheias: anule o negócio, demita o Presidente das empresas envolvidas, demita o Ministro e compre a primeira página de todos os jornais a anunciar a sua acção.
Ficaria com a certeza de que o pessoal recomeçava a sentir total confiança em si…
As sanguessugas e as carraças, sabe de que vivem?
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