Decorria o meu passeio nocturno pelas imediações da catedral do consumo e vai daí que deparei com uns taipais tipo “encaminhador de multidões” a ocupar grande parte da calçada.
Pensei que se tratasse dos preparativos para a grande noite europeia do Glorioso, mas não me cheirou lá muito bem porque havia qualquer coisa pendurada da estrutura que não podia estar relacionada com a bola.
Dediquei um pouco mais de atenção àquilo e foi então que me entrou pelos olhos dentro cerca de meio metro quadrado de informação muito igual ou semelhante, conforme queiram, àqueles “cartazes” que estão nas obras a falar do alvará, do projecto de construção, da duração, do não sei quantos, dos pisos, dos usos, dos não sei quantos, das datas e mais não sei o quê…
Mas estranhei porque lia “deferimento tácito”, “13 pisos acima…”, “52 meses”, “escritórios”, “acórdão do STA de…”
Lembrei-me da maqueta da catedral do consumo e visualizei as tais famosas duas torres, que tantos problemas deram ao Sampaio, ao Soares, ao Soares, ao Santana, ao Carmona…
Está tudo resolvido: o Colombo vai ter as suas duas torres e os residentes vão ter o seu calvário durante os próximos cinco anos…
Quem se lembra do que foi, talvez faça uma ideia do que será…
Por mim, que vi nascer grande parte do Bairro chamado da “Quinta da Luz”, certamente que não deverá estranhar que se aproxima mais um longo inferno… a bem da justiça por conta dos direitos adquiridos, que, como sempre, só para uns existem, pois que para outros quem os concedeu também os levou…
Do fraco, do pobre, do triste e do miserável…
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