29.9.06

Justiça

Houve quem ficasse incomodado e até surpreendido pelo resultado da eleição do novo Presidente do Supremo Tribunal de Justiça: parece que o homem não foi eleito por unanimidade, havendo dezassete votos arredados do novo Presidente.

Não tenho grande interesse em saber o que querem dizer esses dezassete votos nem o que pensam esses dezassete juízes sobre a figura do novo Presidente.

Contudo, estou convencido que estes dezassete votos vão arrepender-se de não terem tido a cruz no lugar certo, uma vez que muito em breve vão sentir o arrependimento pelo erro cometido.

Rapidamente vão constatar que o seu ordenado foi aumentado correspondendo a uma diminuição de trabalho; vão sentir os efeitos de uma nova política social especialmente concebida para os juízes e, principalmente, vão orgulhar-se de o seu Presidente ter assento no Conselho de Estado.

Por outro lado, qual é o trabalhador que não tem orgulho no facto de o seu Presidente ter um programa de trabalho e de acção que mete a um canto os dirigentes sindicais que imperam no mundo do trabalho, ou imperavam…

Eu vi umas imagens na tv quando alguns votantes cumprimentavam o presidente eleito…

Lembrei-me daquele adágio (provérbio?) popular: “…é pequenino… então é mau ou dançarino…”

Vai depender do ponto de vista…

25.9.06

MIC

Nasceu o “MIC”, do ponto de vista legal, claro está: inspirado por Manuel Alegre e justificado pelo milhão de votos do candidato nas presidenciais, uns tantos insatisfeitos e outros tantos desiludidos e mais uns quantos afastados resolveram associar-se num movimento de intervenção cívica, como se representassem esses tais portugueses que votaram no Poeta nas últimas eleições presidenciais.
É assim mesmo: quem se sente injustiçado e com os seus valores não reconhecidos pelos seus pares nada mais sensato que criar um movimento cívico para estarem sempre em cima da onda. Assim a imprensa se vá lembrando de vez em quando para o que o movimento não acabe e não se resuma a umas quantas mesas de café.
Eu cá por mim, estou convencido que um partido político com um milhão de votos seria mais que suficiente para por a Poesia na ribalta e na tribuna e lançar estes cidadãos para voos bem mais arrojados que os feitos até aqui.
Tenham na devida conta que um crédito de um milhão de votos, apesar de a grande maioria seja voto do contra, justifica perfeitamente que se assumam com dignidade política o que aqueles cidadãos quiseram dizer: não queremos aquele, queremos este, pelo saiam todos do partido maldito e entreguem os seus lugares a quem continua fiel e lutem para ganhar democraticamente os vossos lugares e as vossas condições.
Doutra maneira, alguém poderá considerar que o milhão de votos não justifica cinco minutos de televisão…

24.9.06

Envelope 10

Uma estação de televisão noticiava hoje que um determinado cidadão foi informado por um outro cidadão para não estar na sua residência a uma determinada de um determinado dia porque seria visitado por outros cidadãos para ser preso devido a um processo qualquer referente uma actividade qualquer...
Claro que o cidadão, bem avisado, não estava em sua casa pelo que não foi preso.
Isto não teria qualquer importância nem causaria dores de cabeça aos cidadãos deste País se não se referisse a uma actividade por demais conhecida como sendo o supra sumo da corrupção, que todos comentam, mas que ninguém prova.
Situações e processos como este a que se referia a notícia abundam na sociedade portuguesa e os poucos que pagaram as favas foram dois jornalistas que deram a conhecer o conteúdo (parte) suponho do famoso envelope nove.
Não é que eu tenha grande simpatia por noventa por cento dos jornalistas portugueses, mas atrevo-me a esperar encarecidamente que muitos mais jornalistas sejam chamados à perna por coisas que escreveram ou disseram nos seus órgãos de informação...
Isso seria sinal que o pessoal do burgo tivesse conhecimento de muitas coisas que estão noutros envelopes, nos processos...

22.9.06

Se eu fosso Ministro

Se eu fosso Ministro das Finanças e ou Primeiro-ministro já tinha aceite a proposta do compromisso em baixar o irc para o nível mais baixo praticado no espaço europeu.
Não teria qualquer tipo de problema em aceitar essa proposta desde que o compromisso aceitasse o compromisso de fazer com que todos os empresários pagassem os impostos correspondentes à totalidade da facturação de todas as empresas incluindo a facturação relacionada com a economia paralela. E ainda que todos os empresários pagassem os impostos devidos pelos valores envolvidos nos cartões de crédito, nos seguros de vida, no crédito para bens pessoais, nos combustíveis, nos automóveis, nos telefones, na parte dos salários pagos pela porta do cavalo,etc. E ainda...
Se o compromisso fosse capaz de assumir o compromisso de não meter o pé fora do sapato ou, se pretender, em ramo verde, era certo e sabido que podíamos baixar os impostos como pretendido e ainda dar uma ajudinha à formação profissional dos trabalhadores das empresas de tais empresários.
Se o compromisso assumisse o tal compromisso este país não diferia em nada dos seus parceiros!
Contudo, estou convencido que o compromisso está disponível, mas totalmente disponível, não para dar seja o que for, mas para receber tudo o que puder por todos os meios ao seu dispor e de outros...

21.9.06

O compromisso

O compromisso pensa… nós concordamos; o compromisso quer… nós damos; o compromisso sugere… nós nada mais temos a fazer que ir depressa e depressinha à procura de todas as oportunidades para satisfazer o compromisso.

Tem dívidas? Paga e os teus problemas estão resolvidos.

Queres dinheiro? Pede e alguém te dará.

Não queres pagar impostos? Diz e a tua vontade será satisfeita.

Queres ganhar mais? Não tenhas vergonha de pedir.

Estás gordo? Eu trato do teu problema.

Queres ter uma boa reforma? Eu trato disso, desde que me dês o teu dinheiro, porque eu sei tratar de negócios melhor que tu.

Só que o compromisso esqueceu-se de me dizer para onde mandava os tais “…entre cento e cinquenta mil e os duzentos mil…”. Para a reforma?

Para o desemprego? Para o deserto do sahara povoar aquela coisa? Para a amazónia dar de comer à passarada? Ou ficava-se num processo mais caseiro e limitava-se a colocá-los nas margens do Alqueva a pescar peixinhos… ou no Alentejo inteiro a guardar porcos pretos… ou em Trás-os-Montes a arrancar amendoeiras…

Com a receita dada e proveniente dos pensamentos mais profundos e mais elaborados dos homens do compromisso, adeus défice em apenas um ano!!!

Para quê mais coisas se isso seria suficiente para baixar os impostos às empresas; para quê dar trabalho ao pessoal se essas mesmas empresas estão disponíveis para gerir a guita e garantir a reforma em dois mil e cinquenta…

Depois digam que o fazem para servir Portugal…

Nós acreditamos piamente nos votos do compromisso, embora não entendamos bem o facto de os bancos portugueses ganharem mais e pagarem menos que os congéneres da Europa…!!!

É o que acontece com um país que tem um compromisso assim.

Só falta que o compromisso assuma o compromisso de gerir o Estado.

O riso e o número

Finalmente acabou-se o “suspense”: já é conhecido o homem que vai muito brevemente substituir o homem que justificou a pergunta “Porque sorri aquele homem?”.

Lamento, não por ele, mas por mim: nunca mais vou ver aquele sorriso a propósito de qualquer coisa, a propósito mesmo do despropósito: o homem ria e estava tudo dito.

Podia tratar-se do assunto mais grave, mas o homem sorria; podia tratar-se do assunto mais dramático, mas o homem sorria; podia tratar-se da pergunta mais idiota, mas o homem sorria. Desta, ainda como outro, mas daquelas…?

Vai ser mais uma reforma milionária, como as poucas que existem na função pública.

A propósito de função pública: o homem do sorriso também integra aqueles setecentos e não sei quantos mil que são funcionários públicos, ou está dentro daquele número muito reduzido que é desconhecido pelo secretário de estado?

E aquela quantidade de tarefeiros… o que fazem na função pública? E quanto ganham?, etc,.

Não me quero enganar e também não quero duvidar dos estudos e das palavras de gente responsável, nomeadamente de secretários de estado e de altos dirigentes da administração pública, mas tenho a certeza que o número não é aquele. E não é aquele tão-somente porque não é dada a hora da contagem: uns minutos antes já tinham entrado mais uns quantos, uns minutos depois já se tinham reformado outros tantos…

Mas toda a gente ficou satisfeita: havia um número…

19.9.06

Saúde moderada

Não queria acreditar, mas de tanto ouvir falar tive que levar o caso a sério e dei a pensar que o destino existe mesmo…
Então não é que o Ministro da Saúde não resistiu ao facto de não ser falado nos órgãos de informação por mais de quinze dias e zás… uma entrevista num jornal!!!
Não é que me incomodem as entrevistas do ministro aos jornais ou às televisões, sejam eles e elas nacionais e internacionais ou até mundiais. A verdade é que as entrevistas do ministro não me incomodam coisa alguma!!!
Mas dei a pensar no que fazia falar o ministro para anunciar mais umas quantas façanhas do seu ministério… de tal modo que até chegou ao ponto de afirmar que “… o povo não é estúpido…” para não entender o que ele, ministro, queria dizer ou fazer para bem de todos os portugueses.
Oh, Senhor Ministro, olhe que o “povo” não é mesmo estúpido para não entender perfeitamente que as suas intenções são das mais puras que existem à face do universo, tão puras, tão puras, que alma alguma ousa pensar que o senhor está a tentar enfiar o gorro ao pessoal que precisa de cuidados de saúde.
O problema de tudo isto não está no que o ministro pensa sobre novas taxas moderadoras para não sei quantos serviços prestados pela sns; o problema reside no facto tão singelo e tão simples de o ministro acreditar que a salvação de todos os portugueses depende das ideias deste ministro da saúde!!!
E pensar que já andávamos descansados por não ouvir o ministro, havendo gente que pensava que já não havia ministro da saúde.
Não sejam tontos… a sorte grande não chega a tanto…

Interregno

Vou recomeçar…
Nem preciso de justificações para todas as coisas que não são ou não devem ser justificadas.
Quando a vontade não está envolvida em fazer coisas de alguma utilidade, ao menos que a necessidade tenha uma palavra a dizer…
Muitas coisas aconteceram neste interregno demasiado grande para o meu gosto, mas a filosofia do não compromisso nem com o compromisso tem destes resultados: dias e dias a ver ou a ouvir passar os comboios tão só porque não há pachola para prestar qualquer atenção à política e muito menos aos políticos. Uma lástima!
Muitas coisas  levou-as o vento sem um pensamento ou uma opinião bem merecida. Hás vezes é bem melhor nada dizer do que dizer qualquer coisa, como se a vida tivesse qualquer importância para esta gente. O que importa no meio disto tudo é fazer crer que estamos conscientes de que o “povo” ainda acredita.
A economia está a levantar a cabeça? Que importa se nós estamos a baixá-la! O défice está a melhorar? Que importa se nós estamos a piorar! O apito dourado vai parar? Que importa se ele ainda não começou! Alguns clubes queixam-se dos árbitros? Que importa se há outros que não dizem nada!
Esta vida é uma maravilha!!! Se este Portugal não existisse, teria que ser inventado, mas desta …



1.9.06

Aconteceu

Aconteceu outra vez. Antes foram viros que paralizaram o meu computador de tal modo que foi necessário recomeçar tudo desde o princípio com um novo disco; claro que os custos não tiveram grande significado, mas a trabalheira de repôr tudo de novo...
Agora foi mais grave: parece que as máquinas não resistem muito mais tempo do que está previsto e então foram para o galheiro a motherbord, o processador e as memórias. Como se não bastasse lá se substituiu a placa gráfica e a fonte de alimentação. Por sorte, o disco não sofreu qualquer dano pelo que o seu conteúdo foi todo para uma cópia.
Mas foi entendido conveniente carregar tudo de novo... mais uma vez e mais uma vez lá se foram algumas coisas.
Por exemplo, não faço a mínima aideia como integrei no Word o processo directo de escrever no blog, pelo que não faço ideia se isto vai resultar, com a certeza de que antes resultava às mil maravilhas.
Antes tinha ido para a Serra da Estrela e depois para o Alentejo; a seguir foi a máquina que se foi...
Finalmente, parece que as coisas já rodam normalmente; mas agora sou eu que vou a banhos lá para as águas do sul...
Quando voltar, voltará tudo à normalidade...inclusive a minha máquina...
Tenho pena de não ter tido a oportunidade de escrever umas quantas linhas sobre uns quantos acontecimentos do nosso burgo... Bem mereciam!!!
Este nosso Portugal não deixa de ser um prato.!!!

Hoje, ia na rua e ouvi o seguinte comentário: estava a passar na televisão, em rodapé, uma notícia que dizia que a fifa já tinha indicado os clubes para substituir os portugueses nas taças europeias e um deles era o GV!!!