10.6.22

Foi a Festa

 Acho piada aos jornalistas: sempre que o Presidente sai do Palácio de Belém passam o tempo de microfone na mão a pisar-lhe os calcanhares e a cheirar-lhe o rabo e depois ficam todos chateados quando não responde às perguntas ou quando fala de coisas que não interessa aos jornalistas.
Foi o que aconteceu em Braga: o discurso do Presidente não agradou a muitos jornalistas, comentadores e até analistas, tão só porque decidiu falar do povo, da nação e da pátria e não dedicou umas quantas linhas a cascar no governo e a quem nos governa.
Quer dizer: estes senhores de microfone na mão e aqueles que estão devidamente sentados com o microfone na sua frente, na lapela, na camisola, na camisa, na blusa entendem que o Presidente deveria deixar de lado o povo e acabar com as selfie e dedicar o seu discurso a cascar no governo e a quem nos governa, porque isso seria servir esse tal povo que adora o Presidente.
Não entendo lá muito bem o argumento: os jornalistas, os comentadores, os analistas, os especialistas, os politólogos, os professores etc e tal têm ao seu dispor diversos programas quase diários em todos os canais de televisão e muito provavelmente nas rádios nacionais e locais onde dedicam a maior parte do tempo a surrar o governo, ministros, secretários de estado, diretores gerais e mais que tais e ainda não estão satisfeitos, porque o Presidente no dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas resolveu falar o povo e não no que eles queriam que ele falasse.
De vez em quando e quando uma pergunta, mesmo que feita fora do contexto e a despropósito, não tem resposta, lá vem a observação "não respondeu aos jornalistas".
Ouvi cerca de três minutos do discurso do Presidente, mas chegou para concluir que hoje não estava  virado para a política e para se pronunciar sobre tudo e mais alguma coisa, mas apenas dedicar o seu tempo ao Povo, à Pátria e à Nação... não respondendo aos anseios  e às expectativas de todos aqueles que pretendem dar-se ao luxo de indicar a toda a gente o que se deve fazer e não fazer...
Gostei do desfile porque vi coisas que nunca tinha visto e é minha opinião que o pior de tudo o que aconteceu em Braga na cerimónia de comemoração do Dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas foram os comentários dos comentadores presentes no local porque a maior parte das vezes não passaram de lugares comuns e observações fora do âmbito da festa, tendo sido raros os comentários técnicos do que se passava e acontecia na Avenida da Liberdade de Braga. 
Dois exemplos: das oitenta viaturas a comentadora só se lembrou das pandur... e aquela jornalista que interrompeu o Presidente quando cumprimentava os antigos combatentes com uma pergunta pouco menos que idiota...
Foi a festa!!!

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