Nos anos em que as águas da barragem do maranhão passavam além da ponte vinte e cinco de abril entre o Ervedal e Figueira e Barros ouviam-se algumas vozes de alentejanos empreendedores a quererem extrair terra do leito da referida barragem, que era, é e continuará a ser mais que muita.
Serviria essa terra para muitas coisas, pois a sua riqueza em resíduos orgânicos viria mesmo a calhar para adubar e fertilizar outras terras, nomeadamente, jardins, hortas, olivais, vinhas, etcetera e tal...
A chamada "hidráulica" nem cavaco lhes dava, pois era proibido mexer no leito das barragens para tirar fosse o que fosse, chegando ao ponto de, na actualidade, proibir o pastoreio e o acesso dos animais, à água para saciarem a sede.
Agora os inteligentes lembraram-se da necessidade, conveniência e ocasião de "limparem" o leito das barragens para aumentar a sua capacidade de armazenamento de água.
A seca, que já vem de longe, agora denominada de "extrema", vai de encontro ao que alguns alentejanos vêm desejando fazer a alguns anos a esta parte: aceder ao leito descoberto das barragens para dali extrair a terra de aluvião de muita utilidade em muitas situações.
Agora até chegaram a mobilizar a "tropa" para fazer o serviço...
Mas tal decisão pecou por ser tardia e a más horas, porque pouco tempo decorrido passaram por Portugal duas tempestades que quase acabavam com a seca "extrema" e deixavam as barragens quase na sua capacidade máxima.
E ainda não acabou.
Por este andar não tarda que os inteligentes comecem por aí a bradar aos céus que "nunca mais acaba de chover" e "já estamos fartos de tanta chuva" e muito mais dos ventos que a acompanham.
Somos uns ingratos.
Mas isto é mesmo assim: quando temos os pés molhados queremos sol; quando temos os pés secos queremos chuva.
Mesmo que as barragens do alentejo cheguem à sua capacidade máxima, no fim do verão do ano corrente teremos a oportunidade de ver e ouvir os tais inteligentes a ordenar a limpeza do leito das barragens utilizando todos os equipamentos disponíveis, como agora pretenderam fazer com os "tropas", mas já não foram a tempo...
O tempo o dirá...
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