7.3.16

O tempo livre

Não passam de uma cambada de invejosos: mal uma pessoa tenha uma oportunidade para tratar da vida logo se levantam as vozes dos que não acordaram com o cu voltado para a lua.
Nunca ninguém se pode esquecer que a vida não é mais que um momento e que esse momento não pode de modo algum ser desperdiçado. 
Esse tal momento só acontece uma vez, como a água só passa uma única vez por baixo da ponte. Depois virá mais, mas já é diferente da anterior e assim sucessivamente.
De modo que ninguém poderá negar a ninguém a hipótese única de aproveitar a única dádiva que se deve aceitar de bom grado: compor a vida.
A madama não teve mais que agarrar com unhas e dentes a rara oportunidade que lhe deram de tratar do seu bem-estar bem como o da sua família com custos totalmente marginais.
Mesmo que fossem cinco dias por mês a sua ocupação a troco duns largos milhares de euros não me digam que era matéria para se rejeitar, mesmo que estivesse em causa uma falsa moral relacionada com o seu mandato de eleita ao serviço do povo.
Este povo nem sequer a leva a mal por aceitar e exercer, ao mesmo tempo, dois papéis completamente diferentes um do outro.
Uma pessoa inteligente com muitas capacidades não teme nem sequer se questiona se pode ou não pode ou se é capaz não de desempenhar dois papeis diametralmente opostos no seu significado. O que importa é que o desempenho de um não prejudique o desempenho do outro, até porque não está desacompanhada nesta matéria.
Quantos são os eleitos que se dedicam de alma e coração ao cumprimento do mandato para que foram eleitos sem terem mais qualquer coisinha que lhes ocupe o tempo livre?
Nem toda a gente se questiona sobre a moral, a ética e os bons costumes quando está em causa uma conta bancária disponível para receber todos os meses uns milhares sem se se saber nem como nem porquê, mas tão somente porque um dia se exerceu uma função adequada a ser reconhecida num determinado momento e em seu devido tempo.
Dirão as más línguas que não se tem tempo para desempenhar e a contento de todos dois papéis altamente exigentes, mas está bem de ver que se um a pode ocupar durante quatro ou cinco dias por mês, o outro  pode esperar porque não vai mal ao mundo, que é como quem diz, a república não se vai queixar...
Eu também não.
Que lhe faça bom proveito.
Mas, porque é que os "beefs" se lembraram desta?


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