7.3.16

O meio tempo

Quando estiver em portugal, não estará na inglaterra; quando estiver na inglaterra, não estará em portugal; quando andar de avião, sabe-se lá onde estará.
Mas alguém no seu perfeito juízo dará por falta da criatura quando não estiver onde deveria estar?
Alguém,de boa fé, julgará alguém por estar num determinado lugar e não estar noutro lugar, onde eventualmente e só eventualmente alguém pode precisar da sua atenção?
Deixemo-nos de palermices e entendamos que as duas coisas se revestem de um aspecto muito particular que dá pelo nome de "part time", mesmo que os respetivos patrões entendam que se trata de dois "full time".
Os juízos sobre esta insólita e estranha situação deriva do facto de o trabalho da assembleia da república ser considerado para alguns como uma coisa de se levar a sério, normalmente para aqueles que nada mais fazem ou sabem fazer e há alguns e para outros, os tais senhores disto tudo, como uma coisa para merecer um pouco de atenção e nunca preocupação,porque o salário é mijoruca e o que se faz não é digno de gente importante.
Há quem queira fazer parecer que a coisa deveria ser levado um pouco mais à séria, principalmente nos primeiros tempos, para que não se fique a pensar que  a cereja no topo do bolo não passa de uma compensação por alguma que se fez e que não se deveria ter feito ou pelos feito daquela maneira.
Todos lá terão as suas razões, mas o facto é que estar a tempo inteiro como representante do povo para o que foi devido e merecidamente eleito e ao mesmo tempo ocupar-se dos interesses de uma empresa privada que se serve e vive da miséria dos outros é um tanto ou quanto chocante e difícil de engolir sem que se tenha uma qualquer opinião menos própria sobre a matéria.
De qualquer modo, uns dizem que sim, outros dizem que não, mas tudo vai continuar como dantes: quem pode aproveita, quem não pode fica a chuchar no que tiver mais à mão...

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