Quem tiver a paciência de ler o anexo à proposta de lei sobre a cópia privada vai ter a oportunidade de encontrar coisas deliciosas só possíveis por serem provenientes das cabecinhas pensadoras daqueles inteligentes e burocratas e burocratas e inteligentes que vivem à sobra do orçamento de Bruxelas com as suas ramificações nos corredores do poder sediado em Lisboa.
Ainda não entendi lá muito bem qual é o papel e a respectiva importância de uma impressora na cópia privada.
Fiquei deslumbrado com os pormenores apresentados quando se preparam para determinar as taxas a praticar na compra/venda de uma impressora, considerando-se relevante a sua rapidez de impressão, se é de jacto de tinta, se é a laser, se é de agulhas (?), e não fixei e agora não vou ver se tem alguma importância o facto de ser a preto e branco ou se a cores, tendo presente que as cores das impressoras são produzidas via mistura das cores básicas, que não são citadas no referido projecto de lei.
Estou mesmo a ver que a cópia privada não ficará lá muito satisfeita se a sua qualidade for de segunda quando deveria ser de primeira, levando a mal que se possa utilizar o jacto de tinta em detrimento da impressão a laser e muito mais escandalosa que ainda se possa utilizar a antiquada e desprestigiante agulha…
E depois ainda temos a velocidade de impressão, dando-se a entender que a cópia privada não vê com bons olhos que se possam utilizar impressoras com uma velocidade considerada prejudicial à adequada fluência do tráfego quando estamos utilizando as auto-estradas da informação que não aceitam velocidades inferiores às necessárias para manter os nossos neurónios a trabalhar com toda a normalidade.
Agora que caminhamos rapidamente para a era do digital, quando tudo caminha para que a leitura se faça cada vez mais no écran do computador e equipamentos quejandos, quando o papel é bem mais caro que um arquivo na nuvem com espaço disponibilizado gratuitamente por diversas entidades, não sou capaz de entender esta taxa para as impressoras.
Vamos colocar na miséria e a passar fome uns quantos escritores, porque um dia nos lembramos de imprimir umas quantas páginas de um livro?
Que assim seja, porque deveremos estar sempre ao lado dos pobres e dos oprimidos mesmos que estes pobres e oprimidos sejam os escritores, principalmente os portugueses, que passam fome e andam na miséria sem um tusto para comprar um prego de carne mesmo que seja do rabo do boi…
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