Parece que o mundo e arredores deixaram a descansar o projecto de lei da cópia privada que o barreto quer ver aprovada rapidamente para retirar da miséria e da fome muitos artistas, autores e outros relacionados, para se preocuparem com os resultados do referendo na Escócia.
Já toda a gente tremia de medo com a hipótese de o wiskey subir de preço através da aplicação de uma taxa para pagar os custos da independência, quando os escoceses disseram que a coisa não mudava durante esta geração, pois que os reformados e todos aqueles que já estão próximos dessa situação e ainda aqueles outros que adoram as tradições monárquicas não estão para mudanças drásticas sem terem a certeza que o petróleo do mar do norte iria resolver todos os problemas presentes e vindouros.
Passado o susto, as coisas vão ficar centradas durante uns tempos no processo do referendo lá na Espanha, mais concretamente na Catalunha, que continua a teimar que os espanhóis não são boa companhia para o século vinte e um…
Por mim, estava-me redondamente nas tintas para as pretensões dos escoceses, sendo-me completamente indiferente se se tornassem numa nação independente ou se continuassem como até aqui.
Mas com os catalães já outro galo pode cantar.
Estou mesmo a ver o cenário: a Catalunha independente; o País Basco independente; a Galiza independente; a Castela independente; a Andaluzia independente; Aragão, Astúrias, Navarra, etc. e tal e com Portugal independente estaríamos a um passo da constituição da Federação de Estados Ibéricos…
Depois a coisa tomava o seu rumo: atiravam-se ao mar os ingleses de Gibraltar, embora alguns cidadãos da Federação dos Estados Ibéricos preferissem embarcá-los num navio de cruzeiro com destino a Inglaterra, e estabeleciam-se e fortaleciam-se os contactos sociais, culturais, económicos e financeiros com os estados magrebinos e a coisa estava feita.
Depois disto concluído mandava-se um recado àqueles senhores que actualmente mandam e desmandam na Europa dando a entender que a coisa está feia, se não tiverem um pouco mais de juízo e se não levarem um pouco mais a sério o pessoal cá debaixo e abandonarem a escravatura dos povos do sul.
De resto seria fácil fechar as fronteiras nos Pirinéus, se fossem necessárias algumas medidas mais drásticas…
Venha o referendo, este e todos os seguintes até à vitória final
1 comentário:
Isso é a segunda via do iberismo, já que a primeira via acabou em 1640, mas que desde aí até ao governo Sócrates ainda havia uma secreta esperança por parte de interesses iberistas espanhóis principalmente e dos manietados portugueses. Digamos que a Troika deu a machadada final na última réstia de esperança iberista, porque nem Portugal foi pedir uma união com Espanha, qual pedindo de mão aberta e nem os espanhóis se queriam juntar a nós para não entrarem no saco do clube dos resgatados.
A tal federação ibérica que refere, é a chamada segunda via, criada na guerra civil espanhola no seio do movimento anarquista e comunista internacional, português e espanhol que propunha um estado federado com várias repúblicas, o que fez com que Salazar optasse definitivamente por apoiar Franco.
A esquerda republicana portuguesa que aderiu euforicamente à ideia rapidamente chegou à conclusão que o que estava por detrás desse ideal era um mini imperialismo castelhano na Europa e mais concretamente na península ibérica, servindo-se de uma federação comandada pela região de Castela-Leão juntamente com a comunidade de Madrid, com sede e controlo em Madrid.
Portanto é preciso ter cuidado com as modas e euforias.
Para o interesse de Portugal seria muito mais benéfico a todos os níveis se tivesse-mos fronteira com duas ou três repúblicas independentes e que na península ibérica houvessem mais países independentes além de Portugal, mas claro isso obrigará a que nós assumamos um papel de liderança acima de tudo geo-política e militar, além de permitir nesta nova realidade uma competitividade entre os países o que só vai melhorar os índices de desenvolvimento.
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