26.5.14

Agora...

Não ligavam puto ao que se passava com os protestos contra estas políticas que massacravam e escravizavam milhares e milhares e milhões de cidadãos por essa Europa fora.
Estavam convencidos que esses tais protestos não passavam de protestos que duravam uns tempos e passavam rapidamente.
Mostravam-se convencidos que as pessoas acabam por aceitar sem contestação que as necessidades criadas artificialmente e os sacrifícios impostos para as superar eram apenas um mal menor quando comparados com as desgraças que estariam eminentes.
Criam-se os salvadores do universo e seus arredores porque só eles sabiam o que era melhor para todos os seus súbditos que mal sabiam destrinçar uma batata de uma cenoura, como se a sabedoria fosse a qualidade suprema dos supremos senhores que mandam na europa.
Nunca pensaram que o pessoal da pesada, quer dum lado quer doutro, não se atreveria a pensar que era possível iniciar um movimento de protesto contra os poderes instituídos até às últimas consequências.
Ignoraram as vozes que se iam fazendo ouvir  nos cantos e nas esquinas como se elas estivessem totalmente debaixo do controlo dos senhores que mandam nas nossas vidas.
Estavam longe de pensar que seria possível um voto de protesto com algum significado que não fosse esquecer as urnas e ficar em casa ou passear-se ao sol, que parece ser uma das poucas coisas que não nos podem retirar totalmente.
Mas estavam enganados!!!
E agora?
Agora, todos os governos de todos os países da união europeia tomem nota do que aconteceu e pensem nas suas consequências.
Agora, todos os partidos políticos da governação e todos os partidos políticos da área do poder tomem nota do que aconteceu e pensem nas suas consequências.
Agora, não é aceitável que os senhores das instituições políticas, económias, sociais e financeiras da união europeia se atrevam a continuar a impor à plebe e aos seus escravos a austeridade, como se a culpa de todas as crises fosse desta imensa massa de povo que ainda tem a capacidade de se rebelar contra a injustiça e a degradação das suas vidas.
Agora, não vale deitar água na fervura para tentar acalmar os ânimos e continuar a utilizar os mesmos procedimentos por conta do controlo das contas públicas e do equilíbrio orçamental que têm ditado a imposição da austeridade aos pobres e aos remediados, deixando de lado aqueles  que se orgulham de não precisar de benesses de quaisquer governos, porque eles e seus comparsas mandam e controlar todo e qualquer governo.
Agora, vai ser necessário mais tato e mais cuidado na gestão das coisas públicas e privadas, uma vez que as costas começam a arrefecer e a coisa começa a ficar um tanto ou quanto feia para que se ignore pura e simplesmente.
Agora, devem ter presente que as vozes dos esquerdistas, dos anarquistas e de todos os "istas" podem juntar-se as vozes, aos gritos e aos protestos dos que se colocam do lado oposto com práticas muitas semelhantes e complementares.
Agora, toda aquela gente que tem vivido sob a capa do orçamento e a coberto da crise; toda aquela gente que tem estado no poleiro sem se dignificar a olhar para a miséria e a desgraça cá de baixo, deve tirar o azimute e estabelecer as coordenadas para ir a tempo de emendar alguma da porcaria feita nestes últimos anos.
As massas, quando em rebelião, são perigosas...

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