Durante os últimos dias os homens dos meios de informação ou, se quiserem, os homens da comunicação social têm vindo a fazer crer que o Portugal dos cidadãos está altamente preocupado com o que se passa no campo socialista.
Por obra e graça de não sei de quê, a política portuguesa está pendente e até dependente do que se passa e do que se vai passar com os próximos e as próximas acções dos socialistas, parecendo que o mundo está situado no largo do rato e aguarda ansiosamente pela conclusão da reunião do dia trinta e um de maio.
Tenho as minhas dúvidas se o fenómeno político dos socialistas tem o significado que lhe é dado imprensa escrita, falada e visual, mas não deixará de ser curioso constatar nos próximos dias que terá muito mais relevo do que as decisões do tribunal constitucional sobre a lei do orçamento para dois mil e catorze e do que as medidas que irão surgir em muito pouco tempo para compensar o que foi declarado insconstitucional.
No fim de contas, muitos e muitos de nós já sabíamos que uma crise geral não pode ser resolvida nem pode estar dependente do contributo de apenas uma parte, mesma que essa parte seja relevante para os efeitos.
E também já sabíamos ou, pelo menos, estamos a ter cada vez mais consciência de que a crise foi forjada algures por uns quantos senhores do mundo que querem comer tudo e tudo querem abocanhar.
Por isso, terá que haver quem seja obrigado a suportar os devaneios de uns quantos que resolveram atirar-se a uns tantos países mais à mão, cujos defeitos se fundamentavam no desejo de uma vida melhor, tendo presente a que se vinha levando nas últimas décadas.
Por outro lado, pode considerar-se que estes desejos não saíram do nada, pois foram sugeridos e prometidos em troca da doação e da entrega da nossa liberdade ao serviço da criação da união europeia.
Pela parte que me toca, estou plenamente convencido que não foi lícito trocar a nossa independência pela promessa de dias melhores nem deixar tudo nas mãos de outros em troca de umas migalhas que rapidamente desapareceram ficando agora a factura para pagar.
Digam tudo o que disserem, ninguém poderá desmentir que a grande maioria dos cidadãos portugueses estão mais pobres e mais dependentes e que até o próprio País está muito mais perto da borda do precipício do que estava em dois mil e dez.
Eu não me considero culpado do que aconteceu e do que está a acontecer pelo simples facto de não ter sido julgado, o que deveria ter acontecido para todos os que andaram com as mãos na massa desde que os milhões da europa começaram a chover em Portugal.
Seria salutar pedir que os responsáveis de todas as desgraças e misérias dos portugueses fossem claramente identificados, mesmo que não tivessem que ser submetidos a julgamento.
E quando digo todos, estou a incluir todos aqueles que levaram para os paraísos fiscais quer os milhões ganhos com o trabalho e todos aqueles que levaram para outros países as sedes das grandes empresas que exercem a sua actividade em Portugal e que deixaram de dar o seu contributo para vencer a crise e servir o progresso e o desenvolvimento.
Mas o que importa agora e o que está no cerne das nossas preocupações é nada mais nada menos o que hoje vai ser decidido no largo do rato.
Pela minha parte não vou esperar porque seja o que for, vai condduzir a um congresso e à eleição de um outro secretário geral.
Quem ganha?
Quem perde?
Os resultados eleitorais para o parlamento europeu são conhecidos...