26.3.10

Um domingo

Isto por aqui é um verdadeiro descanso.

Não fora o regabofe de informação repetida vezes sem conta sobre os incidentes (acidentes) das claques portista e benfiquista antes, durante e depois do jogo teríamos um fim-de-semana altamente contributivo para a pasmaceira nacional.

Parece que o domingo, dia vinte e um de Março do ano da graça de dois mil e dez, ficaria na história por não termos ouvido o Louçã a botar um dos seus discursos moralizadores da consciência nacional, qual diácono remédios da política, mas vai ficar devido à pancadaria das claques desportivas.

Tudo se vive com paixão e a vida com paixão é um risco permanente para o pessoal que apenas deseja um domingo bem passado mesmo que seja a dar um passeio numa serra deserta com pouco sol e muita chuva.

Fiquem todos bem descansados o resto dia, porque amanhã cá teremos os candidatos do PSD a conquistar votos para a sua eleição, todo o pessoal da oposição a cantarolar em uníssono diatribes contra o PEC e pic e poc e puc e pac, como se o referido apenas tivesse em conta os nossos descontos como contributo fundamental e principal para a redução do défice público bem como para a moralização das administrações das empresas públicas.

Talvez tenhamos a oportunidade de ouvir alguns comentários a propósito da subida dos impostos ou da descida dos benefícios fiscais e até alguma interpretação filosófica desta matéria da autoria do Pacheco Pereira, discorrendo sobre o real significado da diferença entre a subida de qualquer coisa e a eliminação de uma outra coisa com ela relacionada.

Veremos que não se trata da mesma coisa quando falamos em ultrapassar um obstáculo ou passar ao lado desse mesmo. Estaremos sempre perante uma discussão altamente produtiva e compensadora para o pessoal que gosta de uma vida argumentativa, porque dia em que não haja uma boa discussão um tanto ou quanto filosófica não é dia que valha a pena viver.

Não sei muito bem se o dia vinte e dois de Março será um dia de sol ou de chuva, mas o mais provável é que seja um misto, isto é com sol e chuva, sem sequer me dar ao trabalho de ver a previsão meteorológica, uma vez que a minha certeza vai noutro sentido: tenho a certeza que durante as vinte e quatro horas do dia vinte e dois de Março do ano do Senhor de dois mil e dez vamos ouvir umas bocas contra o Governo e contra o Sócrates nem que sejam para dizer que o primeiro deveria governar e o segundo deveria tomar o caminho em direcção ao Nordeste...

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