8.11.09

As passagens aéreas

Para apanhar um bocado de ar molhado fui a pé até à Estrada de Benfica descendo a Avenida do Colégio Militar e atravessando a Praça da Revista Militar, umas vezes pisando a ciclovia e outras desviando-me de umas quantas poças de água e demais porcaria.

Constatei que no lado sul da Praça da Revista Militar a ciclovia coloca-nos uma dúvida que não dá para esclarecer convenientemente: num primeiro momento parece que acaba no Parque da Quinta da Granja, mas num segundo lá se nota que o seu piso a preto continua a descer a Avenida do Colégio Militar retomando o laranja uns quantos metros mais a baixo fazendo a ligação com a ciclovia que, vinda de algures, chega ao Parque do Fonte Nova.

À semelhança do que acontece na parte norte da Avenida do Colégio Militar a ciclovia eliminou uma faixa de rodagem até ao edifício dos agricultores, altura em que passa para o lado esquerdo no sentido norte/sul até à Estrada de Benfica.

Curiosamente, neste pequeno troço com cerca de cem metros, a ciclovia desenvolve-se no passeio não havendo corte de qualquer das faixas de rodagem como ao longo da Avenida do Colégio Militar.

Curiosamente também neste troço o passeio não é assim tão largo como em outros da Avenida do Colégio Militar que chegam a ser superiores em largura às próprias faixas de rodagem.

Mas quem sou eu para criticar em termos técnicos o traçado desta ciclovia no seu desenvolvimento pela Avenida do Colégio Militar e até no Largo da Luz?

Pois nada, que não sou nem engenheiro nem arquitecto…

Nem sequer sou gordo e anafado, apesar de uns quilitos a mais, desloco-me dentro de Lisboa regularmente de metropolitano, algumas vezes de táxi, muito poucas vezes de autocarro, quase nunca de comboio, mas algumas vezes de viatura própria, que normalmente não fica estacionada na via pública e nunca em segunda fila, pois continuo a preferir os parques de estacionamento, preferencialmente o da catedral do consumo, aproveitando a benesse do Engenheiro facultada aos residentes da Quinta da Luz utilizando uma avença mensal pela exorbitante quantia de vinte e cinco euros.

Bem vistas as coisas, a ciclovia foi uma dádiva para os Residentes da Quinta da Luz: viram o tráfego ser dificultado ao longo de toda a Avenida do Colégio Militar; viram novos lugares de estacionamento, agora tarifado, desde o topo norte da Avenida até ao cruzamento com a Avenida da Pontinha; viram criadas duas bolsas de estacionamento reservadas a residentes e deixaram de ver o espectáculo dos carros rebocados pela Polícia, agora com apenas meia dúzia de carros estacionados.

Apesar de todos estes benefícios, que os residentes da Quinta da Luz devem agradecer à ciclovia do Vereador Sá Fernandes e não aos protestos do Presidente da Junta de Freguesia continua na mesma uma lamentável situação: a facilidade de atravessar a Avenida do Colégio Militar por quem o pretenda fazer e não apenas as criancinhas e os idosos, sempre chamados quando não há mais argumentos para defender a nossa tese.

Haja Luz, porque estádio já nós temos… faltando apenas duas passagens aéreas na Avenida do Colégio Militar…

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