1.2.06

Abulia

Estou de volta, muito embora não me tenha ido.
Foram quinze dias de um estado de abulia extrema, de tal modo que nem o correio electrónico me apetecia ver e muito menos ler! São coisas da vida com as quais não se conta, mas que acontecem quando menos se espera e, o mais importante, com etologias sem fundamento justificado.
Mas tentem imaginar o estado de espírito de um pacato cidadão com receios de se afastar da capital e ficar longe, a umas dezenas de quilómetros e a umas horas dos hospitais da capital!
Tentem imaginar o estado de espírito de um pacato cidadão com receios de se deixar dormir pensando que pode não acordar! Tentem imaginar o estado de espírito de um pacato cidadão que, à mais pequena alteração do batimento cardíaco se põe a pensar que pode estar próxima uma coisa má! Haver dificuldade em distinguir uma dor forte no peito e uma dor no peito ou até um ligeiro sintoma de dor numa parte do peito que, só agora, está a readquirir alguma sensibilidade! Confesso que este mês de Janeiro não me proporcionou coisa alguma que me merecesse interesse especial. Pelo contrário, foi um mês de sobressaltos com fundamentos pouco consistentes, se se entender que o medo ou o receio não devem merecer grande preocupação e tampouco condicionar substancialmente o nosso modo de vida.  
Mas aconteceu!!! Quando não temos verdadeiras e reais preocupações e problemas, logo temos uma oportunidade de encontrarmos alguma coisa que os substitua com a eficácia devida.
Isto não seria o mais grave; até poderia ter alguma piada se tivéssemos o bom senso de uma boa gargalhada para afastar os maus espíritos. Mas não!!! Pensamos o pior, quando este está longe e não apoquenta ninguém.
Contudo, os efeitos foram manifestos e claros: casos, situações, circunstâncias, coisas aconteceram nesta ocidental praia lusitana e foram por mim esquecidas, quando andava preocupado com os batimentos irregulares da minha bomba!!!
Pois: os portugueses têm um novo Presidente da República e o Manuel Alegre têm mais de um milhão de portugueses.
Digam lá se a democracia não é bonita!!!

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