9.5.18

O sério

Pelos vistos, não tiveram dúvidas nem problemas de consciência quando decidiram emitir em canais de televisão o som e a imagem de gravações feitas nas audições a arguidos bem conhecidos da praça pública.
Nessa altura não tiveram problemas nem deram ouvidos nem cumpriram o que a lei determinava e continua a determinar.
Estava tudo conforme porque o interesse público e o dever de informar se sobrepunha aos interesses individuais e à própria lei.
Nestas situações não deveriam ser tidas em conta as normas do direito nacional e internacional e muito menos o tal segredo que é segredo mas tem pouco de segredo porque é do conhecimento público.
Nem sequer houve a preocupação de citar a tal figura do "advogado do diabo" por se entender que não era necessário estar com essas palermices, pois estavam em causa evidências reconhecidas por toda a gente.
Reconhecidas por toda a gente, ponto e vírgula, porque continua em vigor aquela coisa do direito ao julgamento nos tribunais e não na praça pública, conforme se quer e se faz.
Entendo tudo.
Só não entendo os fundamentos, os motivos, as razões, as preocupações e até os medos e as citações das normas nacionais e internacionais quanto à divulgação dos devedores às entidades bancárias.
Agora já se precisam de comissões de inquérito para inquirir tudo até ao último cêntimo não propriamente de quem o recebeu mas principalmente, mas quem o concedeu.
Neste sentido torna-se mais importante ser do conhecimento público os nomes de todas as pessoas que num determinado banco emprestaram dinheiro a alguém, podendo não estar em causa a necessidade de se saber o nome dos devedores.
Isto é tanto mais estranho quanto já se sabe os nomes de quem deve, pois a lista dos mais importantes  circula na internet e não me venham agora com as tretas de o banco de portugal e o banco central da união europeia não permitirem tal divulgação.
Os tais canais de televisão bem podem atirar com o barro à parede, mas podem ficar com a certeza de que o "zé povo" entende perfeitamente onde eles querem chegar.
Por mim, acredito e estou convencido que varas há muitas e sacanices muitas mais...
Não pensem que nós acreditamos que os "critérios jornalísticos" justificam tudo o que se faz por detrás de uma câmara de televisão
...
A bem da Nação.

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