Fiquei altamente surpreendido, pela positiva, claro está, pela programação do canal público de televisão na noite de passagem de ano.
Foi uma maravilha, porque tivemos a oportunidade de constatar como o canal público está a contribuir para a eliminação do défice e consequente ajustamento das contas públicas.
Assim deveriam ser todos os gestores das empresas públicas e todos os governantes relativamente às suas despesas, porque quem não tem capacidade para gastar não pode gastar e deve socorrer-se dos seus meios disponíveis e não entrar na mania das grandezas.
No mesmo sentido caminharam os outros canais generalistas livres que não alteraram a sua programação por causa da noite de passagem de ano, continuando com os seus programas de top de audiências, um com as cantorias e outro com uma coisa qualquer que eu nem sei classificar ou, melhor, nem quero dar-me ao trabalho de classificar, mas que e apesar disto será o recordista de audiências como o é de javardice.
Contudo, o canal público não deixou de entusiasmar o pessoal pela alta qualidade do seu programa de noite de passagem de ano com uma boa mão cheia de excelentes cómicos que deram todo o seu esforço e deram o seu máximo para que uns milhares de portugueses passassem uma noite deslumbrante.
Claro que não temos em conta o facto de se tratar de um programa em diferido querendo fazer crer que se tratava de um directo o que terá sido notado por muito boa gente, quando soube que o cómico máximo estava naquela hora a actuar em Lisboa, mas lá para os lados do terreiro do paço.
Este facto sem importância em nada desmereceu a noite televisiva do canal público, pois não tivemos que suportar aquelas imagens horríveis dos fogos de artifício de Lisboa, do Porto, do Funchal e de uma boa quantidade de outros locais quer em Portugal quer no estrangeiro, como o dubai, moscovo, londres, nova york e por aí fora.
Razão teve o canal público de televisão para nos poupar a este vergonhoso desperdício de milhares e milhares de dólares e de euros que poderiam ser poupados para alimentar milhares de pessoas que nesta noite morreram de fome e de sede por esse mundo fora sem ter a possibilidade de assistir à programação da nossa televisão pública para a noite de passagem de ano.
Fiquei muito contente por esta lição de economia dada pelos gestores da nossa televisão pública, pois ninguém poderá esquecer e ignorar que eles estão a gastar o dinheiro de todos aqueles que dispõem de um contador de energia eléctrica mesmo que não tenham rádio ou televisão e mostrar a todos os gastadores que é possível fazer coisa boa sem se importar seja o que for lá das estranjas ou do vizinho do lado, pois a prata da casa é paga para isso mesmo e não para ganhar uma pipa sem dobrar a espinha.
Por outro lado, não entendo nem percebo o atrevimento daquele canal por cabo que se deu ao luxo de estar em toda a parte com a sua gente em directo a mostrar tudo o que acontecia numa quantidade de locais onde o espectáculo era rei e senhor dos ecrans, havendo razão para perguntar de onde teria vindo a guita gasta naquele devaneio de jovem intrometido.
Aguardo, por isso, com alguma curiosidade o destino do aumento dos quarenta cêntimos por mês que vamos entregar ao nosso canal público para garantir estas maravilhosas transmissões dos próximos acontecimentos nacionais e mundiais sempre em diferido como se de directos se tratasse.
Já agora os gestores do nosso canal público poderiam dar a receita à ministra das finanças e ensinar-lhe como se governa uma casa gastando apenas o indispensável...
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