2.5.13

O consenso

Andava a ficar convencido que o ministro da economia começava a fazer um esforço enorme para se emancipar do gasparzito, muito contribuindo para o efeito o tal plano do desenvolvimento industrial, ou qualquer coisa do género, anunciado com pompa e circunstância e que mereceu rasgados elogios de quase todos os parceiros sociais.

Este tal plano parecia dar fortes indícios de que finalmente o governo pensava um pouco na economia e no emprego ao fim de mais de dois anos a atuar sobre os problemas financeiros, que continuavam a agravar-se continuamente, por mais impostos e desgraças que fossem impostas aos funcionários públicos, aos reformados e pensionistas e a todos aqueles que ficavam sem o posto de trabalho que lhe dava alguma guita para sobreviver.

Já muita gente se regozijava com esta iniciativa do ministro da economia dando a entender que finalmente o gasparzito não ganhava uma totalmente e via-se um tanto ou quanto ultrapassado pelos acontecimentos.

Nem toda a gente se convenceu, porque do parecer ao ser ainda continua a vigorar uma grande distância que o gasparzito só deixa aumentar até ao comprimento da sua manápula.

Ainda a poeira não tinha assentado e já estava a ser anunciada mais uma etapa na sequência de todas as anteriores: quem pensou que a economia entrava na agenda do governo, pode ficar desenganar-se porque o ajustamento continua a exigir que o setor administrativo do Estado seja reduzido à sua expressão mais conveniente para que se possa dizer que o seu peso na economia já não tem significado e que agora é que a coisa endireitar-se.

Sempre o disse e vou continuar a dizê-lo: a filosofia e o objetivo da política do ajustamento não era resolver o problema da dívida nem do défice, porque o que está em causa é a diminuição do nível de vida da população em geral fazendo-a regredir até aos valores de dois mil e oito, isto é, diminuir os custos do trabalho e das pensões em cerca de quarenta por cento.

A coisa está a caminho e serão os mesmos que vão pagar as favas, pois o gasparzito precisa destes prazeres para continuar a assumir-se como o carrasco destes preguiçosos que querem viver com alguma decência.

O conselho de ministros foi ontem, mas as medidas concretas que vão por em execução o desvio de mais uns quantos milhões vão ser anunciadas pelo primeiro na sexta-feira à noite para que o pessoal tenha um fim de semana inteiro para se conformar pela sua inevitabilidade se não quiserem cair no abismo e na bancarrota por falta de meios financeiros para pagar os salários e as pensões a quem de direito.

Como se esperava, esta gente não desarma e continua a querer e a proclamar o consenso e o acordo para as medidas e para os planos aprovados sem o conhecimento dos interessados.

Aumenta cada vez mais o acordo e o consenso no sentido de se tornar imperioso mandar de volta para a Europa o tal mandatário que já colocou no desemprego mais de duzentos mil trabalhadores…

Ainda não o fizeram, mas vão pegá-lo…


 

 

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