Eram cerca das catorze horas quando Sua Santidade o Papa Bento XVI dava como terminada a visita a Portugal e regressava à Cidade Eterna.
Não tive a possibilidade de acompanhar as reportagens da visita nos diversos meios de comunicação social, mas deu para ter a percepção que as multidões nunca deixaram de acompanhar o Papa.
Tanto na Praça do Comércio em Lisboa, como em Fátima e por fim na cidade do Porto os Portugueses foram exímios e pródigos nas manifestações a Sua Santidade, demonstrando que a crise não foi suficiente para fazer com que a presença do Povo não se fizesse sentir: sempre esteve presente, apesar de o tempo não ter sido totalmente favorável para os banhos de multidão, que aconteceram sempre que o Papa se prestou a isso.
As televisões esmeraram-se na cobertura de toda a visita papal, principalmente a televisão pública e aquela que foi a televisão da Igreja, mas que agora já não é, apesar de guardar alguns resquícios de tal qualidade.
Ouvi milhentos comentários e umas tantas mais observações das dezenas de repórteres televisivos envolvidos na cobertura informativa de todos os acontecimentos da visita papal.
Ouvi coisas muito acertadas, coisas que demonstravam claramente que se conhecia o assunto e que se percebia da poda. Ouvi muitos comentários onde se vislumbrava uma muito boa vontade de prestar um bom serviço informativo a quem estava em frente do televisor. Ouvi muitas observações que demonstravam claramente que se tinha preparado a matéria com algum trabalho de casa que deu origem a um trabalho sério e honesto e certamente apreciado por quem esteve em frente do televisor.
Como em todas as coisas, há sempre um senão.
Lugares comuns aos molhos, enganos ao desbarato, trocas contínuas, entrevistas falhadas, recolhas de opiniões como se fossem entrevistas, perguntas descabidas, observações fora do contexto, descrições como relatos de futebol... de tudo isto vimos um pouco.
O que vem provar que a posse de um microfone não é suficiente para termos um bom jornalista ou um bom observador, como não é suficiente para tal ter um curso superior ou ter um palmo de cara sugestiva e sorridente.
Por outro lado, as diversas tentativas de adivinhar o que o Papa queria dizer ou o significado de algumas expressões proferidas por diversos intervenientes demonstram também que há por aí jornalistas que não sabem ou ignoram de propósito o contexto e as circunstâncias das suas intervenções.
Estava a ver que algum (a) ainda perguntava ao Papa "... o que pensa da subida de impostos...".
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