5.2.10

Faz de conta

Continuo a acompanhar a evolução dos efeitos da construção da ciclovia na Avenida do Colégio Militar e a quase simultaneidade do condicionamento do estacionamento nesta via e na Quinta da Luz através da instalação de parquímetros e fixação de bolsas de estacionamento reservadas a residentes, conforme sinalização vertical ali existente.

Quanto à utilização da ciclovia devo reconhecer que os caminheiros de fim de tarde e alguns ciclistas lá justificam aqueles milhares de euros investidos nos melhoramentos das vias da Cidade.

Não fora o aumento significativo de lugares de estacionamento, mais pela libertação de um antigo parque de estacionamento construído pela EMEL e destinado a residentes, posteriormente transformado em parque para viaturas rebocadas pela PM e a ciclovia não representaria mais que um desastre económico colocado ao serviço dos lisboetas...

Mas agora passam-se coisas curiosas na zona de estacionamento tarifado da Avenida do Colégio Militar / Quinta da Luz, cuja explicação eu tenho perseguido sem quaisquer resultados atrevendo-me a pensar que a própria EMEL terá sérias dificuldades para entender o que aqui se passa diariamente.

O mais curioso disto tudo é que os espaços de estacionamento tarifado através de parquímetros raramente se encontram ocupados, calculando eu que o parque de estacionamento lateral terá uma ocupação diária inferior a dez por cento enquanto na Avenida do Colégio Militar se encontram muitos lugares desocupados.

Contudo, as bolsas de estacionamento reservadas exclusivamente a residentes portadores dos respectivos cartões emitidos pela EMEL estão completamente cheias de carros, encontrando-se raramente um lugar de estacionamento não ocupado. Esta situação verifica-se principalmente durante o dia, período em que os residentes, teoricamente e em princípio, deveriam ter-se deslocado para os seus locais de trabalho, deixando livres muitos lugares de estacionamento.

Tenho-me questionado e tenho questionado a causalidade desta situação e as explicações avançadas não me convencem: que os residentes da Quinta da Luz têm um alto sentido da cidadania e da ecologia e estão preocupados com o aquecimento global e com a camada do ozono, pelo que utilizam sistematicamente os transportes públicos e, dada a crise, nos fins-de-semana ficam em casa ou, quando muito, dão uma volta até ao Centro Comercial Colombo, coisas que não exigem a utilização do automóvel; que uma boa quantidade de automóveis estacionados durante o dia nas bolsas reservadas a residentes são, na realidade, suas (deles residentes) visitas e mal seria que estes se vissem privados de serem visitados por amigos e familiares, pelo que se deve entender que os residentes não são, lá no fundo no fundo, prejudicados.

Mas outro dia adiantaram-me uma outra explicação: corre por aí um "boato" que se trata de um "arranjo" entre a EMEL, a Junta de Freguesia e os Comerciantes, como se as bolsas de estacionamento reservadas a residentes fossem uma espécie de "faz de conta" para acalmar a Associação de Moradores.

Eu não acredito, disse.


 

4.2.10

As finanças regionais


E lá votaram a Lei das Finanças Regionais e não apenas a lei do financiamento da RAM, como ontem erradamente e ignorantemente referi, embora esta votação na Comissão não dispense a votação de amanhã do Plenário Assembleia da República.
Como se esperava a oposição votou a favor da proposta da Assembleia Legislativa da RAM, contra a posição do Partido que suporta o Governo, todos muito bem-intencionados apesar da situação económica e financeira do burgo e tendo presente e conhecimento de tudo o que se está a gerar nos mercados internacionais contra as finanças portuguesas.
Que importa a posição de umas quantas entidades que influenciam as economias e finanças de meio mundo e ditam a sentença que mais lhes interessa em detrimento das necessidades de uns quantos países, mesmo da UE?
Assim se vê a força da oposição política em Portugal!
Não deve importar grande coisa e os argumentos não devem passar por aí, uma vez que temos no mesmo saco O Bloco de Esquerda, o Partido Comunista Português e o seu adjunto o Partido Ecologista os Verdes, o CDS-Partido Popular e o Partido Social Democrata.
Nem toda a gente deve entender com facilidade os motivos e os argumentos que levam todos estes partidos tão diferentes nas suas ideologias e nas suas práticas políticas para se unirem todos contra a posição do Partido do Governo.
E ouvindo parte do discurso de cada um somos levados a pensar que se trata de uma "revanche" contra os quatros anos de maioria absoluta, agora transformada em minoria e, como tal, à mercê da união das oposições, para dar uma lição a esse pessoal que não se dignava dialogar porque tinha mais deputados.
Lá diz o Povo que nunca é tarde para aprender, mas a lição pode custar muito caro ao pessoal que já está habituado a pagar as favas todas: a classe média que tem emprego e que não beneficia de uma enorme quantidade de alcavalas e benefícios para além do seu ordenado sem qualquer possibilidade de fugir ao fisco.
Todos os discursos de todos os interventores políticos vão no sentido de uma necessidade dramática de diminuir a despesa e aumentar a receita, mas todas as propostas que as oposições vão apresentando são no sentido de aumentar a despesa ainda mais do que aquilo se torna indispensável, contra a opinião das instituições nacionais e internacionais influentes na matéria.
Um dia destes, algum outro vai ter que formar governo...

 

 

3.2.10

Um túnel

Parece que as oposições se estão a preparar para aprovar a proposta de alterações à lei do financiamento à Região Autónoma da Madeira contra o sentido de voto do partido do Governo.

Com esta seria a segunda vez em que a AR aprova uma lei contra o partido do Governo e, por este andar, não se ficará por aqui.

A não ser que venha a posição final do Primeiro: se querem governar a partir da AR pois que governem porque assim nem pensar; quem quiser que assuma as suas responsabilidades porque eu (ele) não está disponível para pagar as favas que os outros comem.

Pois que assim seja, mas que tudo fique bem esclarecido sobre as verdadeiras razões e fundamentos da posição das oposições, quer à esquerda quer à direita do partido do Governo.

Aquele tal economista, alto forte e espadaúdo e careca, que dá pelo nome de Vítor Bento, pareceu-me, foi claro de tal modo que não há lugar para dúvidas e artimanhas políticas para justificar um voto das esquerdas e das direitas sobre a mesma lei, tanto mais que se trata de admitir mais despesas em nome da solidariedade e do pagamento da insularidade. Que razões não haveria no caso da Região Autónoma dos Açores para justificar tal posição.

Contudo, nem o Governo, nem o Partido que o suporta, nem as entidades responsáveis pelas finanças deste País, nem os jornalistas da especialidade, nem os comentadores políticos das direitas e das esquerdas e do centro e do meio centro, nem quejandos nem ninguém nem sequer o Pacheco Pereira tiveram e têm a dignidade e a ética e a moral de dizerem a verdade sobre esta matéria, tanto mais que a real situação da Madeira não pode ser do seu desconhecimento.

Eles saberão, como aquele tal economista, que o nível de vida da Madeira é superior ao do Continente e, como tal, a ajuda deveria ter o sentido contrário.

Mas todos nós, os que ainda pensamos um pouco sobre estas coisas também temos consciência que a realidade vivida na Região Autónoma da Madeira é feita à custa das "remessas" do Continente e sabemos também que essas tais terão que continuar por muitos e bons anos com o argumento da insularidade, pois que essa não pode ser alterada.

A não ser que um dia destes nasça da mona do AJJ a ideia de fazer uma ponte ou um túnel para ligar a Ilha às Canárias...


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 

2.2.10

Eu não sabia

Eu não sabia; tu não sabias e eles não sabiam.

E nestes eles estou a incluir o Primeiro que não sabia ou, pelo menos, não disse nada; ou Segundo que não disse nada; o Terceiro que também disse nada e este é que não sabia mesmo e todos os outros que igualmente nem faziam a mínima.

O mesmo sucede com todos aqueles que já foram ministros das finanças e que não disseram e nada e por isso era suposto que não sabiam.

E se sabiam, ainda era pior porque assim configura má-fé.

E má-fé é com toda a certeza a posição dos chefes das oposições, quer sejam da esquerda quer da direita e até do centro se é que existe algum centro que não seja o Centro da Terra.

E não sabiam aqueles grandes economistas que mandam " faladura" nas rádios e nas televisões sobre a crise, sobre tudo e ainda mais alguma coisinha que diga respeito à situação desta terra.

Nem sequer o PACHECO Pereira sabia e se sabia não disse nada e ficou bem calado para não ofender a sua patroa, o mesmo sucedendo ao seu parceiro da quadratura, porque isso de confessar que se não sabe de qualquer coisa que se deveria saber, é prova de muita fraqueza e demasiada vulnerabilidade, coisa que não interessa mesmo nada para esta gente.

O que importa é a sua manutenção na crista da onda, querendo isto dizer que importa principalmente ser ouvido por toda a gente mesmo que não se tenha nada para dizer ou pelo menos dizer alguma coisa de interessante.

Estou convencido que toda esta gente que tem responsabilidade na matéria sabia o que se estava a passar, mas ficaram calados que nem ratos de porão, que têm medo de tudo o que seja claridade...

Toda a gente com responsabilidade nesta situação de desgraça em que a generalidade do pessoal vive e há-de continuar a viver com crise ou sem crise, sem pacto de estabilidade ou com pacto de estabilidade, pois que eles gozam de uma boa vida cheia de privilégios e mordomias, de tal modo que crise nem se viu por aquelas bandas.

Foi preciso aparecer um tipo alto, forte e espadaúdo e careca para meter ordem no discurso e dizer alto e em bom som que ao falar de solidariedade deveria ser " a Madeira a mostrar solidariedade para com o Continente e não o Continente para com a Madeira...", porque o nível de vida naquela região é mais elevado que no Continente...

Nunca ninguém negou que dinheiro puxa dinheiro...