Continuo a acompanhar a evolução dos efeitos da construção da ciclovia na Avenida do Colégio Militar e a quase simultaneidade do condicionamento do estacionamento nesta via e na Quinta da Luz através da instalação de parquímetros e fixação de bolsas de estacionamento reservadas a residentes, conforme sinalização vertical ali existente.
Quanto à utilização da ciclovia devo reconhecer que os caminheiros de fim de tarde e alguns ciclistas lá justificam aqueles milhares de euros investidos nos melhoramentos das vias da Cidade.
Não fora o aumento significativo de lugares de estacionamento, mais pela libertação de um antigo parque de estacionamento construído pela EMEL e destinado a residentes, posteriormente transformado em parque para viaturas rebocadas pela PM e a ciclovia não representaria mais que um desastre económico colocado ao serviço dos lisboetas...
Mas agora passam-se coisas curiosas na zona de estacionamento tarifado da Avenida do Colégio Militar / Quinta da Luz, cuja explicação eu tenho perseguido sem quaisquer resultados atrevendo-me a pensar que a própria EMEL terá sérias dificuldades para entender o que aqui se passa diariamente.
O mais curioso disto tudo é que os espaços de estacionamento tarifado através de parquímetros raramente se encontram ocupados, calculando eu que o parque de estacionamento lateral terá uma ocupação diária inferior a dez por cento enquanto na Avenida do Colégio Militar se encontram muitos lugares desocupados.
Contudo, as bolsas de estacionamento reservadas exclusivamente a residentes portadores dos respectivos cartões emitidos pela EMEL estão completamente cheias de carros, encontrando-se raramente um lugar de estacionamento não ocupado. Esta situação verifica-se principalmente durante o dia, período em que os residentes, teoricamente e em princípio, deveriam ter-se deslocado para os seus locais de trabalho, deixando livres muitos lugares de estacionamento.
Tenho-me questionado e tenho questionado a causalidade desta situação e as explicações avançadas não me convencem: que os residentes da Quinta da Luz têm um alto sentido da cidadania e da ecologia e estão preocupados com o aquecimento global e com a camada do ozono, pelo que utilizam sistematicamente os transportes públicos e, dada a crise, nos fins-de-semana ficam em casa ou, quando muito, dão uma volta até ao Centro Comercial Colombo, coisas que não exigem a utilização do automóvel; que uma boa quantidade de automóveis estacionados durante o dia nas bolsas reservadas a residentes são, na realidade, suas (deles residentes) visitas e mal seria que estes se vissem privados de serem visitados por amigos e familiares, pelo que se deve entender que os residentes não são, lá no fundo no fundo, prejudicados.
Mas outro dia adiantaram-me uma outra explicação: corre por aí um "boato" que se trata de um "arranjo" entre a EMEL, a Junta de Freguesia e os Comerciantes, como se as bolsas de estacionamento reservadas a residentes fossem uma espécie de "faz de conta" para acalmar a Associação de Moradores.
Eu não acredito, disse.